Jaca, jenipapo, tomate, caju, tamarindo, abacaxi com cachaça, banana com canela… Elencado assim, até pode parecer itens de um mercado público, mas são os produtos encontrados no 15º Salão de Artesanato da Paraíba. Em forma de licores, doces, cocadas, bolos, biscoitos, pães, trufas, estes são alguns dos elementos da gastronomia – umas das 17 tipologias trabalhadas no evento.

Uma realização do Programa de Artesanato da Paraíba, vinculado à Secretaria de Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico (Setde), o objetivo do Salão de Artesanato é expor itens tradicionais da região. Logo, os sabores e comidas típicas não poderiam ficar de fora. “Em nossa gastronomia existe tanto regionalismo quanto em nosso artesanato”, explicou a coordenadora executiva do evento, Ladjane Souza. Por esse motivo, a gastronomia já é uma categoria veterana.

Embora os decretos governamentais 24.840/2004 e 26.095/2005, sobre os procedimentos para análise, classificação e registro do artesanato da Paraíba, não a classifiquem a como artesanato, a gastronomia traz, em suas raízes, características culturais, hereditárias e de produção manual          semelhantes. E essa espécie de gastronomia artesanal, conforme Ladjane, tem a aprovação do público.

Expositores têm sucesso nas vendas – Natural de Guarabira, Betejane Bernadino dos Santos cresceu observando a mãe produzir licores. Há meio século, Maria Eva confecciona artesanalmente o produto na região. Agora, aos 72 anos, passou o posto de venda e divulgação para a filha. “Tem fruta que demora até um ano para ficar pronta. É um trabalho habilidoso, que minha mãe adquiriu sozinha, sentindo os sabores e experimentando as combinações”, explicou Betejane.

Ela revelou que as duas se preparam para o 15º Salão de Artesanato durante seis meses. “Tem sabores que já se acabaram. As vendas estão muito boas. O cliente percebe e dá valor quando o trabalho é artesanal. ‘Lágrima de Cristo’, uma especialidade nossa, já está esgotado. Nenhum outro colega que expõe no Salão tem este licor, que leva vinho, canela e dois ingredientes que são segredo”, comentou.

Público aprecia gastronomia – Os namorados de Belo Horizonte, Fabiana Társia e Alexandre Gomes, visitam pela primeira vez a Paraíba. Eles elogiaram a organização, a limpeza, a qualidade de vida e, claro, a comida da Capital. “Comemos um caranguejo ao molho de coco na praia que dá água na boca só de lembrar. Notamos que tem muitas comidas e ingredientes típicos daqui que parecem pesado, caem leve e têm digestão rápida”, disse Fabiana.

Embora vindos de um Estado tradicionalmente gastronômico, conhecidos no país por sua “comida de boteco”, eles aprovaram o tempero paraibano, tanto que deram uma paradinha nos estandes da gastronomia. “Na mala, já vai licor, doce e, se der, a gente ainda leva frutas da época”, comentou Alexandre.

Funcionamento – Ainda dá tempo de conferir o 15º Salão de Artesanato da Paraíba. A feira continua até o próximo domingo (22), no Jangada Clube, na praia do Cabo Branco, em João Pessoa. Aberto diariamente, das 15h às 22h, a entrada é gratuita. A organização do evento alerta, no entanto, que apesar de estar próximo à praia, não é permitida a entrada em trajes de banho. Mais informações ao público podem ser obtidas pelo telefone: (83) 3247 3001.