O governador José Maranhão determinou um completo levantamento da situação do município de Patos, após as fortes chuvas que castigaram aquela região do Sertão paraibano. Determinou, ainda, o envio de mantimentos e alimentos para as famílias que sofreram com as enchentes.
Maranhão chegou a Patos por volta de meio-dia desta terça-feira (14) após um sobrevôo das áreas atingidas pelas chuvas. No momento em que visitava os bairros atingidos, o governador recebeu um telefonema do presidente Luís Inácio Lula da Silva, que ofereceu total ajuda do governo federal para os desabrigados, bem como disse que estava solidário tanto com o governador como com o prefeito Nabor Wanderley.
Poucos minutos após conversar com o presidente Lula, Maranhão recebeu mais dois telefonemas: dos ministros Geddel Vieira (Integração Nacional) e José Pimentel (Previdência Social). Ambos se prontificaram a ajudar os desabrigados. Pimentel, inclusive, solicitou a relação dos atingidos que são trabalhadores para que haja a liberação do FGTS. O governador agradeceu e se comprometeu a atender de imediato as solicitações dos ministros.
Maranhão foi recebido no aeroporto pelo prefeito Nabor Wanderley, que entregou o decreto de situação de emergência. Na ocasião, o governador garantiu a homologação do decreto para ser enviado nesta quarta-feira para o Ministério da Integração Nacional.
Acompanhado do prefeito Nabor Wanderley, dos secretários Francisco Sarmento (Infra estrutura), José Maria de França (Saúde), Giucélia Figueiredo (Desenvolvimento Humano), Lena Guimarães (Comunicação), coronel Sinval Pinheiro Borges (Defesa Civil estadual), além da deputada Francisca Mota e auxiliares do governo municipal, o governador se dirigiu às áreas afetadas.
Durante a visita, o governador conversou com as pessoas que ainda retiravam móveis e outros utensílios de suas residências. No Bairro do Morro, o mais afetado, o governador, bastante emocionado, garantiu a recuperação das moradias e ao mesmo tempo ajuda urgente aos desabrigados.
Nesta quarta-feira os secretários Francisco Sarmento e Giucélia Figueiredo, de posse de relatório sobre as ocorrências em Patos irão se encontrar com o secretário da Defesa Civil Nacional, coronel Roberto Guimarães quando irão solicitar recursos para atender as vítimas das chuvas.
Já o secretário da Saúde, José Maria de França, informou que a partir desta quarta-feira equipes daquela pasta estarão em Patos para um levantamento dos locais atingidos, pois, segundo ele, somente após 24 ou 48 horas é que podem ser detectados problemas de saúde como febre tifóide, leptospirose e hepatite.
A Secretaria da Saúde informou que vai providenciar vacinas e outros tipos de medicamentos para atender a população. Enquanto isso, o prefeito Nabor Wanderley, em caráter de urgência está atendendo os desabrigados com colchonetes, lençóis, leite para criança e outros tipos de alimentos.
Para esta quarta-feira a prefeitura municipal inicia a distribuição de cestas básicas com os desabrigados que estão no CAIC, Rivaldão e na Escola Agrícola. Algumas pessoas também estão alojadas em templos religiosos.
Cerca de duas mil pessoas desabrigadas
Após levantamento feito pela Prefeitura Municipal de Patos ficou constatado que cerca de duas mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. Até o final da tarde desta terça-feira foram contabilizadas 505 residências atingidas, 30 casas destruídas, três fábricas de calçados e um depósito de calçados, todos na Rua da Baixa, inundados com perda quase que total. As áreas mais atingidas pelas chuvas e consideradas como pontos críticos são os bairros do Morro, Santo Antônio, Vitória, Salgadinho, Jardim Guanabara e Novo horizonte, enquanto que a Rua do Frango foi a que mais sofreu com as chuvas.
As chuvas provocaram a interdição de algumas ruas de Patos, como também a interdição parcial de duas pontes, uma que dá acesso a estrada para Teixeira e a BR-230, saída para Sousa, que foi controlada por agentes da Polícia Rodoviária Federal. Engenheiros do DER estão monitorando as rodovias estaduais que dão acesso a Patos.
O temporal que atingiu Patos começou a cair por volta das 16h00 desta segunda-feira e somente parou já na madrugada desta terça-feira. Segundo levantamento da Defesa Civil municipal, do Corpo de Bombeiros e da AESA, mais de 380 milímetros, isto é, em pelo menos quatro horas caiu o que estava previsto para seis meses.
A Polícia Militar, através do 3º Batalhão, e o Corpo de Bombeiros, utilizaram um efetivo de aproximadamente 200 homens. O governador esteve no quartel do 3º BPM, onde elogiou os alunos do Curso de Formação de Soldados e os bombeiros que participaram do socorro às vítimas.
Maranhão ainda se reuniu com seis militares da PM e três integrantes do Corpo de Bombeiros que sofreram com a cheia e garantiu a reconstrução de suas moradias.
Viagem de secretários a Brasília
Os secretários de Infraestrutura, Francisco Sarmento, e Desenvolvimento Humano, Giucélia Figueiredo, vão solicitar em Brasília, nesta quarta-feira (15), ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, recursos emergenciais para atender dois mil desalojados na cidade de Patos. Os secretários informaram que vão entregar um relatório geral sobre os prejuízos provocados pelas chuvas.
Segundo Giucélia Figueiredo, casas deverão ser reconstruídas e a Defesa Civil já disponibilizou 6 mil cobertores, 6 mil colchões, 6 mil filtros de água nos locais de abrigo. A Agevisa também iniciará nesta quarta-feira a vacinação na região para evitar doenças.
“O governador José Maranhão conversou com o presidente Lula, que determinou o encaminhamento do relatório ao ministro Geddel Vieira. Ele pediu prioridade para resolver a situação”, afirmou Giucélia. Ela também informou que já foi solicitada a liberação de cestas básicas à Conab para atender as famílias.
O secretário de Infraestrutura, Francisco Sarmento, disse que a situação é de risco, porque existe previsão de mais chuvas. Ele informou que o açude Jatobá transbordou e danificou o aterro da ponte que interliga Patos a Teixeira. “O aterro cedeu e o asfalto rachou, por isto, a ponte foi interditada”.
“A sorte foi chuva ser concentrada num curto período de tempo, mas podem ocorrer novos transbordamentos. Qualquer chuva pode causar danos consideráveis”, disse.
