O Projeto Cooperar apoia ação de beneficiamento de resíduos sólidos recicláveis que é modelo no país. Na cidade de Bonito de Santa Fé, a 524 quilômetros de João Pessoa, 113 catadores de lixo agora são agentes ambientais. Eles se organizaram em uma associação e firmaram convênio com a prefeitura local no valor de R$ 27 mil mensais. Além desses recursos, rateados entre os 113 associados, eles têm renda extra com a coleta seletiva e venda de papel, papelão, vidro, pneus, ferro e outros materiais recicláveis.
Para consolidar a iniciativa, os agentes ambientais e a prefeitura solicitaram apoio do Cooperar. Com recursos na ordem de R$ 399 mil liberados no ano passado pelo Banco Mundial, eles estão construindo um galpão, um escritório para a associação, e adquirindo um caminhão, balanças e uma prensa para facilitar o carregamento do material reciclado e transporte até as empresas compradoras, localizadas em municípios da região.
Pioneirismo – O formato do projeto é pioneiro no país e chamou a atenção dos organizadores da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a Rio + 20, realizada no mês de junho deste ano. Um vídeo- documentário produzido pelos próprios agentes foi exibido e aplaudido no evento.
A presidente da Associação dos Catadores e Material Reciclável de Bonito de Santa Fé, Rita da Silva Miguel, disse que até então o trabalho tinha sido árduo, no sol, na chuva. “Com a construção do galpão e a aquisição do caminhão e dos equipamentos, nosso trabalho vai ser feito de forma mais organizada e o Cooperar tem sido um parceiro importante”, revelou Rita.
Os recursos incluem a compra de fardamento, luvas e todo equipamento individual necessário para a atividade diária. A líder dos agentes ambientais destaca que o projeto de sucesso está atraindo o interesse de outros moradores da cidade.
Mobilização – A prefeitura de Bonito de Santa Fé, com o apoio dos agentes ambientais, está alertando a população sobre a importância do beneficiamento de resíduos sólidos recicláveis. A coleta do lixo na cidade é alternada. Em três dias da semana acontece a coletiva seletiva. Com apoio da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), a prefeitura local está implando um aterro sanitário.
A meta é criar um consórcio envolvendo os municípios vizinhos. Boa parte das mulheres que integram a associação prestava serviço como gari. Outras pessoas que hoje também são associadas catavam lixo. Todos foram capacitados e a criação da entidade aconteceu em 2011.
O coordenador geral do Cooperar, Roberto Vital, afirmou que a visita foi positiva e observou que para atingir o desenvolvimento sustentável é preciso ter resultados concretos no menor espaço de tempo, como visto nesses locais. “Os projetos verificados estão dando essa resposta”, comemorou o gestor.
O representante do Banco Mundial, Edward Bresnyan, visitou Bonito de Santa Fé e enfatizou que é importante as parcerias com o poder público municipal, estadual e federal, além do associativismo para que haja maior facilitação na captação dos recursos.
“Vimos exemplos de mudança tecnológica e de processos que vão melhorar o desenvolvimento local. Gestão, planejamento e coordenação dos esforços são os caminhos para inclusão produtiva e o Estado, o Banco Mundial e o Governo Federal têm interesse em contribuir com essa meta de inclusão produtiva”, destacou.