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Funesc homenageia um dos mais importantes historiadores da música da PB

sexta-feira, 14 de agosto de 2009 - 11:26 - Fotos: 

Domingos de Azevedo Ribeiro teve toda uma vida dedicada à música paraibana. Morreu no último dia 27 de maio, aos 88 anos de idade, deixando um patrimônio artístico inestimável para o Estado. Por esse reconhecimento, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) dedica ao musicólogo e historiador um evento em sua memória na próxima terça-feira (18), a partir das 14h30, no Auditório Verde, rampa 4 do Espaço Cultural José Lins do Rego, em Tambauzinho, João Pessoa.
 
Palestras com o jornalista Ricardo Anísio e com a escritora Anice de Brito Lira, performance com a pianista  Isa Y’Plá e com a violinista Lis Dália e recital de poesia com Mário Bento de Morais integram a programação, que inclui uma exposição sobre o Acervo Domingos de Azevedo. O encerramento será feito pelo atual diretor do Centro de Pesquisa Musical José Siqueira, Washington Alves da Rocha. Clélia Burity irá presidir a mesa do evento.
 
Para Funesc, Domingos de Azevedo doou boa parte do seu acervo. São partituras de músicas populares e eruditas, concebidas por artistas paraibanos. Também doou um rico acervo em recortes de jornais e revistas que registram a evolução da música na Paraíba e no Brasil ao longo do século 20. Foi dessa maneira que, em 22 de novembro de 1987, Domingos fundou o Centro de Documentação e Pesquisa Musical José Siqueira.
 
Aberto a consulta pública, o Centro José Siqueira desenvolve diversas atividades, como a organização do acervo musical paraibano (com vistas a preservar a memória da música do Estado), além de atualizar uma hemeroteca de jornais e revistas especializada em música e um arquivo de imagens voltadas ao assunto. Essa produção está à disposição de estudantes, músicos, compositores, professores e pessoas ligadas à musica popular, erudita e folclórica no Espaço Cultural José Lins do Rego. Lá, o público irá encontrar desde canções produzidas pelos escravos – abordando a abolição – até obras de Villa-Lobos e Mozart.
 
“É significativa e meritória a contribuição que o ilustre musicólogo vem prestando, na Paraíba, à música nordestina”, chegou a assinalar, certa vez, o crítico de arte paulista Guido Careno, sobre a importância de Domingos de Azevedo.
 
SOBRE DOMINGOS

Natural de Pirpirituba, Domingos de Azevedo Ribeiro nasceu no dia 18 de agosto de 1921. Estudou no Liceu Paraibano, onde iniciou suas atividades literárias e musicais. Nessa época, tornou-se amigo do musicólogo Mário de Andrade, que o estimulou a estudar a música paraibana, pois já via no jovem estudante um musicista de valor.
 
Dirigiu a Orquestra Sinfônica da Paraíba entre 1952 e 1965. Foi fundador e primeiro presidente da Orquestra de Câmara de João Pessoa e ajudou a fundar o Conservatório de Música e chegou a coordenar o setor de Música da Secretaria de Educação e Cultura do Estado. Foi membro da Sociedade de Cultura Musical da Paraíba, membro da Sociedade Brasileira de Museologia (sediada em São Paulo) e vice-diretor do Centro Nordestino de Pesquisa e Musicologia, com sede no Recife.
 
Domingos de Azevedo pertenceu aos quadros da Associação Paraibana de Imprensa (API) e da Academia Brasileira de História. Foi vice-presidente da Academia de Letras Municipais do Brasil, Secção Paraíba, e presidente do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica. Foi sócio-correspondente do Colégio Brasileiro de Genealogia (RJ), da Academia de Letras de Campina Grande, do Instituto Histórico do Rio Grande do Norte e do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano, e primeiro presidente da Academia Paraibana de Música.
 
Deixou aproximadamente 40 publicações, entre artigos de jornais, plaquetas e livros, entre eles “João Pessoa e a Música” (1978), “Música e História” (1980), “Antenor Navarro e a Revolução de 30” (1981) e “A Música em Augusto dos Anjos” (1984).