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PB sedia treinamento para implantação do novo método de diagnóstico do calazar

terça-feira, 8 de maio de 2012 - 16:24 - Fotos: 

A Paraíba vai sediar, nesta quarta (8) e quinta-feira (9), um treinamento para a implantação do novo método de diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), mais conhecida por calazar.  O encontro começa a partir das 8h, no Hotel Igatu, na Praia de Cabo Branco, em João Pessoa, e vai contar com a participação de cerca de 30 técnicos entre médicos veterinários e laboratoristas da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

No ano passado, somente no Laboratório de Saúde Pública do Estado (Lacen), foram analisadas 1.929 amostras para diagnóstico do calazar e, desse total, 198 deram positivas, o que corresponde a 10,26%. Este ano, das 1.191 amostras, 165 confirmaram como calazar, o que representa um percentual de 13,85%. Na Paraíba, quatro laboratórios do Estado localizados nos municípios de João Pessoa (Lacen), Cajazeiras, Patos, e Campina Grande realizam o diagnóstico do calazar.

A gerente Executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Júlia Vaz, explicou que a capacitação será ministrada por técnicos do Ministério da Saúde e do Laboratório Biomanguinhos, do Paraná, responsável por 85% dos insumos para o diagnóstico do calazar.  “O treinamento tem o objetivo de melhorar a qualidade diagnóstica dessa doença nesses três Estados e, a partir dessa capacitação, teremos um resultado mais preciso, rápido e confiável da doença”, disse Julia Vaz.

Ela explicou que o treinamento será composto por dois módulos, sendo um teórico, a ser realizado nesta quarta-feira (9) no Hotel Igatu e um prático, que acontecerá na quinta-feira (10), no laboratório do Centro de Controle de Zoonoses em João Pessoa.

 

O chefe do Núcleo de Controle de Zoonoses da SES, Francisco de Assis Azevedo, explicou que com esse novo método, que consiste em um teste rápido, o resultado da doença deverá sair em no máximo 15 minutos. Antes, a sorologia demorava cerca de quatro semanas. “Essa nova metodologia não vai eliminar a anterior, que continuará sendo feita normalmente”, explicou Assis Azevedo.

 

Ele informou que, a partir desse treinamento, a Secretaria de Estado da Saúde vai elaborar um cronograma de atividades para capacitar os profissionais da área de zoonoses de todas as regionais de saúde sobre o novo método de diagnóstico do calazar.  “A nossa intenção é começar usar esse novo diagnóstico o mais rápido possível”, explicou.

 

O calazar é uma doença causada pelo protozoário tripanossomatídeo Leishmania chagasi. É transmitida por vetores da espécie Lutzomia longipalpis e L. cruzi; mosquitos de tamanho diminuto e de cor clara, que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico (ex: galinheiros). Suas fêmeas se alimentam de sangue, preferencialmente ao fim da tarde, para o desenvolvimento de seus ovos.  Os animais com calazar apresentam sinais como emagrecimento, perda de pelos, lesões na pele e, na fase final da doença, crescimento desordenado das unhas. Já no ser humano, os principais sintomas da doença são manchas no corpo, febre, anemia, palidez acentuada e inchaço abdominal. O tratamento é de 20 dias de medicamentos e vacinas.