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Pesquisa traça perfil de lavador de carro na orla de João Pessoa

domingo, 8 de janeiro de 2012 - 14:15 - Fotos:  Vanivaldo Ferreira/Secom-PB
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Flanelilnhas da orla pessoense estão sendo registrados. Foto: Vanivaldo Ferreira/S

Cerca de 60 questionários foram aplicados nesse sábado (7) com os lavadores de carros que ficam na orla de João Pessoa. Esta é a primeira etapa do projeto Flanetur – Flanelinhas no Turismo, realizado pela parceria entre a Empresa Paraibana de Turismo (PBtur), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano (Sedh), a Polícia Militar e a Prefeitura de João Pessoa.

A pesquisa está sendo realizada por técnicos da Sedh, até a próxima quinta-feira (12). A equipe aborda os flanelinhas e aplica o questionário com 14 perguntas (como nome, endereço, escolaridade, experiência trabalhista e outras) que ajudam a compor o perfil social destas pessoas.

“Estamos identificando e quantificando para fazer um cadastro dos lavadores de carro e, assim, oferecer melhores condições para que eles possam exercer a profissão, que é regulamentada por lei. Em parceria com outras secretarias, vamos criar políticas publicas para estes profissionais”, afirmou a secretária da Sedh, Aparecida Ramos.   

Documentos – Segundo a coordenadora da pesquisa, Thais Angélica Macedo, neste primeiro contato com os lavadores de carro não houve resistência, mas muitos alegavam não ter documentação, e outros sequer sabiam assinar o nome. “Como estamos constatando, muitos não têm documentação. Acredito que o próximo passo será providenciar a emissão de documentos para estas pessoas”, afirmou.

Entre um carro e outro – A atividade de lavar carro na orla de João Pessoa é exercida, na maioria, por homens, mas algumas mulheres também disputam o mercado, como é o caso de Solange do Nascimento. Aos 41 anos, ela trabalha de terça-feira a domingo, próximo ao Largo da Gameleira, em Tambaú.

“Tenho um filho maior de idade e meu companheiro é pescador. Tive problemas de cabeça e já precisei ficar internada no Juliano Moreira algumas vezes, mas vivo de lavar carro. Consigo ganhar até R$ 60 por semana. Espero que esse trabalho de vocês possa melhorar as coisas pra gente”, disse Solange, que não sabe assinar o nome e encarou a pesquisa como uma esperança.   

Quem também deseja dias melhores é Wellington Lopes da Silva, outro lavador de carro na Gameleira. A atividade começou a ser exercida por ele há um ano, por falta de oportunidades. “Nunca ouvi ninguém dizer que lavar carro é uma profissão, mas já que vocês estão dizendo, vou acreditar”, disse ele com um misto de orgulho e desafio.