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Artesanato de cerâmica e fibra de coqueiro são destaques em salão

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013 - 09:13 - Fotos:  Walter Rafael/Secom-PB

17.01.13 salao_artesanato_eliane pereira_fotos_walter rafael (1)Conhecer um pouco da história e cultura da Paraíba, compreendendo o significado da peça que está adquirindo, é um dos objetivos proporcionados aos visitantes do 17º Salão de Artesanato Paraibano, que está localizado na Jangada Clube, Praia do Cabo Branco, em João Pessoa. Nesta edição, que traz como tema o “Imaginário Infantil”, o salão abre espaço para as diversas tipologias, entre elas, a cerâmica preta de dona Nevinha de Itabaiana, as peças populares em barro da ceramista Maria José Evaristo, de Areia, e os produtos da fibra da palha do coqueiro das artesãs de Pitimbu.

“Um erro no processo de queima da cerâmica acabou deixando-as preta e, por este motivo, meus produtos se tornaram referência da Paraíba e da minha terra Itabaiana”, disse a ceramista Nevinha, ao explicar o segredo das suas panelas que hoje estão presentes em vários lugares do Brasil e do exterior, como Portugal, Alemanha, Inglaterra e até Dubai.

O processo de fabricação é longo e vai desde a extração da argila da própria região e de cupissura, do município de Alhandra, até a temperatura ideal no forno. Dentre os produtos mais vendidos estão os copos de caldinho, as travessas e tapioqueiras que suportam a temperatura do fogão convencional a gás e até microondas. “Ganhamos muita visibilidade depois que participamos do salão e, graças a Deus, estamos fechando uma encomenda de 4.200 peças para um restaurante na Inglaterra”, disse a ceramista orgulhosa ao lembrar o início difícil da profissão que aprendeu com o marido.

Natural de Areia, a artesã Maria José Evaristo, 66 anos, participa pela primeira vez do Salão de Artesanato, expondo as tradicionais panelas de barro. “Aprendi a fazer as panelas tirando o barro do quintal de casa ao lado da minha mãe e secando ao sol quando eu ainda tinha 12 anos. Criei meus 10 filhos vendendo cerâmica e hoje estou muito feliz por estar neste espaço tendo meu produto valorizado”, relatou a artesã, agradecendo a oportunidade pela visibilidade que seus produtos têm ganhado no salão.

As peças são um atrativo, principalmente para os colecionadores, que podem encontrar miniaturas de fogareiro, quartinho de água, cuscuzeira, panelas e até mesmo o famoso porquinho de moedas.

Outra arte encontrada apenas na Paraíba são os produtos feitos da fibra da palha do coqueiro, exposta pelas artesãs do Grupo Trançados, da Praia de Pitimbu. Há 10 anos trabalhando ao lado das seis irmãs, a artesã Eliane Pereira, 47 anos, apresenta aos visitantes do salão uma variedade de fruteiras, vasos, luminárias, bandejas ornamentais e flores, tais como o lírio, espirradeira, copo de leite, antúrio, girassol e elicônia.

“Tiramos as folhas do coqueiro, limpamos a fibra da palha, vamos formando os desenhos à mão e fixando com cola branca. Para dar o acabamento, envernizamos. Hoje nossos produtos são reconhecidos e valorizados”, disse a artesã ao relatar o processo de fabricação e o aumento das encomendas durante a participação no salão.

Serviço – O tempo de funcionamento do salão foi estendido até o dia 27 deste mês, de segunda a sexta-feira, das 15h às 22h, e nos sábados e domingos, das 15h às 23h. A feira é aberta ao público e a entrada é franca. O evento é uma realização do Programa de Artesanato da Paraíba, coordenado pela primeira-dama Pâmela Bório, vinculado à Secretaria de Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico (Setde).