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Delegacias da Mulher na Paraíba investem em atendimento diferenciado

sexta-feira, 8 de março de 2013 - 09:10 - Fotos:  Edvaldo Malaquias

Delegacia da Mulher, fotos Edvaldo Malaquias 06 03 2013 2013-03-06 077Agilidade e atendimento humanizado. Essas são as características que chamam a atenção das vítimas de violência doméstica que procuram os serviços da Delegacia da Mulher. Na Paraíba, existem nove unidades especializadas e, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher – 8 de março, a Polícia Civil destaca uma mudança no perfil da vítima que procura atendimento na instituição.

Uma dona de casa de Bayeux, região metropolitana de João Pessoa, é um exemplo disso. Ela conta que precisou dos serviços da delegacia especializada, mas tinha receio de não ser bem recebida e não ver a denúncia apurada com agilidade. “A equipe é muito bem preparada. A delegada soube ir direto ao ponto. Depois dessa experiência, mudei completamente o meu conceito e hoje recomendo às mulheres que não hesitem em procurar a delegacia da mulher para fazer uma denúncia”, afirma. Ela se considera um exemplo a ser seguido. “O meu caso foi resolvido muito rapidamente e hoje estou livre da violência”, conclui.

A delegada Maria da Conceição Casado da Silva, titular das delegacias de Mulher de Bayeux e Santa Rita, destaca uma mudança de atitude das mulheres. Segundo ela, uma análise dos números pode sugerir o aumento da violência, mas na verdade o que aumentou foi a atenção das vítimas com relação aos seus direitos. “Foi uma verdadeira mudança de atitude atribuída à Lei 11.340/2006, a Maria da Penha, que é forte e deixa as mulheres agredidas mais seguras e protegidas”, declarou.

A delegacia de Bayeux recebe cerca de 10 denúncias por dia. Em um mês são 240, em média. “Elas não chegam à delegacia machucadas fisicamente, como acontecia anteriormente. Agora elas vêm até nós porque sabem que os mecanismos da lei são fortes e as medidas de proteção de urgência eficazes”, constata.

Acompanhamento – As delegacias especializadas no atendimento à mulher trabalham com uma equipe multidisciplinar. Além dos policiais, psicólogos, assistentes sociais e advogados dividem o trabalho que, nesses casos, vai além da investigação e eventual punição do agressor. A equipe auxilia vítimas e familiares a encontrarem o caminho da não violência através das assistências jurídica e psicossocial.

Por isso, para Conceição Casado, a equipe multidisciplinar faz a diferença. O apoio e acompanhamento emocional têm se mostrado fundamentais no atendimento as vítimas. As unidades que não dispõem de uma equipe multidisciplinar trabalham em parceria com os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Casa Abrigo, além de instrumentos de denúncias anônimas como o Disque 100 e o Ligue 180, número de atendimento Nacional. Agentes de polícia e escrivães também recebem treinamento diferenciado para disponibilizar melhor atendimento.

“Eu tive um relacionamento de nove anos e sofria com ameaças frequentes, mas resolvi dar um basta. Nunca tinha ido à delegacia e nem conhecia a delegada. Quando comecei a relatar as ameaças de que era vítima tive a certeza de que ela resolveria o meu caso. E o problema que eu vivi foi solucionado em poucas semanas”, afirmou uma usuária de Santa Rita.

Em João Pessoa, a Delegacia da Mulher foi criada no dia 6 de março de 1987 e foi a terceira a ser instalada no Brasil. Hoje, a especializada atende pelo menos 25 pessoas por dia, entre vítimas e testemunhas. “Desde então, o atendimento se aprimorou e na atualidade temos profissionais cada vez mais qualificados para acolher vítimas de violência. A mulher tem conhecimento de que existe uma rede voltada para acolhê-la no momento em que ela mais necessita, quando é agredida, e tem seus direitos violados”, detalhou a titular da delegacia, Maísa Félix.

De acordo com ela, a mulher contemporânea sabe que existe uma rede voltada para acolhê-la, o que aumenta ainda mais a importância de uma capacitação cada vez melhor por parte de todos os profissionais envolvidos. “O acolhimento rápido e seguro à mulher que registra a ocorrência é muito importante, por isso a necessidade de um aperfeiçoamento constante”, conta.

A delegada geral de Polícia Civil, Ivanisa Olímpio, que também é coordenadora das Delegacias da Mulher no Estado, destacou que “o atendimento é feito por policiais que conhecem o drama dessas vítimas, seus receios e dificuldades de denunciar alguém com quem, quase sempre, mantinham uma relação íntima”.

Para ela, a Polícia Civil vem aprimorando o trabalho nessa área e se mostrando cada vez mais atenta às questões de gênero, à necessidade de atendimento especializado, à necessidade de agilidade na conclusão dos inquéritos e ao compromisso que deve existir entre a instituição e a sociedade para proporcionar maior sensação de segurança.

Em todo o Estado, existem nove Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam).

Confira os endereços e telefones das Deam na Paraíba:

Delegacia da Mulher de João Pessoa (funciona 24 horas e nos finais de semana e feriados atende aos municípios de Bayeux, Santa Rita e Cabedelo:

Avenida Pedro II, nº 853, Centro, João Pessoa. Fone: (83) 3218-5317

Delegacia da Mulher de Cabedelo:

R. Ernesto Vital, 34, Monte Castelo. Fone: (83) 3228-3707

Delegacia da Mulher de Bayeux:

R. Engenheiro de Carvalho, Centro. Fone: (83) 3232-3339

Delegacia da Mulher de Santa Rita:

Loteamento Jardim Mauritânia S/N Fone: (83) 3289-8738

Delegacia da Mulher de Campina Grande:

R. Raimundo Nonato de Araújo, S/N, Catolé Fone: (83) 3310-9300/9303

Delegacia da Mulher de Guarabira

R. Manoel Francisco do Nascimento, nº 157, Nordeste II. Fone: (83) 3271-2986

Delegacia da Mulher de Patos:

Rua Bossuet Wanderley, nº 337, Centro. Fone: (83) 3423-2237

Delegacia da Mulher de Cajazeiras

R. Romualdo Rolim, nº 636, Centro  Fone:  (83) 3531-7022

Delegacia da Mulher de Sousa

R. Sardyr Fernandes de Aragão S/N, Gato Preto. Fone: (83) 3531-2948