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Cobertura vacinal dá à Paraíba bons resultados na luta contra paralisia infantil

quinta-feira, 20 de outubro de 2011 - 11:30 - Fotos:  Walter Rafael/Secom-PB

vacinacao_crianca_foto_walter_rafael1A Paraíba tem muito o que comemorar no Dia Internacional de Mobilização, Divulgação e Ação Contra a Paralisia Infantil, que será lembrado na próxima segunda-feira (24). Um dos motivos é o fato de o Estado ter superado as metas preconizadas pelo Ministério da Saúde de vacinar 95% das crianças menores de 5 anos de idade contra a pólio, a exemplo deste ano: na primeira etapa da campanha, em junho, o Estado vacinou 100,43% (a meta era 295.190, foram vacinadas 296.457); na segunda etapa, em agosto, o índice foi de 100,39% (a meta era 295.190, foram vacinadas 296.328 crianças).

A gerente executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Júlia Vaz, disse que, para marcar a data, haverá no hall de entrada da SES uma exposição fotográfica mostrando a história da poliomielite no mundo, no Brasil e na Paraíba. As pessoas que estiverem visitando a mostra poderão tirar dúvidas sobre as vacinas e receberão informações sobre a importância dos imunizantes na vida das crianças.

De acordo com a consultora do Ministério da Saúde no Nordeste para Paralisia Flácida Aguda (PFA), Dionéia Garcia, a utilização em massa da vacinação contra poliomielite com coberturas acima de 95% da população menor de 5 anos é uma das principais ferramentas para manter a pólio erradicada no país. Ela explicou que também deve ser feito o monitoramento de casos de PFA em menores de 15 anos e em pessoas de qualquer idade com história de viagens ou de contatos com viajantes em áreas onde há circulação do poliovírus, como também se devem notificar casos de PFA imediatamente à autoridade sanitária local, regional e estadual.

Riscos – Mesmo com toda essa vigilância, Dionéia disse que casos de paralisia infantil podem voltar a ser registrados no Brasil, porque existem países onde a doença é endêmica, outros onde ela foi restabelecida e, ainda, países onde estão ocorrendo casos importados, com surtos. A consultora esclareceu que a pólio existe há milhares de anos. “No Brasil, de 1968 a 1989, havia cerca de 30 mil casos registrados, sendo que o último registro da doença foi na cidade paraibana de Sousa, em 1989”.

A doença – Também chamada de paralisia infantil, a poliomielite é  uma doença infecto-contagiosa provocada por um vírus (poliovírus), que  se caracteriza por paralisia de início súbito.

A boca é a porta de entrada do poliovírus, ocorrendo transmissão pela via oral (pelas gotículas, ao falar, tossir ou espirrar), principalmente pelo contato direto pessoa a pessoa. O único reservatório da poliomielite é o homem. O vírus se instala e se multiplica no tubo digestivo e logo pode apresentar viremia, com a invasão do sistema nervoso central e o ataque às células motoras.

Pode haver ausência de sintomas até manifestações neurológicas graves. Nas formas paralíticas, ocorre instalação súbita de deficiência motora (paralisia), acompanhada de febre.  Para prevenir a doença, as crianças menores de 5 anos devem ser vacinadas. Além disso, deve-se manter a higiene pessoal, domiciliar e ambiental (com água de boa qualidade e  destino adequado dos dejetos).

Segundo Dionéia, não há tratamento específico para a poliomielite. “Tratam-se a sintomatologia e as complicações. Todos os casos devem ser hospitalizados para tratamento de suporte, pois esta doença deixa sequelas graves e pode levar a óbito”, alertou a consultora do Ministério da Saúde.

Quando tomar a vacina – As campanhas de vacinação contra a pólio independem das doses que são aplicadas na rotina dos postos de saúde, e que fazem parte do calendário vacinal da criança. A criança toma a primeira dose aos dois meses de idade, aos quatro meses, a segunda, e, aos seis meses de idade, a terceira dose.

Com um ano e três meses, a criança recebe um reforço e, mesmo assim, deve tomar a vacina durante as campanhas que se sucederem. Até os 5 anos, a criança pode tomar até 15 doses da vacina contra a poliomielite.