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Programa de Assistência às Mulheres Vítimas de Violência Sexual é discutido na Frei Damião

sexta-feira, 1 de julho de 2011 - 16:31 - Fotos:  SEMDH
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Reunião aconteceu na Maternidade Frei Damião. Foto: Secom-PB

As ações do Programa de Assistência às Mulheres Vítimas de Violência Sexual foram debatidas durante reunião, nesta quinta-feira (30), no auditório da Maternidade Frei Damião, considerada referência no atendimento de mulheres vítimas de violência no Estado. O objetivo foi avaliar os serviços oferecidos pelo programa, que existe desde 1998 na maternidade, e fazer um balanço dos primeiros meses deste ano.

Participaram da reunião toda a equipe multidisciplinar que atua no programa, formada por uma assistente social, psicóloga, enfermeira, técnica de enfermagem e um médico, além da secretária Executiva de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, e de representantes da Gerência de Saúde da Mulher e da Gerência Executiva de Atendimento à Saúde. Logo depois, houve uma visita às instalações, onde são realizados os atendimentos às mulheres vítimas de violência.

De acordo com o levantamento feito no período de janeiro a junho deste ano, foram atendidas pelo programa, na Maternidade Frei Damião, 15 vítimas de violência sexual, na faixa etária de 13 a 43 anos, de todas as classes sociais. Para a enfermeira Ednalda de Azevedo Monteiro, o número ainda é pequeno. “A maioria das vítimas é encaminhada por entidades ou conselhos tutelares. Muitas ainda têm medo de denunciar os responsáveis pela violência”, ressaltou.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) promoveu estudos sobre o impacto da violência em alguns países da América Latina. Cada estudo avaliou os gastos com a violência em diferentes âmbitos. Para se ter uma ideia, em percentuais, o custo de gastos com assistência à saúde resultantes da violência foi de 1,9% do PIB no Brasil, em 1997. Na Colômbia foi de 5,0%, no México 1,3% e no Peru 0,3%.

Estima-se que a violência sexual atinja 12 milhões de pessoas a cada ano no mundo. Pesquisas ainda indicam que a violência física nos relacionamentos íntimos normalmente é acompanhada por abuso psicológico e de cerca de metade dos casos por abuso sexual.

Na Maternidade Frei Damião, o maior desafio, segundo o diretor clínico, José Gomes, é a conscientização da população e de todos os profissionais quanto ao valor à saúde. “É necessário mais treinamento para quem trabalha com a rede de saúde como um todo. É preciso motivação e comprometimento para os programas à saúde. Muito já se tem feito, mas é preciso mais. Para se ter uma ideia, a nossa equipe passa por capacitação a cada seis meses”, destacou.

Segundo a coordenadora do Programa de Assistência às Mulheres Vítimas de Violência Sexual, Etiene Galvão, as mulheres atendidas na maternidade Frei Damião, além de ter todo um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, recebem todo o tratamento de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis e HIV.

Qualificar e melhorar a infraestrutura de toda a rede de saúde já existente na Paraíba, principalmente em relação ao enfrentamento da violência contra a mulher, é uma das ações do governo, segundo a Gerente Executiva de Atendimento à Saúde, Claudia Veras. “A gente está tentando articular junto com a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana a ampliação dos serviços de atendimento às vítimas de violência sexual nas redes de saúde do Estado. O nosso objetivo será também de discutir o registro e a notificação dos casos de violência, ampliar a distribuição dos medicamentos de DST´s/HIV e hepatites em todo o Estado”, afirmou.

Para a secretária Executiva de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, a reunião desta quinta-feira foi fundamental para a ampliação das ações do Programa de Assistência às Mulheres Vítimas de Violência Sexual. “O nosso objetivo é fazer um acompanhamento sistemático às mulheres vítimas de violência. Uma vez que o serviço é estatal e precisamos buscar a qualificação e a melhoria dessa assistência. Essa ação é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana e a Secretaria de Estado da Saúde, através da Gerência de Gestão à Saúde. É preciso lembrar que a maternidade Frei Damião é referência estadual nos casos de interrupção da gravidez existente em lei, risco de morte para mulher e estupro”, destacou.