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Governo e PMJP discutem ações de saúde para população negra com doença falciforme

terça-feira, 25 de outubro de 2011 - 16:28 - Fotos: 

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, e a Prefeitura de João Pessoa (PMJP) realizam, nesta quarta (26) e quinta-feira (27), no Hotel Ouro Branco, na Capital, o I Seminário Municipal e o II Seminário Estadual de Saúde da População Negra. No dia 27, comemora-se nacionalmente o Dia de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, data significativa na luta pelos direitos a uma política de saúde equânime e igualitária.

Os dois eventos têm como principal objetivo discutir a implementação da política de saúde da população negra e do programa de atenção às pessoas com doença falciforme na Paraíba a partir da sistematização de propostas de gestão e atenção à saúde, que visem promover a equidade racial na saúde, como também sensibilizar e capacitar profissionais e gestores acerca da política de saúde desse público.

A discussão em torno da dimensão racial do processo saúde-doença ganhou visibilidade no Estado durante o I Seminário Estadual de Saúde da População Negra. Desde então, instaurou-se um processo de implementação de políticas públicas de recorte racial, desdobramento de processos nacionais que refletem o resultado da mobilização e organização dos movimentos sociais negros, mulheres negras de religião de matriz africana, quilombola, entre outros.

O Seminário terá a participação de representante do Ministério da Saúde, Governo do Estado, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria de Política para Mulheres, profissionais da rede de serviços de saúde municipal, trabalhadores das 14 gerências regionais do Estado, apoiadores matriciais dos Distritos Sanitários, docentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), residentes de Saúde da Família e movimentos sociais, que estão inseridos nos cenários de prática da rede municipal de saúde.

Em João Pessoa, os pacientes com a doença falciforme são atendidos no Hemocentro, onde passam por exames periódicos de Eletroforese de Hemoglobina pelo método HPLC (Cromotografia líquida de alta resolução), hemograma e sorologia e recebem medicação. O Hemocentro também oferece tratamento e os pacientes são atendidos por uma equipe multiprofissional formada por médico (hematologista), enfermeiro, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e odontólogo.

Segundo o Ministério da Saúde, doenças como hipertensão arterial, diabetes mellitus, HIV/Aids, tuberculose, hanseníase, câncer de colo uterino e mama, miomas, transtornos mentais e doença falciforme acometem mais a população negra do Brasil. De acordo com o Ministério, o motivo dessa incidência está diretamente relacionado às desigualdades sociais decorrentes de questões regionais, étnico-racionais, etária, de gênero e territoriais. Diante desse cenário, o Governo Federal percebeu ser de extrema importância a implantação de uma política nacional com o objetivo de reduzir indicadores de morbimortalidade dessas patologias nessa população por meio da promoção, prevenção, atenção, tratamento e recuperação de doenças e agravos transmissíveis e não-transmissíveis.

Outros dados – Ainda segundo o Ministério da Saúde, o racismo é uma das expressões mais fortes dessas desigualdades, atingindo 47% da população brasileira. Com relação à saúde, o problema se reflete nos dados epidemiológicos que evidenciam a diminuição da qualidade e da expectativa de vida da população negra, tanto pelas altas taxas de morte materna infantil como pela violência vivenciada de forma mais intensa por esse grupo populacional.

Sobre a patologia – A anemia falciforme é a doença hereditária mais comum em todo o mundo. Decorrente de uma mutação genética ocorrida em populações do continente africano, ela chegou ao Brasil por meio da migração forçada. Dados do Programa Nacional de Triagem Neonatal mostram que nascem no Brasil, por ano, 3,5 mil crianças com doença falciforme.