João Pessoa
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Governo do Estado orienta municípios sobre situação epidemiológica da coqueluche

segunda-feira, 4 de março de 2013 - 12:18 - Fotos: 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde, alerta a todos os  profissionais de saúde, da rede pública e privada, quanto ao cenário epidemiológico atual da coqueluche no Estado. Dados da SES apontam aumento relevante no ano de 2012 e até o presente momento de 2013.

A incidência dos casos notificados neste ano, que é de 0,88 por 100 mil habitantes, já ultrapassa as taxas dos anos anteriores, que eram as seguintes:

2007 – 0,27

2008 – 0,75

2009 – 0,19

2010 – 0,24

2011 – 0,61

2012 – 1,78

2013 – 0,84

Devido a essa situação, a recomendação às equipes de vigilância epidemiológica das secretarias municipais da saúde é notificar o caso na ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e realizar a investigação do caso, além de coletar secreção de nasofaringe por meio de swab nasal, seguindo o protocolo disponibilizado pelo Laboratório de Saúde Pública do Estado (Lacen-PB).

Para que a coleta ocorra de forma satisfatória, devem-se priorizar os casos em que a antibioticoterapia ainda não foi instituída ou que estão em uso de antimicrobiano há menos de três dias, seguindo os procedimentos preconizados pelo Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde quanto à coleta, ao transporte e ao acondicionamento do material clínico, para o êxito do isolamento e identificação do agente etiológico.

De acordo com a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, o tratamento da doença deve ser iniciado de imediato e a Eritromicia é o antimicrobiano de escolha para o tratamento da coqueluche, por ser mais eficiente e menos tóxico. Esse medicamento é capaz de erradicar o agente no organismo em um ou dois dias, quando seu uso for iniciado durante o período catarral ou no início do período paroxístico, promovendo, assim, a diminuição do período de transmissibilidade da doença. “No entanto, faz-se necessário procurar atendimento para que o medicamento seja prescrito em doses adequadas por profissionais capacitados”, alertou.

Ela orienta, ainda, o desencadeamento de medidas de proteção individual e coletiva, ou seja, os doentes com suspeitas de coqueluche devem ser mantidos em isolamento respiratório durante cinco dias após o início do tratamento antimicrobiano apropriado. Nos casos não submetidos à antibioticoterapia, o tempo de isolamento deve ser de três semanas.

Outra medida é que, logo que se tenha conhecimento da suspeita de caso de coqueluche, deve-se desencadear um bloqueio vacinal seletivo nas áreas onde o paciente esteve no período de transmissibilidade, com vistas a aumentar a cobertura vacinal. Deve-se também avaliar rotineiramente as coberturas vacinais dos menores de seis anos com as vacinas pentavalente e reforço da DTP, assim como implementar estratégias de vacinação (caso a cobertura vacinal seja inferior a 95%) para o alcance da cobertura vacinal. “A principal medida de prevenção contra a coqueluche é a vacinação dos suscetíveis na rotina das unidades básicas de saúde. A vacina contra a coqueluche deve ser aplicada mesmo em crianças com histórico anterior da doença”, afirmou Talita Tavares.

Dados – De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a Paraíba registrou, no período de 2007 a 2012, 145 casos suspeitas de coqueluche, sendo 10 em 2007, 28 em 2008, 7 em 2009, 9 em 2010, 23 em 2011 e 68 em 2012. Este ano, até o dia 26 fevereiro, foram notificados 32 casos de coqueluche.

Entre os 68 casos do ano de 2012, destaca-se que 60,2 % ocorreram em crianças menores de um ano, 11,7% dos casos em crianças de 1 a 4 anos, 10,2% em crianças de 5 a 9 anos, 13,2% de 10 a 14 anos e 4,4% dos casos de 20 a 29 anos de idade.

“Tal cenário assemelha-se a situação epidemiológica nacional. Segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária que apresenta o maior número de casos e incidência da doença é a dos menores de um ano de idade. Essa faixa etária corresponde a cerca de 70% dos casos de coqueluche no Brasil. Além disso, menciona-se que das notificações do ano de 2012 destaca-se o município de João Pessoa com um número absoluto de 25 casos”, disse Talita Tavares.

A doença – A  coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal que compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca.  A doença ocorre sob as formas endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até em morte.

Talita Tavares orienta os municípios a ficarem em alerta a toda pessoa, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias ou mais, associada a um ou mais dos seguintes sintomas: tosse paroxística – tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas (5 a 10), em uma única expiração; guincho inspiratório; vômitos pós-tosse.

O agente etiológico da Coqueluche é o Bordetella pertussis, um bacilo gram-negativo. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Considera-se que o período de transmissão se estende de cinco dias após o contato com um doente até três semanas após o início dos acessos de tosse típicos da doença (fase paroxística).

“Diante da importância de saúde pública para as ações de vigilância epidemiológica da coqueluche e por se tratar de uma doença de notificação compulsória (Portaria 104 de 25 de janeiro de 2011), a Secretaria de Estado de Saúde da Paraíba, por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde orienta a todos os municípios e Gerências Regionais de Saúde que todo caso suspeito atendido nos serviços de saúde da Paraíba deve ser imediatamente investigado, a fim de garantir uma assistência adequada para o paciente, bem como adoção de medidas de controle oportunas para a população”, finalizou Talita Tavares.

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Fonte: SINAN/NDTA/SES-PB. Dados atualizados em 25 de fevereiro de 2013.