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Hospital Edson Ramalho é pioneiro na capacitação de funcionários em libras

quinta-feira, 1 de março de 2012 - 15:19 - Fotos:  Secom-PB

Para oferecer mais qualidade e eficiência no atendimento e tratamento da população, o Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho foi pioneiro, na Paraíba, na capacitação dos funcionários com o curso da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O hospital recebe aproximadamente cinco pacientes com deficiência auditiva por mês e, dominando a linguagem de sinais, os funcionários podem identificar mais rapidamente o problema desses usuários e dar encaminhamento de maneira mais rápida e humanizada.

O curso de Libras do hospital foi implantado no segundo semestre de 2010, e 43 funcionários já foram capacitados. Na primeira turma, que ofereceu o módulo 1 e aconteceu de julho a dezembro de 2010, dez funcionários concluíram o curso. Na segunda turma, 15 funcionários concluíram o curso, que ofereceu o mesmo módulo nos meses de fevereiro a junho de 2011. Já no segundo semestre do ano passado, foram formadas duas turmas: uma com o módulo 1, que formou 12 funcionários, e outra com módulo 2, que formou seis funcionários.

A coordenadora do Centro de Educação Permanente (CEP) do hospital, capitã Edileide Bezerra Nascimento, contou que o interesse em criar o curso surgiu depois que ela presenciou a dificuldade para atender um paciente que chegou ao hospital em 2010. “Como ele estava muito agitado e não conseguia se comunicar, ainda se cogitou a possibilidade de ele sofrer algum transtorno mental, mas só depois conseguimos entender o que ele queria porque ele escreveu em um papel”, comentou.

O CEP já está com inscrições abertas para uma nova turma que será iniciada no dia 7 de março e o limite por turma são 30 vagas. As aulas têm duração de uma hora, acontecem uma vez por semana e são ministradas gratuitamente pelo professor Francisco Roberto de Assis, da Universidade Unida da Paraíba (UNPB). Segundo a capitã Edileide, os horários são determinados de acordo com a disponibilidade dos participantes.

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Foto: Secom-PB

“Já realizamos o curso pela manhã, depois no horário do almoço e agora pretendemos realizar as próximas aulas no horário do final da tarde, sempre com o objetivo de atingir todos os funcionários do hospital. Geralmente, selecionamos funcionários de vários setores, como da recepção, do serviço social, da urgência e da enfermagem. As aulas são dinâmicas e o professor usa apostilas, data-show e exercícios avulsos”, disse.

Segundo a capitã Edileide, com a conclusão do nível 1, os funcionários já estão habilitados para atender os pacientes com deficiência auditiva ou na fala. “Uma de nossas funcionárias já passou por uma prova de fogo depois que terminou o curso. Na enfermaria da maternidade, chegou uma gestante que não falava e não ouvia. E como nossa funcionária já sabia a linguagem de sinais, atuou como intérprete da paciente para toda a equipe”, contou.

A linguagem de sinais ensinada no curso é focada nos termos e expressões do meio da saúde e comumente utilizada em hospitais. São palavras que estão mais relacionadas ao atendimento médico como sintomas, remédios e doenças. “Principalmente no setor de fonoaudiologia, os funcionários recebem muitos pacientes que não ouvem ou não falam e precisam utilizar a linguagem de sinais para poder compreendê-los e atendê-los. Na formatura da turma, pudemos ver o professor dialogando com os alunos por meio da linguagem de sinais. Todos apresentaram desenvoltura e habilidade para conversas básicas”, disse.

Ainda no ano passado, quando foram inauguradas a pracinha e a Capelania Evangélica do hospital, os alunos do curso fizeram apresentações musicais e teatrais em Libras para mostrar o que aprenderam no curso. “Conseguimos um atendimento muito mais humanizado dessa forma. O paciente se sente mais acolhido e compreendido. Se sente igual, como realmente é”, concluiu a capitã.

Libras – O que diferencia as Línguas Brasileira de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual e espacial. Ela tem sua origem na Língua de Sinais Francesa. As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional. Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como língua.