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Marcha contra manicômios percorre principais ruas do Centro da Capital

quarta-feira, 18 de maio de 2011 - 18:33 - Fotos:  João Francisco/Secom-PB

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Cerca de 500 pessoas participaram da Marcha Manicomial - João Francisco/Secom-PB

‘Não aos manicômios’. Com este grito, uma caminhada com aproximadamente 500 pessoas marcou nesta quarta-feira (18) um dos eventos programado para a Semana Estadual de Luta Antimanicomial: “Além dos Loucos Muros”, aberto na última segunda-feira. A Marcha pelo Dia Nacional de Luta Antimanicomial saiu por volta das 15h do Parque Solon de Lucena, seguindo até a Praça dos Três Poderes. Na frente do Palácio da Redenção, os participantes dançaram ciranda.

Pacientes de vários Caps (Centro de Atenção Psicossocial do Estado) participaram da caminhada. Os usuários dos serviços de saúde mental, funcionários e profissionais de saúde do Estado percorreram algumas ruas do Centro da Capital. Um dos participantes da caminhada, o militar Edvaldo Alves de Lima, disse que está em fase de tratamento através do Caps de João Pessoa e pelo menos uma vez por semana vai até o Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira para avaliação. Para ele e outros dependentes é importante a iniciativa para o fim dos manicômios.

A coordenadora do Caps de João Pessoa, Shilene Queiroz, é favorável à criação de mais Caps e enfatizou que é importante a substituição dos manicômios por outros métodos de atendimento “pois essas pessoas precisam ser integradas à sociedade”. Atualmente são 65 Caps em todo o Estado.

Marileide Martins, do Caps-ad, que atende dependentes de bebida alcoólica e outras drogas, salientou que esse dia de luta é importante para lembrar as autoridades que se trata de um gesto para acabar com as internações, “pois esses pacientes se sentem isolados”, disse. Atualmente cerca de 40 pessoas que apresentam algum tipo de transtorno e dependência química são atendidas nos Caps do Estado.

De acordo com o chefe de Ações Estratégicas do Juliano Moreira, Madson Souza, a caminhada teve como principal objetivo sensibilizar e mostrar para a sociedade e para os membros dos três poderes que a luta antimanicomial existe e que é preciso que se reveja o modo de pensar, ver e tratar o portador de distúrbio mental. “O governador com certeza é sensível a causa, até porque ele foi o autor da Lei Estadual da Reforma Psiquiátrica sancionada em 2004 quando era deputado estadual”, lembrou.

Ele observou ainda que essa semana de luta em defesa do fim dos manicômios já vem acontecendo há três anos e tem à frente um grupo de estudantes do Curso de Psicologia denominado de “Coletivo Canto Geral”, da Universidade Federal da Paraíba. Na próxima semana, essa turma vai realizar um evento semelhante ao que está sendo realizado agora pelo Governo do Estado.

Programação – Ainda como parte da I Semana Estadual da Luta Antimanicomial, nesta quinta-feira (19) a diretora do Geral do Complexo, Flávia Fernando, vai coordenar uma mesa redonda sobre a “Política de Atendimento Integral do Usuário de Crack e Outras Drogas”, às 14h, na PBprev. Às 20h, no pátio externo do Complexo, haverá um sarau poético com o lançamento do livro “Poesia Sem Pele”, de Lau Siqueira, dentre outras atividades culturais.

A partir desta quinta, até dia 27, o Juliano Moreira vai realizar oficinas no próprio Complexo, na escola de Circo Piollin e na UFPB para usuários do serviços de saúde mental. Entre os temas das oficinas estão reciclagem, percussão, música, fotografia, quadrinhos, dentre outros.