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Mutirão de catarata atende 400 pessoas na cidade de Patos

quinta-feira, 29 de agosto de 2013 - 14:42 - Fotos:  Ricardo Puppe

SES CIRURIGIA DE CATARATA em patos FOTO RICARDO PUPPE 3 270x202 - Mutirão de catarata atende 400 pessoas na cidade de PatosAgora vou poder voltar a visitar meus familiares em outros municípios. Irei a Patos sozinho, sairei de casa para conversar com meus amigos”. A declaração é de Solon Anastácio Pereira, 86 anos, residente em Quixaba, que viu sua vida renovada após a cirurgia de catarata. Ele foi uma das 400 pessoas que passaram por triagem e que se tornaram aptas a esse procedimento cirúrgico.

Ele explicou que sofria bastante pela dificuldade de enxergar, um problema que teve início há 30 anos, que afetou-lhe os dois olhos e que se agravou nos últimos dois anos, com a recomendação médica para que cuidasse em fazer logo a cirurgia. Em Quixaba, das dez pessoas cadastradas, sete fizeram a cirurgia e outra, por problemas de pressão, aguarda a estabilização.

Benigna Maria da Conceição, 86 anos, natural de Santa Luzia, mas que reside em Quixaba há 60 anos, não nega ter tido muito receio da cirurgia e por duas vezes quase desiste, mas por insistência das filhas hoje agradece e comemora ter voltado a enxergar. “Valeu a pena. Com a nova visão, tudo que eu fazia antes agora farei bem melhor”, desabafou.

A secretária adjunta de Saúde de Quixaba, Sandra Maria Alves, explicou que, acompanhando o dia a dia desses idosos, via todo o sofrimento deles por não enxergarem bem. “Para eles era muito sofrido. Quando fazíamos a busca ativa, muitos não se cadastraram por receio da cirurgia. Hoje, com o depoimento dos que fizeram, tem cerca de 20 pessoas com os mesmos problemas querendo fazer a cirurgia de catarata”.

triagem 671 270x202 - Mutirão de catarata atende 400 pessoas na cidade de PatosPelo programa de cirurgias eletivas (que não tem caráter de urgência), o Governo Federal destinou à Paraíba mais de R$ 12 milhões. Em Patos, o cadastramento teve início em maio do ano passado. Para a regional Patos, que compreende 24 municípios a Secretaria de Estado da Saúde destinou 545 cirurgias de catarata. Na Paraíba estão previstos 3. 383 procedimentos.

Os seguintes municípios fazem parte da regional Patos: Areia de Baraúnas, Cacimbas, Cacimba de Areia, Catingueira, Condado, Desterro, Emas, Junco do Seridó, Mãe D’Água, Malta, Matureia, Passagem, Quixaba, Salgadinho, Santa Luzia, São Mamede, São José de Espinharas, São José do Bonfim, São José do Sabugi, Teixeira, Várzea, Vista Serrana e Santa Teresinha. A 6ª Gerência Regional de Saúde mantém oito pessoas como apoiadores nos municípios, trabalhando políticas públicas, orientando e agilizando processos que tragam melhorias à população.

O oftalmologista Valério Câmara, um dos quatro médicos responsáveis pelo mutirão de cataratas na regional Patos, disse que as 50 cirurgias realizadas no início deste mês no Hospital Regional Dep. Janduhy Carneiro foram um sucesso. No retorno, os pacientes demonstraram muita felicidade. É o caso do senhor Hélio Alves de Sousa, 76, do município de São José de Espinharas, que elogiou a equipe médica que o atendeu. “Pessoal muito gentil e atencioso. Graças a Deus e a eles voltei a ver novamente através do olho esquerdo. Agora é só seguir as recomendações do médico pelos próximos dias e desfrutar bastante da companhia da minha família e amigos”, comentou.

A senhora Maria Roseni Araújo Eduardo, 63, natural de Campina Grande, há 50 residindo em Santa Teresinha, diz que sua visão estava comprometida pela catarata, o que a fazia enxergar apenas vultos. “Meu problema foi detectado há três anos. Via um ponto preto que parecia um besouro. Os óculos que usava atrapalhavam ainda mais e não costumava sair de casa. Hoje vejo muito bem e deixei de ter dores de cabeça, que eram frequentes. Para mim, o resultado foi excelente e recomendo a quem precisa que faça a cirurgia quando tiver a oportunidade”, enfatizou.

Outra paciente de Santa Teresinha, Inês Benigna de Araújo, 64, também destacou a maravilha que é voltar a enxergar novamente e conseguir ler e escrever tranquilamente. “Meu olho vivia quase que totalmente fechado. Pensei que não conseguiria voltar a ver”, contou.

A 6ª GRS está montando, com a equipe médica, nova agenda de cirurgias de catarata, com duas datas já fechadas: 9 e 23 de setembro. “Estamos discutindo com os médicos, que são de fora, para agendar todas as cirurgias restantes para o próximo mês”, informou o gerente regional, José Leudo Farias.

Hospital Regional de Patos – O Hospital Dep. Janduhy Carneiro, que completa 60 anos no dia 26 de novembro, é o local em que estão ocorrendo as cirurgias eletivas de cataratas de pacientes dos 24 municípios da jurisdição da 6ª GRS. O HRP realiza, em média, 7.500 atendimentos mensais. Diariamente chegam pacientes de diversos municípios da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco em busca de socorro médico.

Grande parte desses atendimentos é de responsabilidade da atenção primária, que deveria acontecer nas unidades de saúde, coisa que os municípios não cumprem, o que causa sérios transtornos como a superlotação da urgência e emergência”, desabafou a diretora Sílvia Ximenes.

Nos últimos dois anos, o HRP teve ampliação de mais 30 leitos de enfermarias, com avanços nas áreas de psicologia e serviço social; ampliação da área amarela em mais dez leitos, área climatizada, com equipamentos de alta tecnologia e destinada a pacientes em observação; reforma de sete enfermarias e construção da central de endoscopia e da central de esterilização.

Atualmente são 156 leitos, sendo seis de UTI e sete para os casos de AVC. Mensalmente, o Governo Estadual repassa R$ 700 mil ao Hospital Regional em medicamentos e insumos, além de materiais médico-hospitalares e manutenção de equipamentos.

Oncologia – A unidade de Oncologia, Unacon (Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia) de Patos, será construída no anexo do HRP. São mais de R$ 6 milhões de recursos federal e estadual investidos na unidade, que será referência para dezenas de municípios da região, evitando que os pacientes portadores de câncer tenham que fazer longos trajetos em busca do tratamento. A Unacon fará diagnóstico, tratamento e reabilitação pelo SUS. “Inicialmente será disponibilizado tratamento de quimioterapia e, dois anos depois, segundo as previsões, também radioterapia”, explicou Ximenes.