Um acordo firmado entre a Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e a empresa Caminho do Sol, com intermediação do vice-governador Luciano Cartaxo, estipula para dezembro a entrega dos serviços que levarão mais qualidade de vida e saúde aos moradores da área, que, além de conviverem com o racionamento forçado, ficam até seis dias desassistidos.
Desde a fundação do Loteamento Nova Mangabeira, em 1998, os moradores convivem com a falta de água. Nos primeiros anos não havia nenhum abastecimento e, para sanar o problema, a empresa Caminho do Sol instalou uma caixa de 10 mil litros com ligações diretas para as residências.
Apesar disso, a questão foi só parcialmente resolvida, pois não há tratamento da água de poço mandada para as residências, o que causa sérios problemas de saúde, principalmente nas crianças.
“Nossa comunidade vive um sofrimento diário consumindo apenas água de poço. Isso só nos incentivou a lutar e agora, com a intermediação do vice-governador Luciano Cartaxo, estamos confiantes de que a obra será realizada”, afirmou o comerciante João Bosco, um dos responsáveis pela luta pela água.
A peregrinação dos moradores começou em 2008 quando foi feito um requerimento à Cagepa. Sem resposta, procuraram o Procon que viabilizou um acordo que, segundo eles, não foi cumprido.
O próximo passo foi uma audiência no Ministério Público Federal (MPF), de onde foram encaminhados ao Ministério Público Estadual (MPE). “Em nenhum desses locais tivemos a solução do problema. Depois de toda esta luta, buscamos apoio do vice-governador”, relembrou Enildo Gomes, morador que também se engajou no trabalho de conseguir água para o Nova Mangabeira.
Para Luciano Cartaxo, a concretização do sonho da comunidade é motivo de alegria para o Governo. “Todos sabem que a água é um bem indispensável à sobrevivência e à qualidade de vida e, por isso, ficamos felizes em intermediar este acordo de tamanha relevância para estas famílias”, declarou.
Depoimentos – Muitas residências do Loteamento Nova Mangabeira têm até duas caixas particulares, mas, mesmo assim, falta água todos os dias. “Meu consumo é muito grande, pois tenho três filhos. Tomo muito cuidado com a higiene deles e, quando não posso cuidar deles como deveria fico desesperada. Meu marido comprou duas caixas, mas sempre há roupa suja acumulada e louça para lavar, pois o ideal era que pudéssemos recorrer às torneiras a qualquer hora”, reivindicou a dona de casa Ivanize Ferreira.
Ela conta que os garotos de 6, 4 e 2 anos de idade vivem com dor de barriga e irritações na pele, problemas que, ela acredita, são decorrentes da ingestão de água não tratada. “Tomo todos os cuidados, mas ainda não é suficiente, pois se, não há tratamento correto, não tem como eles terem saúde”, afirmou.
A cabeleireira Cosma Cruz da Silva foi obrigada a se mudar de casa por seis meses por causa da intermitência no abastecimento. “Como nunca temos água continuamente nas torneiras, somos obrigados a carregar água em latas. Tive um problema físico e, por causa disso, fui obrigada a me mudar seis meses para a casa de parentes pela total impossibilidade de dar conta dessa lida diária”, relembra a moradora, acrescentando que os sábados e domingos são os dias mais críticos. “Quando mais a gente precisa, a situação piora”, lamenta.
Execução das Obras – As obras serão iniciadas quando a empresa Caminhos do Sol fornecer a tubulação e a entrega final do projeto está prevista para 31 de dezembro.
A Cagepa será responsável pela execução do projeto. De acordo com o diretor de expansão da empresa, Alberto Gomes Batista, a assinatura do termo foi o fim de um impasse. “A empresa responsável pela construção se adequou às especificações técnicas determinadas no projeto e agora a Cagepa tem condições de executar esta tão importante obra que reafirma o compromisso do Governo Maranhão de concluir as obras inacabadas por toda a Paraíba”, afirmou Alberto.