Um projeto pioneiro de inclusão social está mudando a vida de mulheres da melhor idade, no bairro de Mandacaru, na Capital. São 22 alunas que descobriram na arte das linhas e das agulhas uma fonte para complementar o orçamento doméstico. O trabalho é aparentemente simples: com talento e criatividade, elas confeccionam a renda francesa, criada no século XVIII, conhecida por frivolitê.
As aulas, que têm duração de quatro horas, acontecem às segundas e terças-feiras, no Centro Social Urbano Monsenhor José Coutinho e são ministradas pela professora Márcia Monteiro. O curso começou no mês de janeiro e segue até dezembro quando será realizada uma exposição com o material produzido pelo grupo. A iniciativa é da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (SEDH).
De acordo com a professora Márcia Monteiro, o trabalho evolui a cada dia e estimula as alunas. “São agulhas especiais que dão formas infinitas às linhas e à vida de cada uma dessas mulheres. O resultado é a produção de bicos, bijuterias, panos de prato e até sandálias”.
A aluna mais velha da turma frequenta o CSU há 29 anos, desde 1984. Maria da Conceição Dias tem 85 anos e uma opinião sólida com relação ao trabalho desenvolvido no Centro. “Aqui a gente brinca, conversa e aprende. O melhor de tudo é que mesmo sentido dores por todo o corpo e passando a maior parte da tarde sentada, me sinto muito satisfeita porque estou descobrindo um mundo novo através dos trabalhos manuais”, comemora.