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Trauma de João Pessoa implanta programa pioneiro no Estado para pacientes com lesão medular

terça-feira, 11 de março de 2014 - 18:21 - Fotos: 

11.03.14 Hospital de Trauma implanta programa 3 270x192 - Trauma de João Pessoa implanta programa pioneiro no Estado para pacientes com lesão medularCerca de 50 pacientes por ano são operados no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena em decorrência de fratura de coluna. Destes, aproximadamente 50% têm lesão medular. Por causa desse alto índice, a instituição está implantando o Programa dos Amigos dos Lesados Medulares em Ação – Palma, que visa o estabelecimento de protocolos que irão orientar sobre o conjunto de ações adotadas no tratamento de pacientes que apresentam fratura da coluna vertebral, incluindo aqueles com lesão medular. O objetivo é, principalmente, diminuir o índice das complicações secundárias.

O Programa foi elaborado pelo neurocirurgião da unidade de saúde, Alécio Barcelos, e será pioneiro na rede pública do Estado da Paraíba. De acordo com o médico, os pacientes com lesões medulares registram o aparecimento de complicações significativas, como, por exemplo, constipação grave, infecção urinária, pneumonia, trombose venosa profunda, impactos no estado emocional, entre outros agravantes. “Em virtude da instabilidade mecânica da coluna vertebral, o paciente com lesão medular aguda permanece acamado até a realização da cirurgia; sendo assim, requer cuidados específicos durante o período de internação para minimizar riscos de complicações”, ressaltou o neurocirurgião.

11.03.14 Hospital de Trauma implanta programa 1 270x192 - Trauma de João Pessoa implanta programa pioneiro no Estado para pacientes com lesão medularSegundo o diretor técnico do Hospital de Trauma de João Pessoa, Edvan Benevides, a instituição está de portas abertas para programas científicos multiprofissionais. “É uma satisfação implantarmos o Projeto Palma, assim como outros que planejamos iniciar em 2014”, frisou.

Para tratar das etapas que antecedem a concretização do Programa, foi realizada na tarde de segunda-feira (10), no auditório da unidade hospitalar, a primeira de uma série de reuniões com o autor do projeto, com a Direção e com as coordenações da área de saúde. Essa primeira fase, que terá duração de dois meses, será dedicada à discussão acerca do aparecimento das complicações mais comuns nos pacientes lesados medulares internados na unidade de saúde e da escolha do tratamento mais adequado, e ainda da prevenção das complicações.

Finalizada a primeira fase, terá início a seguinte, que tratará da capacitação dos profissionais da instituição de saúde envolvidos no Programa Palma. Nesse período, a equipe multiprofissional receberá treinamento, que ocorrerá semanalmente para capacitá-la de tal forma que as ações constantes dos protocolos passem a fazer parte da rotina do hospital.

Já a terceira e última fase, diz respeito à implementação dos protocolos, quando os pacientes passarão a receber esse atendimento dentro do que foi preparado através do Palma; nessa etapa, o foco é fazer com que, gradativamente, os protocolos sejam inseridos.

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O médico frisou que, com o Programa Palma, haverá diminuição do índice de complicações secundárias à lesão de medula espinhal, como escaras, por exemplo, além da otimização da assistência psicológica e, principalmente, redução do tempo de internação hospitalar. “É importante salientar que os familiares dos pacientes também serão orientados sobre os cuidados que devem dispensar após a alta hospitalar, quando, geralmente, passam a receber atendimento nos Postos de Saúde da rede pública. O apoio da família será muito importante no processo de recuperação da vítima de lesão de medula”, disse.

Um grande reforço que contribuirá para o êxito do Programa dos Amigos dos Lesados Medulares em Ação virá de entidades de saúde, como é o caso do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, que realiza o Palm –Programa de Atenção à Lesão Medular, que mobiliza uma equipe multiprofissional; a Residência Multiprofissional em Pacientes Críticos, da UFPB, ; e o Laboratório de Estudo e Pesquisa em Atividade Física Adaptada para Pessoas com Deficiência.

De acordo com o responsável pelo Projeto do Programa dos Amigos dos Lesados Medulares em Ação, a expectativa é que os protocolos comecem a ser aplicados a partir do mês de julho de 2014.