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Números apontam aumento da elucidação de homicídios em CG

quarta-feira, 9 de maio de 2012 - 10:33 - Fotos:  Xico Moraes/Secom-PB

campina grande acude velho foto xico moraes (1)Com o apoio da população e através de um trabalho de inteligência, a Delegacia de Crimes Contra a Pessoa de Campina Grande desvendou 51 dos 62 casos de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) – homicídios, latrocínio e lesão corporal seguida de morte – registrados nos primeiros quatro meses deste ano. De acordo com os números, o índice de elucidação de autoria é de 82%. O bom resultado, segundo a titular da delegacia, Cassandra Maria Duarte, reforça a segurança da população do município e reduz os índices de criminalidade.

“Em primeiro plano, lutamos para que os homicídios não aconteçam, mas o alto índice de elucidação mostra que a polícia está trabalhando, que os crimes não estão impunes. Além disso, saber a autoria dos crimes, retirar os criminosos de circulação e mapear os pontos de ocorrência dos homicídios contribui para reduzir esse tipo de crime no município”, analisa a delegada.

De acordo com Cassandra, com esse trabalho, a polícia alcançou entre 2010 e 2011 uma redução de 12% no número de CVLI, em Campina Grande. A tendência é que os números continuem em queda. “Em abril, também percebemos a redução de CVLI. No ano passado, Campina teve 18 homicídios, no mesmo mês, e em 2012 foram 13”, compara. Com cinco crimes a menos, a redução desse tipo de crime foi de 27% em relação ao ano anterior.

O alcance dos altos índices de autoria em Campina Grande (que acontece desde o ano passado quando se apontou o autor dos homicídios em 65% dos casos) começou a ser obtido depois que os casos de CVLI foram concentrados na Delegacia de Crimes Contra Pessoa, o que possibilitou o mapeamento desse tipo de crime no município. “Antes, os assassinatos eram investigados nas delegacias distritais, na área em que ocorriam. Agora todos têm que vir obrigatoriamente para a Delegacia de Homicídio. Com isso, conseguimos traçar o perfil dos crimes, levantar o histórico deles, os locais e horários em que mais acontecem, o que quase sempre leva aos autores”, explica Cassandra.

Parcerias – A polícia em Campina Grande também conta com apoio de dois aliados fundamentais no combate à criminalidade: a população e o Poder Judiciário. De acordo com a delegada Cassandra Duarte, com a diminuição da sensação de insegurança, a comunidade se aproxima da polícia e denuncia. “Estamos recebendo cada vez mais informações da população, especialmente através do disque-denúncia 197, que possibilita o anonimato de quem liga. Para a elucidação dos homicídios é fundamental porque o nosso maior empecilho é a falta de testemunhas”, diz.

Ainda segundo a delegada, o Poder Judiciário também é essencial para os bons índices alcançados pela polícia, seja na parte prévia, ao conceder rapidamente os instrumentos de cautela, como os mandados de prisão, ou posteriormente com o julgamento dos acusados. “A polícia necessita dessa parceria com o Judiciário para trabalhar. O que nós percebemos aqui em Campina é que nossos pedidos têm sido analisados prontamente e também que a maior parte dos indiciados é condenada, mostrando a seriedade do nosso trabalho”, destaca a delegada.

Operações – A Polícia da Paraíba realiza, desde o ano, passado diversas operações de combate à criminalidade na região de Campina Grande. A última, denominada Palácio de Hades, foi desencadeada no dia 13 de abril e resultou na prisão de nove pessoas, acusadas de serem os autores de pelo menos 12 homicídios na região. Com o grupo, foram apreendidos seis espingardas de grosso calibre.

Em Março, a polícia realizou a operação Phoenix, que resultou na prisão oito pessoas, além de apreensão de armas, carros e motocicletas, no bairro do Mutirão. Com a ocupação da área, se restabeleceu vias de acesso que vinham sendo bloqueadas por traficantes que chegaram a alvejar uma viatura policial.

Em fevereiro, a polícia conseguiu prender todos os envolvidos no estupro coletivo e assassinatos de duas mulheres, no município de Queimadas, microrregião de Campina Grande. Os três adolescentes acusados de participação no crime foram responsabilizados e cumprem medida sócio-educativa, os sete adultos estão presos e aguardam julgamento.