Segundo ele, o município possuía um cemitério indígena, dentro de uma caverna granítica, mas que foi completamente devastado. “O proprietário do local cometeu, no mínimo, dois crimes: um contra o patrimônio natural e outro contra o patrimônio cultural do Brasil”, disse o professor.
Para ele, um mau costume se disseminou entre os paraibanos nos últimos tempos, quando pseudo-pesquisadores, arqueólogos, paleontólogos e espeleológicos vêm prejudicando, em vez de preservar, os ambientes tombados pela União e pelo Estado. “Quase sempre essas pessoas ‘descobrem’ os sítios e, mediante a emoção do momento ou da fama, espalham aos quatro cantos do Estado, as riquezas naturais e culturais desses locais”, lamentou.
Ao que parece, em Queimadas permanece esse tipo de atitude, sendo raro encontrar sítios que não sofreram ações de vândalos. “Nos últimos tempos, o absurdo do descumprimento da legislação protecionista chegou ao extremo: rodovias são construídas ou duplicadas sem o devido levantamento das ocorrências arqueológicas. Açudes são construídos, rios são canalizados, conjuntos residenciais e condomínios edificados sem que arqueólogos sejam contratados para a realização do devido estudo, como estabelece a legislação em vigor no país”, informou o professor.
O resultado dessa ação contra o patrimônio é a destruição e o encobrimento da história dos antepassados, quando todo material de pesquisa é extraído e espalhado sem critérios, não restando nenhuma informação nessas regiões que possa ser fornecida sobre o passado.