João Pessoa
Feed de Notícias

Hemocentro da Paraíba terá maior disponibilidade de plasma a partir de 2012

quarta-feira, 14 de setembro de 2011 - 15:47 - Fotos: 

O plasma excedente das coletas de sangue feitas pelo Hemocentro da Paraíba passará a ser utilizado em benefício dos próprios paraibanos já a partir de 2012, e não mais doado para a França, como ocorre atualmente. A mudança no procedimento será possível a partir do funcionamento da fábrica que a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) está construindo no município de Goiana/PE. Graças ao novo empreendimento, o plasma excedente será processado no País e devolvido à Hemorrede Nacional com os componentes já dissociados em albumina, imunoglobulina e os fatores sanguíneos 8 e 9.

A Hemobrás é ligada ao Ministério da Saúde e foi criada em 2004 com a finalidade de promover o processamento do plasma utilizado nas bolsas de sangue no País, incluindo o material relacionado ao Hemocentro paraibano, com o qual a empresa mantém contrato. Para atender aos serviços de hemoterapia do País com fornecimento dos componentes do sangue para tratamento de pacientes, a Hemobrás envia, por ano, cerca de 110 mil litros de plasma para processamento no exterior.

O material excedente coletado na Paraíba é enviado à França, onde é processado, mas não é remetido de volta ao Brasil. Esse fato, segundo a diretora geral do Hemocentro, Sandra Sobreira, é prejudicial ao Estado porque os componentes sanguíneos doados à França são essenciais para tratamento de alguns tipos de pacientes com desidratação, baixa imunidade ou portadores de hemofilia, que não possuem a propriedade de coagulação do sangue em seu sistema imunológico.

“Com a instalação da fábrica em Goiana, o plasma excedente da Paraíba não será mais entregue à França, mas processado pela Hemobrás e devolvido a nós, para que utilizemos no tratamento dos nossos pacientes. Além disso, a Hemobrás não vai mais precisar contratar serviços internacionais para atender a demanda nacional, o que significará autossuficiência brasileira no setor de hemoderivados”, explicou Sandra Sobreira.

Ela informou que, por meio do convênio com o Ministério da Saúde, a Hemobrás já entregou e instalou novos equipamentos importantes para a conservação e processamento do plasma na nova fábrica, que deverá começar a funcionar no ano que vem. “Recebemos informações de que já no próximo mês de outubro serão inaugurados os contêineres de armazenamento da fábrica nova”, acrescentou.

Qualidade aprovada – Através dos funcionários da gerência de controle de qualidade, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia promove auditorias em toda a Hemorrede Nacional, inclusive na Paraíba, com o objetivo de fiscalizar a qualidade dos serviços. O Hemocentro Coordenador, em João Pessoa, e o Regional, em Campina Grande, mantêm o convênio com a Hemobrás porque atendem aos critérios exigidos para a oferta dos serviços.

Os dois centros já foram auditados no primeiro semestre deste ano e tiveram seus contratos renovados por manterem o controle de qualidade de acordo com as determinações da RDC n° 57/2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e da Portaria n° 1353/2011, do Ministério da Saúde.

Processamento do plasma – Para dar uma ideia da importância do plasma, a diretora geral do Hemocentro da Paraíba, Sandra Sobreira, explicou que durante uma doação, o voluntário retira 450 mililitros de seu sangue. O sangue doado é fracionado em concentrado de hemácia, concentrado de plaquetas e plasma. Cada doação é dividida em três ou quatro bolsas de sangue para transfusão. Geralmente, a maior demanda dos pacientes é pelos concentrados de hemácias e plaquetas e, por isso, acabam excedendo as bolsas de plasma.

O plasma é mais utilizado para reidratação de pacientes. “Como a demanda é muito baixa, quase sempre sobra muito plasma. Então enviamos o que sobra para a França”, explicou. Ela observou que atualmente o governo federal está financiando a pesquisa e capacitação de profissionais brasileiros em laboratórios de institutos da França, para que possam desenvolver o serviço no Brasil quando a fábrica da Hemobrás for inaugurada em Pernambuco.

A albumina adquirida do processamento do plasma é utilizada para suprir a carência de proteína de pacientes desidratados. A imunoglobulina é utilizada para aumentar a imunidade, e os fatores sanguíneos 8 e 9 são utilizados no tratamento de pacientes hemofílicos, que precisam desses componentes para sobreviver.