Com o objetivo de divulgar os sintomas da Hanseníase e as formas de tratamento, além dos locais de referência no tratamento da doença, o Complexo Hospitalar de Doenças Infectocontagiosas Clementino Fraga (CHCF), que integra a rede hospitalar do Estado, realizou nesta quarta-feira (23) e quinta-feira (24) uma programação especial alusiva à Campanha Nacional de Prevenção da Hanseníase.
Na quarta-feira (23) houve a distribuição de materiais educativos e realização de exames rápidos de pele na feira livre em Jaguaribe. Já nesta quinta (24), pacientes e funcionários participaram de um café da manhã e assistiram a apresentação teatral do Grupo Cia do Sorriso que teve como tema “Hanseníase tem cura! ”. O grupo é composto por quatro funcionários do hospital.
Para Diretora do Clementino Fraga, Adriana Teixeira, o objetivo é chamar atenção da população para os exames preventivos, evitando o surgimento de novos casos da doença. “Essa é um tipo de doença que antigamente era muito discriminada, com o passar do tempo essa realidade mudou, por isso a importância de discutir o assunto com amigos e familiares. Nosso hospital está cada vez mais especializado e mais preparado para atender a todos os pacientes de portas abertas. Temos avançado muito na qualidade do atendimento e tratamento dos usuários, em novembro de 2012, por exemplo, a unidade entrou no programa de acessibilidade social”, ressaltou.
Ainda segundo Adriana, no hospital Clementino Fraga o tratamento é gratuito, assim como também o fornecimento de medicamentos, além disso, o hospital montou uma oficina onde são confeccionadas sandálias adaptadas para estes tipos de pacientes. As sandálias são produzidas por um sapateiro especializado no assunto e treinado pelo Ministério da Saúde.
Segundo a gerente operacional do Núcleo de Doenças Endêmicas, Mauricélia Holmes, a hanseníase está controlada no Estado. “O índice de novos casos vêm diminuindo, mas por se tratar de uma doença infectocontagiosa, existe sempre uma preocupação por parte dos profissionais com relação ao estigma e o preconceito para com as pessoas portadoras da doença, por isso a importância deste evento levar informação à população sobre o assunto”, explicou.
Balanço: De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2011, foram diagnosticados 687 novos casos de hanseníase na Paraíba e, em 2012, foram 675 casos (dados parciais). No Hospital Clementino Fraga 229 casos foram registrados em 2012, entre eles 213 adultos e 16 crianças, sendo 98 do sexo feminino e 131 masculino.
Doença - A hanseníase é uma doença infecciosa e atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos. É importante que, ao perceber algum sinal, a pessoa com suspeita de hanseníase não se automedique e procure imediatamente um serviço de saúde.
É preciso observar manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo e áreas da pele que não coçam, mas que causam a sensação de formigamento e ficam dormentes, com diminuição ou ausência de dor, da sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque.
Tratamento - Todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. A doença pode causar incapacidades físicas, evitadas com o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento, gratuito e eficaz, pode durar de seis a doze meses. Os medicamentos devem ser tomados todos os dias, em casa, e uma vez por mês no serviço de saúde. Também fazem parte do tratamento exercícios para prevenir as incapacidades físicas, além de orientações da equipe de saúde.