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Criança tem alta e Arlinda Marques já prepara quarta cirurgia cardíaca

quarta-feira, 19 de agosto de 2009 - 13:59 - Fotos: 
A primeira criança submetida a uma cirurgia cardíaca no Hospital Arlinda Marques, em João Pessoa, já está em casa. A menina Jordânia da Silva Félix, 4 anos, recebeu alta hospitalar no começo da noite da terça-feira (18).

A cirurgia, realizada no último dia 11, marcou o início do funcionamento do primeiro serviço público de referência em cardiologia infantil do Estado. Nesses nove dias, três crianças já foram operadas e a quarta cirurgia está agendada para esta quinta-feira (20).

Um dia antes de deixar o hospital, a menina aproveitou para se divertir na brinquedoteca. Acompanhada da mãe, a agricultora Risonete Francisco da Silva, 30 anos, ela contou que estava com saudades das irmãs. “Quero brincar com elas quando chegar”, disse. Jordânia mora com os pais e as três irmãs de 10, 12 e 13 anos, no sítio Capim de Cheiro, município de Capim de Mamanguape. Ela sofria de uma cardiopatia congênita conhecida como persistência do canal arterial (PCA), e esperou três anos e meio pela cirurgia.

Final feliz
– “Quando recebi a notícia de que ela iria fazer a cirurgia, não sabia se ria ou chorava. Foi muito tempo de espera. Era um sofrimento ver a minha filha triste, porque não podia brincar como as outras crianças. É difícil explicar a uma criança de quatro anos que ela não pode correr ou pular, mas eu tinha que controlar, porque ela cansava muito. Agora, isso acabou”, disse a mãe da menina.

Depois de passar oito dias com a filha no hospital, Risonete comemorou a volta para casa. Ela deixou as outras filhas com o marido e a mãe, e estava ansiosa para rever a família. “Não vejo a hora de chegar em casa. Estou muito feliz de sair daqui com a minha filha boa e saber que vou rever o meu marido e as outras meninas”, comentou.

Vida normal – A coordenadora do setor de Cardiologia Pediátrica do Arlinda Marques, Kalessa Vaz, disse que Jordânia terá uma vida normal a partir de agora. “Esse tipo de cardiopatia da qual ela sofria é totalmente corrigida durante a cirurgia.

Ela vai ser acompanhada no ambulatório do hospital durante algum tempo e precisará tomar medicamento para controlar a pressão arterial por seis meses, mas terá uma vida normal como a de qualquer outra criança”, garantiu a médica.

Três dias depois da cirurgia de Jordânia, foi a vez da menina Letícia Vieira de Araújo, 4 anos, passar por uma intervenção semelhante. Na segunda-feira (17), Eduarda Kethilly da Silva, 8 anos, veio em seguida. A próxima cirurgia deve ser a de Emylly Estefane da Silva, que está agendada para esta quinta-feira (20).

Criação de rede – A implantação do serviço no hospital do Estado foi o primeiro passo para a criação da Rede de Cardiologia da Paraíba, que começou a ser formatada há menos de dois meses.

O hospital conta com dois leitos de UTI para a cardiologia e a expectativa é que realize duas cirurgias por semana, oito por mês. A equipe médica é chefiada pelo cardiologista Maurílio Onofre e conta com cerca de 50 profissionais, incluindo cirurgiões, clínicos, paramédicos, enfermeiros e outros especialistas.

Por enquanto, serão feitas no Arlinda Marques cirurgias de casos menos complexos (70% do total). Os mais complexos continuarão sendo encaminhados a outros Estados pela Central Estadual de Regulação de Alta Complexidade (Cerac).

Este ano, 55 crianças cardiopatas foram encaminhadas a outros Estados para se submeter a procedimentos cirúrgicos. Desses encaminhamentos, 54 foram feitos após a atual gestão assumir o governo.
    

Da Assessoria de Imprensa da SES-PB