A memória e a importância do musicólogo e historiador Domingos de Azevedo foram reverenciadas na tarde desta terça-feira (18), no Auditório Verde do Espaço Cultural, em João Pessoa. Amigos e parentes estiveram presentes, lembrando o valor de Domingos para a memória musical da Paraíba. Seis dos sete filhos do historiador compareceram ao evento, assim como o historiador Balduíno Lélis, o escritor e produtor José Bezerra e o cantor Lis Albuquerque, entre outros que encheram o auditório anexo ao Banguê.

Formaram a mesa de trabalhos o presidente da Funesc, Maurício Burity; a vice, Ana Gouveia; o advogado Elmano Cunha Ribeiro, filho de Domingos; o coordenador do Centro de Documentação e Pesquisa Musical José Siqueira (fundado pelo homenageado), Washington Alves da Rocha; a escritora Anice de Brito Lira – primeira funcionária do Centro José Siqueira; a servidora Clélia Buriti e o poeta Mário Bento de Morais.

“No Centro de Documentação e Pesquisa Musical José Siqueira tudo transpira, exala sua alma, sua vida, seus objetivos, seu desprendimento material e dedicação à música”, destacou Anice de Brito Lira, em seu discurso.

A pianista Isa Y Pla e o genro de Domingos, Edival Toscano Varandas, executaram clássicos da música popular e erudita. A execução das obras, como lembrou Washington, se justificou na medida em que a música era a maior paixão de Domingos de Azevedo.

Domingos de Azevedo Ribeiro faleceu no dia 27 de maio, aos 88 anos, deixando para a Paraíba um legado de formação e informação musical. Em vida, foi amigo de escritor modernista e musicólogo Mário de Andrade, dirigiu a Orquestra Sinfônica da Paraíba entre 1952 e 1965 e foi o primeiro presidente da Orquestra de Câmara de João Pessoa, tendo publicado mais de 40 trabalhos, entre ensaios e livros, sobre história e música.

Uma de suas maiores ações foi fundar, em uma sala da rampa 2 do Espaço Cultural José Lins do Rego, o Centro de Documentação e Pesquisa Musical José Siqueira. Aberto a consulta pública, o Centro José Siqueira desenvolve diversas atividades, como a organização do acervo musical paraibano (com vistas a preservar a memória da música do Estado), além de atualizar uma hemeroteca de jornais e revistas especializada e um arquivo de imagens voltados à música.

Essa produção está à disposição de estudantes, músicos, compositores, professores e pessoas ligadas à musica popular, edudita e folclórica. Lá, o público irá encontrar desde músicas produzidas pelos escravos, abordando a abolição, até obras de Villa-Lobos e Mozart.

Da Assessoria de Imprensa da Funesc, com fotos de Arion Farias