A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde e do Núcleo de Controle de Zoonoses, realizou, nesta quarta-feira (3), em Guarabira, uma capacitação para os municípios paraibanos poderem trabalhar com o novo método de diagnóstico rápido da Leishmaniose Visceral Canina (LVC, mais conhecida por calazar), que permite saber, por meio de uma técnica chamada de Plataforma de Duplo Percurso (DPP), se o animal tem ou não a doença em apenas 15 minutos.
A capacitação, que aconteceu durante todo o dia no auditório da 2ª Gerência Regional de Saúde, contou com a participação de 14 municípios do Brejo Paraibano e reuniu técnicos da área de zoonoses. O evento ainda contou com o treinamento de Antônia Lúcia, do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
O chefe do Núcleo de Controle de Zoonoses da SES, Francisco de Assis Azevedo, destacou que a grande vantagem com o novo método é que em apenas 15 minutos é possível obter o resultado se o cão tem ou não a doença. Além disso, reduzirá em aproximadamente 70% a demanda do Lacen, isso porque apenas os casos positivos serão encaminhados para análise.
Atualmente, é usado o método Elisa, que dura cerca de quatro semanas. O novo método não elimina o Elisa, que vai continuar sendo usado como método confirmatório. Caso o DPP seja positivo, a mostra do animal será enviada ao Lacen para confirmação da doença por meio da técnica do Elisa.
Os kits para a coleta do material e realização do exame estão sendo disponibilizados para os municípios pelo Ministério da Saúde. Os municípios que necessitarem do material devem comunicar a Gerência Regional de Saúde, que solicitará ao Lacen. Cada kit realiza a análise de 20 cães.
Para Elton Rocha Pereira, agente comunitário de endemias do município de Bananeiras, o treinamento é de extrema importância. “O Governo do Estado está de parabéns por nos disponibilizar a capacitação, tendo em vista que o exame é muito importante pelo fato de reduzir o tempo de espera do resultado, pois antigamente esperávamos quatro semanas e agora com 15 minutos temos um laudo. Além disso, todos os municípios receberão os kits gratuitos é só solicitar à Gereência Regional de Saúde”, destacou Elton.
No treinamento foram disponibilizadas aulas teóricas e práticas, dando oportunidade a cada treinando realizar, analisar e emitir o parecer do resultado. Os treinandos são acompanhados por instrutores durante todo o processo técnico. Ao final do evento, foram feitas avaliações individuais através de teste de múltipla escolha.
Os municípios convidados a participar da capacitação para implantação do Teste Rápido para o diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) em Guarabira foram: Belém, Borborema, Campo de Santana, Cuitegi, Pirpirituba, Solânea, Caiçara, Duas Estradas, Lagoa de Dentro, Pilões, Piloezinhos, Riachão, Serra da Raiz e Serraria.
Sobre a doença – O calazar é uma doença causada pelo protozoário tripanossomatídeo Leishmania chagasi. É transmitida por vetores da espécie Lutzomia longipalpis e L. cruzi; mosquitos de tamanho diminuto e de cor clara, que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico (ex: galinheiros). Suas fêmeas se alimentam de sangue, preferencialmente ao fim da tarde, para o desenvolvimento de seus ovos. Os animais com calazar apresentam sinais como emagrecimento, perda de pelos, lesões na pele e, na fase final da doença, crescimento desordenado das unhas. Já no ser humano, os principais sintomas da doença são manchas no corpo, febre, anemia, palidez acentuada e inchaço abdominal. O tratamento é de 20 dias de medicamentos e vacinas.
Dados - Em todo o Brasil, estima-se a ocorrência de cerca de 500 mil novos casos anuais de Leishmaniose Visceral Humana (LVH) e, entre os anos de 2000 e 2010, foram relatados 38.173 novos casos de LVH pelo Ministério da Saúde. Programas estabelecidos pelo MS preconizam como uma das medidas de controle para transmissão de (LV) a eutanásia de cães infectados, identificados através de teste sorológico. Este procedimento tem provado ser uma importante etapa do controle empregado no Brasil, visando prevenir a infecção do vetor e, consequentemente a transmissão do parasita ao homem.
Os municípios que tiverem dúvidas sobre o assunto podem entrar em contato com o Núcleo de Controle de Zoonoses da SES, pelo telefone: (083) 3218-7491.
