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Profissionais da maternidade Peregrino Filho, em Patos, são treinados para atender mulheres vítimas de violência

quinta-feira, 27 de setembro de 2012 - 17:17 - Fotos: 

Todos os profissionais da Maternidade Dr. Peregrino Filho, da cidade de Patos, estão sendo capacitados sobre Atualização no Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência. A capacitação é de iniciativa Secretaria de Estado da Saúde (SES)  e  do  Instituto Social Fibra.

O evento aconteceu nesta quarta-feira (26) e quinta-feira (27) no auditório da 6ª Gerência Regional de Saúde, tendo como facilitadoras Nelize Granjeiro, Ana Targino e Ângela Pontes de Aquino, técnicas da SES. Na abertura a coordenadora de enfermagem da Peregrino Filho, Gigliola Fernandes Silva falou da proposta de educação continuada da Maternidade, que é referência no atendimento à mulher vítima de violência.

Nessa capacitação a equipe da SES está trabalhando todos os setores de acolhimento da Maternidade Peregrino Filho, inclusive na sensibilização desde a porta de entrada, com porteiros, maqueiros, triagem, equipe médica, na própria Maternidade. Três tópicos estão sendo discutidos com as turmas, formadas por psicólogos, farmacêuticos, enfermeiras e técnicas de enfermagem: sensibilização do profissional em saúde, dando grande ênfase no cuidar; apresentação do protocolo de assistência à mulher vítima de violência na Maternidade Peregrino Filho e o preenchimento na ficha de notificação compulsória.

“Todos os anos a gente realiza essa atualização devido às mudanças no quadro funcional. É preciso que todos saibam como fazer esse acolhimento a quem chega numa situação bastante constrangedora ao Hospital”, disse Ana Targino, que coordena a capacitação.

Em relação à cidade de Patos,  ela disse que há um agravante em relação à violência contra a mulher: a prostituição, muitas vezes associada ao consumo de drogas, em que garotas vendem seu corpo para manter o vício, como também a violência doméstica. Ângela Porto apresentou a ficha de notificação que passa a fazer parte da rotina dos funcionários da Maternidade. Falou dos procedimentos a ser adotados pelo acolhimento, os tipos e lesões, a evolução do quadro da mulher que chega apresentando sintomatologia de agressão, como também que encaminhamentos devem ser adotados pela Maternidade.

Algumas estatísticas são apresentadas nessa atualização com o pessoal da Peregrino Filho, como a de 70% dos casos de violência contra a mulher serem cometidos por seus parceiros; de cada 100 mulheres assassinadas 60 são mortas dentro de casa e a que aponta a capital João Pessoa como sendo a segunda do país em violência contra a mulher.

Ana Targino disse que a Lei Maria da Penha (11.340/06), que provocou desde sua aprovação a abertura de mais de 300 mil processos, supera 100 mil sentenças e mais de 1.500 prisões deu maior visibilidade à violência contra a mulher. Mas também alertou para o crescimento da violência, que precisa ser denunciada, até mesmo pelos vizinhos, que não precisam se identificar para fazer isso.

Na Paraíba 37 municípios informam casos de violência contra à mulher no SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A Maternidade de patos, que reativou sua Comissão de Combate à Violência contra a Mulher, também passa fazer parte dessa rede de notificação, com essa capacitação. Este ano a Peregrino Filho já tem o registro de quatro mulheres vítimas de violência.