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Hospital de Trauma de João Pessoa é referência na captação de órgãos

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012 - 15:20 - Fotos:  Claudio Cesar/Secom-PB
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Fachada do Hospital de Trauma em João Pessoa. Foto: Claudio Cesar

Por meio da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), o Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena se tornou referencia na captação de órgãos e tecidos para transplantes na Paraíba. Integrado à Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Trauma, em 2011, foi responsável por 75% das captações feitas em todo o Estado.

O trabalho da comissão se inicia nas visitas diárias às diversas áreas do hospital, principalmente nas UTIs, para a avaliação de pacientes com possível morte encefálica. Havendo a suspeita, a comissão inicia o protocolo e realiza todos os testes obrigatórios. Depois da notificação do óbito pelo médico responsável pelo paciente, a comissão inicia o processo de entrevista com os familiares para uma possível doação. Além disso, a Cihdott tem como função desenvolver processos de educação continuada para os profissionais que atuam na unidade.

“A captação de órgãos envolve não só a vítima, mas toda a família, e a equipe multidisciplinar do hospital precisa estar capacitada para essa demanda, já que, pelo perfil, o Trauma é uma grande porta de entrada de urgências e emergências, tendo um enorme potencial de possíveis doadores”, disse a enfermeira Manuella Nóbrega.

Para o coordenador da Cihdott, Napoleon Ferreira, a grande demanda por transplantes de órgãos e tecidos e o baixo número de doadores é um grave problema de saúde pública no país. O reconhecimento da morte encefálica, a correta abordagem aos familiares e a manutenção clínica do possível doador falecido, são de suma importância para diminuir esta desigualdade. “É preciso desmistificar a doação de órgãos e tecidos no Brasil. Ainda há muito medo, mitos e dúvidas sobre a doação. O grande  desafio para a equipe é convecer a população de que doar órgãos é um gesto de generosidade”, ressaltou.

Segundo a assistente social Geise Pacote, é importante um acompanhamento familiar adequado antes de iniciar qualquer abordagem para a doação de órgãos, já que esta decisão deve ser tomada no momento em que a família perde um ente querido. “Por meio desse gesto, a linha da morte de alguns pode ser o recomeço de uma nova vida para outros”, finalizou.