“O desafio vai ser grande e não será fácil, mas vamos trabalhar para devolver o valor e a dignidade que o Cefor sempre teve perante a sociedade”. Foi assim que a nova diretora do Centro Formador de Recursos Humanos (Cefor), Rita Pereira de Brito Alves, respondeu ao ser indagada sobre as condições de sucateamento que encontrou o centro, que tem como principal objetivo  formar,  ensinar e  capacitar  profissionais da área de saúde. O órgão, que seria responsável pela qualificação técnica e profissional dos servidores da saúde, será totalmente reestruturado pela nova direção, que promete transformá-lo em escola de saúde pública.
 
Ela explica que a grave situação de hoje, deixada pelas gestões anteriores, é bem diferente de quando o centro foi fundado há cerca de oito anos. De acordo com ela, só para se ter uma idéia da gravidade dos problemas, o Cefor encontra-se com várias irregularidades administrativas sendo investigadas pelo Ministério  Publico Federal.

Rita Pereira destaca que os projetos pedagógicos da instituição sofreram claras deficiências nas suas conduções, a exemplo dos Cursos para Formação de Agentes Comunitários de Saúde e do Curso Complementar de Auxiliar e Técnico de Enfermagem, este último o que sofreu notificações judiciais por apresentar suspeita de irregularidades administrativas.

De acordo Rita Pereira, o curso complementar de auxiliar e técnico de enfermagem contemplou 15 municípios, totalizando 25 turmas com aproximadamente 766 alunos. Neste curso foi executada toda a teoria do 1º Módulo em 23 turmas. Os municípios de Catolé do Rocha e Cajazeiras tiveram as aulas iniciadas e paralisadas e os municípios de Campina Grande e Areia não tiveram estágios supervisionados, segundo informações de quem conduzia o processo.

A nova diretora geral conta que encontrou o Curso de Habilitação de Técnico m Radiologia em andamento, “mas para minha surpresa o convênio  tinha  expirado desde 2008, ou seja,  projeto expirado e projeto não executado”, completou a diretora do Cefor ao destacar que todo curso tem começo, meio e fim e isso não vinha acontecendo no Cefor.

Outra situação preocupante encontrada no Curso de Radiologia foi à operacionalização. De acordo com ela, em relação ao pessoal técnico e administrativo, suas funções encontravam-se em desacordo com o plano de trabalho, levando a distorções relacionadas à nomenclatura e valores pagos.
 
Mesmo diante de todas essas dificuldades, Rita Pereira disse que não vai medir esforços e com o apoio incondicional do secretário da Saúde José Maria de França estar tomando todas as medidas para que alunos, instrutores e fornecedores, e principalmente o alunado “que são os atores fundamentais desse Centro de Ensino, não venham a sofrer prejuízos”.

Quanto ao Curso de Radiologia, já foi solicitado ao Ministério da Saúde a prorrogação do convênio para que as aulas sejam retomadas o mais rápido possível. “Assim que o Ministério da Saúde nos der a resposta estaremos retomando as aulas aqui no Cefor”, garantiu Rita ao destacar que está lutando junto ao MS para equacionar  todos os problemas  que não são considerados de extrema gravidade.

Pagamentos atrasados

Outra situação que chamou atenção da diretora do Cefor foi a grande quantidade de folhas de pagamento atrasadas e a falta de pagamento referente ao material didático e de consumo não só em João Pessoa como também em outros municípios da Paraíba aonde os instrutores dos cursos trabalharam.

“Por ser o Cefor uma escola que tem como objetivo, formar e capacitar profissionais nas áreas de Educação e Saúde,  acredito que não se deve misturar  questões políticas  com  as ações pedagógicas”, comentou Rita Pereira.

No que diz respeito aos problemas de ordem física, Rita Pereira afirmou que encontrou vários equipamentos e mobiliários amontoados no Almoxarifado e outros quebrados, “e que poderiam muito bem estar servindo a classe estudantil, ao corpo docente e a própria administração do Cefor”, completou a diretora.

“Os problemas são muitos, mas vamos trabalhar e com o apoio do secretário José Maria de França  temos a certeza de que vamos resgatar a credibilidade e a referência  que o Cefor sempre teve perante a sociedade paraibana,   com os órgãos estaduais e federais de Saúde e Educação, as instituições de ensino,  ao Sistema único de Saúde,  ao alunado e a rede conveniada  na formação e capacitação de profissionais” , garantiu Rita Pereira.