A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, realizou nesta sexta-feira (25), no Parque Solon de Lucena, na Capital, várias atividades pelo Dia Nacional de Combate a Hipertensão, lembrado em todo o país no dia 26 de abril.
Foram disponibilizadas gratuitamente para a população ações como verificação de pressão arterial, teste de glicemia, avaliação e orientação nutricional, teste de monoximetria (medida de concentração de monóxido de carbono no organismo),teste de fargerstron (avaliação do grau de dependência à nicotina),aconselhamento psicológico, divulgação e orientações do Centro de Tratamento do Fumante eorientações de atividade física.
Para a gerente do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES, Gerlane Carvalho, a receptividade do público foi extremamente positiva. “A população é muito carente de ações de saúde. Muitos não têm tempo de frequentar uma unidade de atendimento por inúmeras causas. O Parque Solon de Lucena é um ponto estratégico porque tem uma grande circulação de pessoas que aproveitam a passagem para realizar os testes”.
Segundo Gerlane, a hipertensão é uma doença silenciosa e é preciso tomar os devidos cuidados para não desencadear problemas maiores. “Dor de cabeça e peso na nuca são exemplos de sintomas comuns e mínimos da hipertensão. A prevenção é a melhor saída e é sempre bom ficar em alerta”, pontuou.
O porteiro Luiz Carlos Lima dos Santos, de 46 anos, aproveitou a passagem pelo Parque Solon de Lucena para fazer uma avaliação. “Eu senti certa queda de pressão hoje e aproveitei o momento para verificar. Já consegui realizar grande parte dos serviços e recebi muitas orientações”.
Já o tenente aposentado, José Santiago, de 70 anos, há dez anos foi diagnosticado com hipertensão. “Tomo remédio todos os dias e o tratamento é para toda a vida. Estou sempre aferindo a pressão para saber se está tudo certo”, falou.
O cardiologista da SES, Fábio Almeida de Medeiros, lembrou que o evento é promovido todos os anos para alertar a população sobre os riscos da pressão alta. “Ela está ligada intimamente a infartos (60% dos infartos tem hipertensão associada), aos AVC’s (80% dos casos tem hipertensão associada), insuficiência cardíaca e insuficiência renal. Não é à toa que o paciente precisa de cuidados especiais e manter o tratamento durante toda a vida. Nós alertamos que as pessoas verifiquem a pressão pelo menos uma vez por ano e, se já for hipertensa, que seja medida com frequência”, alertou.
O evento conta com as parcerias da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Região Paraíba e da Faculdade de Ciências Médicas. A assistente de eventos da Faculdade de Ciências Médicas, Taeta Alves, ressaltou a importância dessa união. “Nós já temos uma parceria antiga com a SES e esses eventos são muito importantes. Hoje trouxemos sete alunos de nutrição e seis alunos de enfermagem, com seus respectivos professores”. Taeta afirmou, ainda, que o evento é uma boa oportunidade para a prática do que é visto em sala de aula. “É uma forma dos alunos praticarem o que aprendem na teoria, além de ser uma excelente chance de terem contato com seus futuros pacientes”, disse.
Hipertensão – Ocorre quando a pressão arterial está acima do limite considerado normal. Considera-se que uma pessoa é hipertensa se os níveis da pressão arterial forem iguais ou superiores a 14/9. Nos casos de hipertensão leve (14,5/9, por exemplo), mudanças no estilo de vida – emagrecer e praticar atividades físicas, por exemplo – podem contornar o problema.
Existem fatores específicos que podem levar à hipertensão. O sobrepeso e a obesidade, por exemplo, são fatores de risco. A ingestão excessiva de sal e o sedentarismo também. E, apesar de não ser uma doença exclusivamente genética, se é mais comum na família, o indivíduo sofre um risco aumentado de ter pressão alta.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente alguns medicamentos necessários para o controle da hipertensão arterial (os que compõem a farmácia básica do Ministério da Saúde). O programa Aqui Tem Farmácia Popular também ampliou a gratuidade de medicamentos para hipertensos. De acordo com o Ministério da Saúde, hoje são mais de 15 mil farmácias e drogarias conveniadas ao programa.
Estimativa – De acordo com a 6ª Diretriz Brasileira de Hipertensão, a hipertensão arterial acomete 30% da população adulta e vem aumentando sua incidência em idosos e jovens obesos, estimando-se que 60 milhões de brasileiros. A estimativa do Ministério da Saúde, baseado no Pacto pela Saúde, mostra que, ao todo, a Paraíba possui 55.119 hipertensos e João Pessoa totaliza 11.227 indivíduos com elevação dos níveis de pressão sanguínea.