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Salão de Artesanato da Paraíba reúne artesãos e associações de tecelagem

sexta-feira, 8 de junho de 2012 - 12:29 - Fotos:  Ernane Gomes/Secom-PB

coletiva_artesanato_fotos Ernane Gomes (21)Mais de 200 artesãos e associações de tecelagem estarão no 16º Salão de Artesanato da Paraíba, que começa no próximo domingo, em Campina Grande. Nesta edição, o tema escolhido será “Tecendo Tradições” e o universo colorido e minucioso das redes, com seus trançados e tramas, será o foco do evento.

No Estado, as cidades que têm tradição na arte da tecelagem são Campina Grande, Santa Luzia, Aparecida, Catolé do Rocha, Gurinhém, Fagundes, Boqueirão, São Bento e Galante. As redes dessas cidades são famosas em todo o País, com destaque para a arte de São Bento, que ostenta o título popular de “Capital Mundial das Redes”.

Em Campina Grande, a fábrica Entrefios, que faz parte do Programa de Artesanato da Paraíba (PAP) é um dos exemplos das iniciativas de sucesso no ramo da tecelagem. De acordo Nora Cristina Oliveira,  proprietária da Entrefios, a produção da fábrica é de 350 redes por mês, em média, que são exportadas para todo o Brasil e países como Holanda, Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Portugal.

Segundo o gerente de produção, José Pereira de Araújo, a cultura da fabricação de redes já está na família há quatro gerações. Ele, que é responsável pela criação das peças, explica que seu trabalho não tem manual de instruções, é pura arte. “Crio uma peça hoje e amanhã não posso repetir. É dom mesmo que Deus me Deu. Imagino as cores e começo a brincar com elas. Crio uma padronagem na minha mente e só depois repasso para um caderno tudo que imaginei. É muita responsabilidade, mas é maravilhoso poder trabalhar com esse mundo”, explica.

Ao todo, o 16º Salão de Artesanato da Paraíba vai reunir trabalhos de cerca de 500 artesãos, entre os dias 10 e 30 de junho, durante o maior São João do Mundo, em Campina Grande. Nesta edição, na entrada do Salão, os visitantes poderão aprender sobre a técnica da tecelagem, em uma mostra especial. Outras tipologias também farão parte dos estandes de vendas, como cerâmica, madeira, fios, fibra, algodão colorido, metal, couro, pedras, cordel, xilogravura, brinquedos, artesanato indígena, entre outras.

História – As redes de dormir são de origem indígena e a fabricação se expandiu, inicialmente, no município de Boqueirão, de acordo com estudos e a história passada de geração em geração entre as famílias que têm a tradição das redes.

Antigamente, todo o processo era manual e o tingimento 100% natural: as cores eram extraídas de frutas, plantas e raízes. Atualmente, apesar de o mercado oferecer diversas possibilidades de corantes, a Paraíba possui vários artesãos que utilizam o algodão colorido, que é ecologicamente correto e não necessita de tingimento artificial. As redes de dormir foram se popularizando e hoje são símbolos da cultura paraibana.