João Pessoa
Feed de Notícias

Governo participa da vacinação contra vírus HPV na cidade de Alagoinha

terça-feira, 11 de março de 2014 - 07:48 - Fotos:  Ricardo Puppe

FOTO Ricardo Puppe 2 270x202 - Governo participa da vacinação contra vírus HPV na cidade de AlagoinhaO Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), participou nesta segunda-feira (10), na cidade de Alagoinha, da vacinação contra o vírus papilomavírus humano (HPV), oferecida a partir de hoje para adolescentes de 11 a 13 anos. O HPV é o principal causador do câncer do colo de útero e a vacina passa a compor a caderneta de imunização das adolescentes, tornando-se uma vacina de rotina.

De acordo com a chefe de Imunização da SES, Isiane Queiroga, a vacina é de extrema importância para a população, já que o objetivo principal é reduzir os casos de câncer de colo do útero. “Antigamente era difícil o acesso à imunização contra o HPV, pois cada dose custava R$ 350,00, para as três doses o custo para cada menina chegava a R$ 1.050,00 nas clínicas privadas. Com a oferta gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), vamos prevenir nossas meninas do câncer do colo de útero, segundo tipo mais frequente entre mulheres no Brasil, após o de mama com alta mortalidade”, destacou Isiane, que ainda lembrou que, além das escolas, as Unidades de Saúde da Família também estarão disponibilizando as vacinas.

FOTO Ricardo Puppe5 270x202 - Governo participa da vacinação contra vírus HPV na cidade de AlagoinhaNa cidade de Alagoinha, a abertura da imunização aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Carlos Martins Beltrão e contou com a participação de estudantes das outras cinco escolas que fazem parte do município. A dona de casa Priscila Juvêncio da Silva foi uma das primeiras a chegar para vacinar a filha Deisiely Juvêncio de Souza, de 11 anos, que estuda o 5º ano na Escola Municipal Lia Beltrão. “Perdi uma tia minha por causa do câncer do colo do útero, por isso resolvi trazer minha filha aqui, logo neste primeiro dia de vacinação. Fico muito feliz em contar gratuitamente com essa vacina para minha filha. A saúde é algo precioso. Ações como essa evitam graves problemas de saúde, então porque não vacinar?”, defendeu a mãe.

Para a estudante de 13 anos Maria da Vitória, a dor que sentiu ao aplicar a vacina é insignificante pelo privilégio que representa no futuro. “Sei que com ela estarei protegida. O furo é uma dor rápida, mas que me protege de um problema de saúde mais grave no futuro”, disse a pequena estudante, que pretende conscientizar outras colegas sobre a importância da vacina.

A prefeita de Alagoinha, Alcione Beltrão agradeceu o apoio que recebeu do Governo do Estado e enfatizou a importância da vacina: “O Governo está de parabéns pelo trabalho e pela parceria, que por meio da 2ª Gerência Regional de Saúde ofertou todo o treinamento para os profissionais de saúde, além da disponibilização das seringas e o envio das vacinas. Mas além dos poderes públicos, é de extrema importância que os pais também façam a sua parte e levem suas filhas até as escolas ou ao Posto de Saúde da Família mais próximo de casa, para vacinar”.

De acordo com a gerente da 2ª Região de Saúde, com sede em Guarabira, Harlane Herculano Marinho, 8.970 meninas serão beneficiadas com a vacina nas 25 cidades da região, sendo 413 adolescentes na cidade de Alagoinha. Aproximadamente 1.200 profissionais de saúde foram disponibilizados para a campanha. A gerente destacou a grande parceria entre a educação e a saúde. “A vacina tem sido bastante aderida pelos pais e adolescentes, pelas escolas públicas e particulares, por isso é importante que quem ainda não vacinou, procure informações sobre o assunto, seja na escola ou nas unidades de saúde. E quem já vacinou fique atento a segunda e a terceira dose”, lembrou.

A vacinação ocorrerá em três doses: a primeira a partir desse dia 10; a segunda seis meses depois e a terceira cinco anos após a primeira dose. Neste primeiro momento, será oferecida nas Unidades de Saúde da Família e também nas escolas. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população entre 11 e 13 anos. Na Paraíba, são 104 mil e 710 adolescentes nesta faixa etária. Em 2015, a vacina será oferecida para meninas com idade entre nove e 11 anos, e em 2016, a partir dos nove anos.

Câncer do colo de útero – Devido à sua alta incidência e mortalidade, o câncer do colo do útero é um importante problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento. Embora tenha alta incidência, este câncer apresenta forte potencial de prevenção e cura, quando diagnosticado precocemente, seja por meio de consultas regulares ao ginecologista, seja pela realização regular dos exames recomendados, a partir dos 25 anos de idade. Entre as estratégias de prevenção mais utilizadas, além da detecção precoce, estão a vacinação, o uso de preservativos e ações educativas.

O câncer do colo de útero manifesta-se na faixa etária de 25 a 29 anos, aumentando seu risco até atingir o pico na idade entre 50 e 60 anos.

No Brasil, é o segundo tipo de câncer mais frequente entre mulheres, após o de mama, com alta mortalidade, efaz, por ano, 4.800 vítimas fatais.  Na região Centro-Oeste, a incidência média é de 28 para cada 100 mil mulheres; no Norte é de 24/100 mil; na região Nordeste é de 18/100 mil; na região Sudeste é de 15/100 mil e na região Sul é de 14/100 mil.

Formas de transmissão do HPV – A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Embora tenha baixa frequência, pode ocorrer a infecção por sexo oral. Estima-se que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial esteja infectada pelo HPV.

Segundo dados do Ministério da Saúde, essa vacina previne infecções pelos tipos virais e, consequentemente, o câncer do colo de útero, reduzindo a carga da doença. Tem maior evidência de proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. É destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem efeito demonstrado ainda nas infeções pré-existentes ou na doença clínica estabelecida. Portanto, a vacina não tem uso terapêutico no tratamento do câncer do colo do útero e sim, exclusivamente, preventivo.