Apropriando-se de uma linguagem bem conhecida entre os internautas de rede social, quem dita o que é o “toptrends” do Salão de Artesanato são os visitantes. No bom português, a tendência do evento, eleita pelo público, são os trabalhos em habilidades manuais, conforme foi atestado por relatório periódico de vendas.
O artesanato das rendeiras e bordadeiras homenageadas nesta edição se manteve em primeiro lugar desde o início do Salão. Em segundo lugar, na preferência dos visitantes, estão as peças caprichosas e diferenciadas de trabalhos em pintura, bijuteria, acessórios e ornamentação – alguns dos itens que estão expostos no Salão de Artesanato, nesta categoria.
Com os produtos, que podem ser conferidos nos corredores montados no Jangada Clube, os trabalhadores manuais comemoram os resultados de mais de R$ 100 mil reais em vendas, levando em consideração que, ao longo das semanas, eles saltaram posições no ranking, pois a tipologia, em princípio, não estava entre as mais procuradas por visitantes.
Permuta – Desde a última sexta-feira (13), 44 novos expositores trocaram de lugar com outros 62, que participavam do Salão desde o dia 3 de janeiro. Estes, por sua vez, substituíram 48 expositores que iniciaram junto com o evento, no dia 22 de dezembro. Segundo a coordenadora executiva do Salão de Artesanato, Ladjane Souza, a permuta foi necessária para atender a todos os interessados.
“Existe uma demanda muito grande no setor de habilidades manuais, e para dar vez a todos, como uma forma de inclusão social, dividimos estes produtores em três turmas. Cada uma teve o direito de expor no Salão de Artesanato por dez dias. A proposta do rodízio foi interessante não só para o artesão, mas também para o visitante, porque ele pode conferir novidades ao longo do evento”, explicou.
Participante desta terceira turma, a produtora de bijuterias de Campina Grande, Jeanny Mirtes, declarou-se impressionada com o resultado da feira. No período de sexta-feira (13) até esta quarta-feira (18), ela vendeu mais de R$ 2,5 mil em peças. “Nunca aconteceu isso em feira alguma de que participei. Em tão pouco tempo o resultado já superou a expectativa. Até a segunda-feira, quando julguei ter movimentação fraca, me surpreendeu. E olha que viajo pelo Brasil todo para expor meu trabalho”, ressaltou.
As peças de Jeanny variam de R$ 25 a R$ 125. Foram justamente o preço mais acessível e a variedade das peças desta tipologia os motivos que conquistaram a turista de Fortaleza, Rafaela Almeida.
A turista revelou que o artesanato da Paraíba não é muito diferente do cearense, mas se surpreendeu com a qualidade que encontrou no Salão paraibano. “Em 2009, quando estive aqui – não no Salão, porque foi em agosto –, levei roupa em algodão colorido, que achei muito interessante, pois era novidade para mim. Mas só desta vez, conhecendo o evento, pude perceber o quanto é rico o artesanato paraibano”, relatou Rafaela.
Habilidades manuais – De acordo com a Curadoria do Artesanato, órgão veiculado à Secretaria de Estado da Cultura, há diferença entre artesanato e habilidade manual. Para ser um artesão, existem dez condições básicas embasadas pelo Programa de Artesanato Brasileiro. Dentre elas, estão a referência da regionalidade e o domínio do manuseio da matéria prima, usando apenas 10% de instrumentos.
Já os trabalhadores manuais podem ser classificados como aqueles que adquirem habilidades que podem ser aprendidas por meio de revistas, livros, programas de TV etc. e que manipulem 10% da matéria de forma manual. Ou seja, 90% dos materiais são montados.
Ranking de vendas – O 15º Salão de Artesanato da Paraíba fechou o último dia 15 de janeiro com vendas no valor de R$ 777.667,55. No ranking das cinco tipologias mais vendidas, destacam-se: fios (R$ 115.783,00), habilidade manual (R$ 102.416,50), madeira (R$ 91.215,00), tecelagem (R$ 85.844,20) e algodão colorido (R$ 77.332,00).
O Salão de Artesanato da Paraíba é uma realização da Secretaria de Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico (Setde), com coordenação geral da primeira-dama do Estado, Pâmela Bório. O funcionamento é diário, das 15h às 22h, no Jangada Clube, na praia do Cabo Branco, em João Pessoa, e vai até o dia 22 de janeiro. A entrada é gratuita.
