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Programa atende portador de deficiência auditiva em 60 municípios

segunda-feira, 3 de agosto de 2009 - 10:53 - Fotos: 

Uma parceria entre os governos federal, estadual e municipal está permitindo ao Hospital Edson Ramalho fornecer gratuitamente aparelhos auditivos aos pacientes diagnosticados com perda da audição. O programa atende a pessoas residentes em cerca de 60 municípios, entre João Pessoa e Campina Grande. Se a prótese fosse adquirida, o paciente desembolsaria entre R$ 500 e R$ 700. Há uma demanda reprimida em torno de 270 pessoas.

A ação foi retomada recentemente depois que a Diretoria Administrativa localizou em torno de 380 aparelhos individuais, guardados em uma sala do hospital. O primeiro passo foi tentar localizar as pessoas que deveriam ter sido beneficiadas, enviando telegramas ou dando telefonemas para que elas comparecessem ao hospital para receber o equipamento, feito a partir de um molde individual. “O programa estava desacreditado porque não houve a entrega dos aparelhos” explica o diretor administrativo, tenente Ronaldo Miguel.

O fluxo de atendimento é feito em três etapas: a primeira é o acolhimento, com a consulta e a realização dos exames para detectar a necessidade ou não do equipamento; a segunda é a vinda para fazer a pré-moldagem (ocorre às segundas-feiras, à tarde, no auditório do hospital) e a terceira ocorre 40 dias depois, com o retorno para receber o aparelho e ficar em teste por 30 dias, sendo feito ajustes quando necessário.

O diretor chama a atenção para o fato de que é importante agendar a consulta pelo telefone 3218-7801. Em média, o Ministério da Saúde disponibiliza recursos para atender a até 100 pessoas por mês. “Só sabe o que é deficiência auditiva quem tem um parente com ela”, comenta o tenente Ronaldo,  enfatizando a elevação da qualidade de vida quando o problema é tratado. A documentação necessária é a carteira de identidade, o CPF, o comprovante de residência e  o Cartão do SUS, atualizados.

A saúde do paciente

A primeira etapa é a consulta com o otorrinolaringologista, que verifica a saúde do ouvido do paciente. Segundo o médico Alexandre José de Machado, os casos mais comuns são de presbiacusia (perda de audição pelo envelhecimento); depois de deficiência causada pela exposição ao barulho no ambiente de trabalho (PAIR) e de origem genética (a criança nasce surda).

Nesta última situação, pode haver restos de audição e com o uso da prótese desde cedo, a criança pode aprender a falar e ter uma vida normal. Mas, quando há nenhuma audição, o paciente é enviado para implante coclear, que está sendo feito no Rio Grande do Norte.

A surdez de origem genética pode estar associada às causas perinatais, como parto complicado e anoxia (falta de oxigenação na hora do nascimento) e às doenças da mãe durante a gravidez como a rubéola.

Exames especializados gratuitos

Oito fonoaudiólogas atendem aos pacientes. Na cabine acústica, com o uso do audiômetro, se confere a perda auditiva. Em outra sala, são feitos os exames B.E.R.A – de audiometria do tronco cerebral, pelo qual se mede a freqüência das ondas cerebrais e o de emissões, que permite  verificar as células ciliadas externas, que leva o som do ouvido ao cérebro. Os procedimentos duram em torno de uma hora. Tudo é feito gratuitamente. Se fossem realizados em uma clínica particular, a pessoa desembolsaria em torno de R$ 300,00 pelos exames.

10% rejeitam o aparelho

Quando a pessoa não aceita bem o uso da prótese auditiva, ela é encaminhada para o atendimento psicológico. Em média, 10% dos pacientes têm problema de rejeição, segundo a psicóloga Lenize Arruda. Em geral, são as mulheres que procuram esconder o pequeno aparelho, deixando o cabelo mais comprido para cobrir a orelha.
 
Documentação: Identidade, CPF, comprovante de residência e Cartão do SUS atualizados

Naná Garcez, da Secom, com fotos de Cláudio César