João Pessoa
Feed de Notícias

Eventos marcam Dia Nacional de Combate ao Tabagismo

sexta-feira, 28 de agosto de 2009 - 09:05 - Fotos: 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está realizando uma série de eventos para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, 29 de agosto. Neste sábado, garçons que trabalham em bares, restaurantes, boates e shoppings estarão vestidos com camisas padronizadas, divulgando a importância de ambientes livres de tabaco. As ações alusivas à data foram iniciadas no último dia 21 com um treinamento e serão encerradas na quinta-feira (3), com a realização do I Curso Norte/Nordeste de Atualização em Tabagismo, na Capital. Na Paraíba, 700 mil pessoas são dependentes do fumo e, a cada ano, milhares morrem com doenças relacionadas ao vício. 

Segundo a chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES, Lourdes de Fátima Sousa, a finalidade da ação é alertar a população, principalmente os jovens, sobre os malefícios do cigarro para a saúde. “Temos que fazer campanhas de conscientização constantemente, pois o tabagismo é uma pandemia responsável por 5 milhões de mortes, por ano, no mundo. Na Paraíba, no ano passado, 218 morreram com câncer de pulmão e brônquios, 40 com câncer de boca, 55 com câncer de faringe, 52 de laringe, 221 com tumores de estômago, 280 de próstata, 165 de mama, 81 com tumores de colo de útero, 739 por hipertensão e 1.358 por acidente vascular cerebral”, ”, alertou Lourdes de Fátima Sousa.

Capacitação e debate - Ela lembrou que as ações para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo foram iniciadas no último dia 21, quando a SES realizou uma capacitação para cerca de 100 profissionais que atuam nos centros de atendimento ao fumante, de 26 municípios paraibanos, com população acima de 20 mil habitantes. Ainda como parte da programação, às 18h da quarta-feira (2), será exibido o filme ‘Fumando Espero’, de Adriana Dutra, na Faculdade Iesp, em João Pessoa. Em seguida, acontecerão debates com a participação da diretora-executiva da Aliança de Controle do Tabagismo no Brasil (ACTBR) Paula Jonhs e da jornalista Alessandra Torres.

A programação será encerrada na quinta-feira (3), com a realização do I Curso Norte/Nordeste de Atualização em Tabagismo, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde, Associação Médica Brasileira (Regional Paraíba), Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) e Secretaria de Saúde do Município de João Pessoa. O evento acontecerá na Estação Cabo Branco, na Capital, e vai reunir representantes do Instituto Nacional do Câncer (Inca), das sociedades de Pneumologia dos Estados do Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Bahia, além de profissionais da área do tabagismo das redes de saúde pública e particular.

Queda no número de fumantes – Segundo dados repassados pelo Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES, estatísticas mostram que, de cada 100 pessoas que começam a fumar, 90 estão na faixa etária de 12 a 19 anos. De acordo com uma pesquisa feita pela Vigitel (Vigilância de Fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico), entre 2006 a 2008, houve uma queda acentuada de fumantes, ano a ano. Em 2006, o número de fumantes maiores de 18 anos representava 15,9% da população brasileira; em 2007, caiu para 14,5% e, em 2008, baixou para 12,2%.

Lourdes de Fátima explicou que esse sistema de informação norteia todas as políticas públicas realizadas pelo Inca e pelo Ministério da Saúde para o combate ao tabagismo. Ela atribuiu essa queda no número de fumantes às campanhas de conscientização realizadas pelos poderes públicos alertando sobre os malefícios do cigarro.

Para ela, o tabagismo, antes visto como um estilo de vida, é atualmente reconhecido como uma dependência química que expõe os indivíduos a inúmeras substâncias tóxicas. “O controle do tabagismo exige um eficiente e sistemático mecanismo de vigilância para monitorar as tendências de consumo de tabaco com implementação de ações preventivas, legislativas”, disse Lourdes de Fátima. Entre essas estratégias, ela destacou o monitoramento da proporção de fumantes, a partir de estudos populacionais periódicos.

Indústria atrai jovens - De acordo com Lourdes de Fátima Sousa, a indústria do tabaco sempre trabalhou com o objetivo de transformar o cigarro em um símbolo de masculinidade e sucesso pessoa. “Mas, por trás disso, o que se queria era atrair o adolescente”, comentou. Ela explicou que a indústria do tabaco viu que a adolescência coincide com o processo de sedimentação da personalidade, fragilizando o jovem e tornando-o um potencial consumidor de seus produtos.

Para Lourdes de Fátima Sousa, apesar de todas as campanhas de combate ao tabagismo realizadas pelos governos Federal e Estadual, as pessoas continuam fumando sem se importar com os malefícios que o fumo causa no organismo.  “É difícil convencer um adolescente a parar de fumar. Ele jamais vai aceitar a idéia de que daqui a 15 ou 20 anos possa ter um câncer de pulmão ou infarto do miocárdio, por causa do fumo”, afirmou.

Assessoria de Imprensa da SES-PB