João Pessoa
Feed de Notícias

Cadastro de doadores de medula óssea na Paraíba cresce 145,88%, em seis meses

quinta-feira, 27 de agosto de 2009 - 09:53 - Fotos: 

O número de doadores voluntários cadastrados para transplante de medula óssea mais do que dobrou na Paraíba, nos últimos seis meses. De acordo com levantamento realizado pelo Laboratório de Biologia Molecular do Hemocentro da Paraíba, responsável pelo cadastro, o número de pessoas cadastradas subiu de 2,5 mil para 6.147, o que representa um aumento de 145,88%. A quantidade ainda é pequena, levando em consideração que, no Brasil, se estima que haja um doador compatível em cada grupo de 100 mil pessoas.

A coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular, Rosineide Soares Ribeiro Pontes, explicou que as campanhas de conscientização para conquistar novos doadores vão continuar. “Mesmo com esse crescimento, o número de voluntários cadastrados para transplante de medula óssea é pequeno em nosso Estado, principalmente se considerarmos que a probabilidade de haver um caso de compatibilidade, no Brasil, é de um para cada 100 mil e, no mundo, é de um para um milhão. Daí a necessidade de se expandir o cadastro e aumentar o número de voluntários”, justificou.

Ela atribuiu o aumento de voluntários para a doação de medula óssea às campanhas de conscientização que vêm sendo realizadas pelo Hemocentro, a exemplo da que aconteceu recentemente na região de Campina Grande e atingiu os municípios de Queimadas, Pocinhos e Riachão do Bacamarte. Além dessa campanha, o Hemocentro está fazendo um trabalho junto aos doadores de sangue. Uma psicóloga vem conversando com os doadores para que eles, além da doação do sangue, se tornem também voluntários para o transplante de medula óssea. “Para isso basta apenas uma amostra a mais de sangue e que o interessado autorize o seu cadastro”, explicou Rosineide Soares.

Como se cadastrar - No Hemocentro da Capital as pessoas interessadas em fazer parte do cadastro podem procurar o serviço nas segundas, terças e quartas-feiras, das 7h às 17h. “Se vierem na quinta e na sexta e quiserem se cadastrar, nós fazemos o agendamento”, garantiu.  Em Campina Grande a coleta pode se feita de segunda a sexta-feira das 8h às 16h e os hemonúcleos também podem fazer a coleta com agendamento prévio. Pode ser doador a pessoa com idade entre 18 e 55 anos e que esteja gozando de boa saúde.

A coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular do Hemocentro da Paraíba lembrou que no mês de março deste ano a Paraíba teve um caso de compatibilidade. O doador foi submetido a novos exames e o Instituto do Nacional do Câncer, Inca, se encarregou de providenciar o transplante.

Todo esse processo, segundo Rosineide Soares, ocorre de forma sigilosa e não são divulgados nem o nome do doador e nem do receptor para evitar especulações e eles só se conhecem se houver manifestação de ambas as partes. Ela disse ainda que todos os procedimentos para que o transplante se concretize, a exemplo de passagem, alimentação e hospedagem do doador são pagos pelo Sistema único de Saúde (SUS).  O doador também é dispensado do seu trabalho.

Cadastro nacional - Ela disse também que o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) mantém um intercâmbio com os bancos da Inglaterra, Japão e Estados Unidos, o que aumenta mais a chance de se descobrir um doador compatível. O exame realizado que identifica a tipagem genética da medula óssea é o HLA e são necessários apenas 5ml de sangue. Dentro de no máximo uma semana será possível identificar se a pessoa que fez a doação de sangue é compatível com alguém que está esperando por um transplante.
        
Rosineide Pontes disse que a cada dia aparecem novos pacientes que precisam de um transplante. Esse cadastro é feito em nível nacional. Geralmente as pessoas que precisam de um transplante de medula óssea sofrem de leucemia, linfomas alguns tipo de anemia dentre outras doenças.

A medula é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
 

Assessoria de imprensa da SES-PB