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Hospital Arlinda Marques participa de campanha para conscientização da cardiopatia congênita

segunda-feira, 9 de junho de 2014 - 17:05 - Fotos: 

O Complexo de Pediatria Arlinda Marques, que integra a rede hospitalar do Estado está participando de uma campanha para “Conscientização da Cardiopatia Congênita”, que acontece em todo o Brasil. Os funcionários usarão a partir desta segunda-feira, (9) até o dia 14, o laço símbolo da campanha que este ano tem como tema: “Torça pela Vida, Vista-se de Amor” , como também serão disponibilizados folders nas recepções, além de colagem de cartazes nos murais.

No dia 11, das 8h às 11h, haverá distribuição de folders e balões em formato de coração. A ação está sendo promovida pela Associação de Assistência à Criança Cardiopata – (AACC) – Pequenos Corações, que preparou uma série de atividades para conscientizar as famílias sobre as cardiopatias congênitas.

O Hospital Arlinda Marques é referência na área de cardiopatia congênita para todo o Estado, numa parceria com a ONG Círculo do Coração, do Recife, que criou a Rede de Cardiologia Pediátrica Paraiba/Pernambuco e hoje engloba mais de 20 serviços de saúde credenciados em todo o Estado. “É mais um parceiro que junta a gente nessa luta para salvar crianças cardiopatas em nosso Estado”, disse o diretor geral do Arlinda Marques, Bruno Leandro de Souza, ao falar sobre a importância dessa campanha.

A fiscal de construção  D’Ávila Lima, 21 anos, que mora em João Pessoa,  é uma das mães que acompanha o filho de dois meses no Hospital Arlinda Marques. Ela conta que logo nos primeiros dias de vida percebeu que a criança apresentava problemas ao respirar. De imediato, levou o bebê a um posto de saúde e a médica solicitou os exames que confirmaram  uma insuficiência respiratória. A criança foi internada no Arlinda Marques e em poucos dias a cirurgia foi realizada. “Graças a Deus o atendimento foi rápido e muito bom e agora estou esperando apenas a recuperação do meu filho”, disse a jovem.

Mãe de uma criança com três meses de vida, a professora  Maria Aparecida de Andrade Nascimento, 37 anos, que mora na cidade de Taperoá, no Cariri Paraibano,  também está acompanhando o filho em tratamento.  Ela contou  que a criança nasceu no Hospital da FAP, em Campina Grande, onde apresentou problemas no coração, passou 28 dias na UTI e depois foi transferida para o Hospital Universitário, em João Pessoa. Foram realizados os exames de praxe que diagnosticaram um pequeno caroço no órgão e a criança foi transferida para o Arlinda Marques.  “Graças a Deus que não será preciso passar por cirurgia, ele está tomando a medicação e o caroço está desmanchando”, disse a professora.

A diretora, fundadora e coordenadora do Núcleo Pernambuco/Paraíba, Fabíola Bilro, explicou que tradicionalmente, a data escolhida é o 12 de junho – já que no Dia dos Namorados os corações estão por toda a parte. “Como neste ano os corações brasileiros estarão repletos de Seleção Brasileira, em plena abertura da Copa do Mundo, o Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita está sendo transformado em uma grande torcida pela vida e pela saúde de todas as crianças cardiopatas. Todos estarão usando vermelho, como símbolo de amor à vida, e o laço-símbolo”, explicou

De acordo com ela, apesar de terem uma ocorrência muito grande, as cardiopatias congênitas ainda não são muito conhecidas no Brasil. Estudos apontam que 1 a cada 100 crianças nasce com um coração especial. Quando a descoberta é feita ainda durante a gestação, as chances de sucesso no tratamento aumentam. Mas sem o diagnóstico correto, muitos desses bebês correm risco de vida. Em ambos os casos, a informação é essencial, e pode fazer a diferença para esses pequenos corações.

Fabíola Bilro explica que em todo o Brasil, entre os dias 5 e 15 de junho, a Associação de Assistência à Criança Cardiopata – Pequenos Corações (AACC Pequenos Corações), através de seus 39 núcleos regionais, está coordenando ações para divulgar as cardiopatias congênitas e, principalmente, mostrar a importância do diagnóstico precoce.

Cardiopatia Congênita – Cardiopatia Congênita é qualquer anormalidade na estrutura, ou função do coração, que surge nas primeiras 8 semanas de gestação, quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto no nascimento ou anos mais tarde. É o defeito congênito mais comum e uma das principais causas de óbitos relacionadas a malformações congênitas.

Sintomas – Transpiração excessiva e cansaço durante as mamadas, respiração acelerada enquanto descansa, pouco apetite associado a baixo ganho de peso e irritação frequente são alguns dos sintomas de cardiopatia em bebês – cerca de 80% deles terão que passar por cirurgias de correção e todos necessitam de cuidados especiais. Este é o alerta de Márcia Adriana Rebordões, presidente da AACC Pequenos Corações.

O que é o Teste do Coraçãozinho – Como forma de diagnóstico atualmente já é lei em vários estados brasileiros o ‘Teste do Coraçãozinho’, um exame simples, rápido e não invasivo, que pode indicar a probabilidade da criança ter uma cardiopatia congênita grave. O teste mede a concentração de oxigênio no sangue e pode indicar um defeito cardíaco, para que a criança inicie o tratamento o mais rápido. O teste deve ser feito ainda na maternidade, antes da alta do bebê.

“A oximetria de pulso é muito simples. O sensor do oxímetro é colocado na mão direita do recém-nascido, posteriormente em um dos membros inferiores, medindo a concentração de oxigênio no sangue. Se o resultado for menor que 95%, ou diferença superior a 3% entre o membro superior e o inferior, um novo teste deve ser feito. Se no novo exame o resultado se repetir, o bebê deve ser submetido a um ecocardiograma, para confirmar o problema cardíaco”. Este exame é também recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, como parte da triagem de rotina de todos recém-nascidos. “Sem esse teste, o bebê pode receber alta sem que as anomalias congênitas do coração fossem encontradas, o que poderia agravar sem auxílio médico”, disse.

Na Paraíba, o teste é obrigatório em todas as maternidades públicas e particulares do Estado, através da Lei nº 9.584 de 13 de Dezembro de 2011. Por isso as famílias devem exigir a realização do teste, e se informar sobre o resultado.

Outra forma de diagnóstico precoce muito importante é o ultrassom morfológico mais atento ao coração do bebê. Neste exame o médico ultrassonografista pode desconfiar de alguma malformação cardíaca e encaminhar a gestante para a realização de um ecocardiograma fetal. Um cardiologista pediátrico faz um ultrassom do coração do feto, detectando assim o defeito cardíaco. O ecocardiograma fetal é também indicado para todas as gestantes consideradas de risco, como com idade superior a 35 anos, outros filhos cardiopatas, portadoras de diabetes ou lúpus, com fetos com outras alterações ou com alteração no cariotipo (suspeita de síndromes), entre outros.

Serviços – A Rede de Cardiologia Pediátrica PB/PE passou por um processo de expansão este ano. Antes eram apenas 12 serviços e agora são  mais de 20 unidades de saúde credenciadas para atender crianças cardiopatas.  A Rede funciona  desde 2011 numa parceria entre o Governo do Estado e a Associação Círculo do Coração, do Recife.

A Rede de Cardiologia Pediátrica é financiada com recursos da Secretaria de Estado de Saúde e surgiu da necessidade de melhorar o atendimento em cardiologia pediátrica no Estado, que em um passado não muito distante passava por problemas de diagnóstico tardio, falta de serviços para realização das cirurgias, processos judiciais, dentre outros pontos. Os gastos com transporte aéreo e tratamentos em outros estados eram muito caros, chegando à cobrança de um milhão de reais para o tratamento de uma única criança.

O secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza, lembrou que, além do aumento no número de serviços, o Governo do Estado também ampliou os investimentos de R$ 3,3 milhões para R$ 6,3 milhões este ano. O secretário afirmou que agora o projeto vai cobrir cerca de 90% dos nascimentos na Paraíba, adiantando que, com a ampliação dos serviços e dos investimentos, a Rede de Cardiologia Pediátrica vai poder realizar o diagnóstico de outras doenças que não sejam cardíacas, a exemplo de problemas vasculares e gastrointestinais, dentre outras.
Nos dois primeiros anos da Rede, cerca de 40 mil crianças foram atendidas pela Rede de Cardiologia Pediátrica Pernambuco-Paraíba. Durante esse período foram diagnosticadas quase mil crianças com doenças cardíacas, 220 foram submetidas a cirurgia e as demais encontram-se em tratamento clínico. Antes desse convênio, muitas dessas crianças tinham que se deslocar para outros Estados, porque a Paraíba ainda não tinha um serviço especializado.
Rede Cardiologia Paraíba/Pernambuco

As  instituições de saúde que fazem parte do Círculo do Coração são as seguintes:

João Pessoa – Complexo Hospitalar Arlinda Marques, Hospitais Edson Ramalho e Universitário Lauro Wanderley e as Maternidades Frei Damião e Cândida Vargas
Campina Grande – Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, Hospital Universitário Alcides Carneiro, Clipsi, Hospital Geral, Hospital Escola da FAP
Patos – Maternidade Peregrino Filho
Sousa – Hospital Distrital Deputado Manoel Gonçalves de Abrantes
Cajazeiras – Hospital Regional de Cajazeiras
Guarabira – Complexo de Saúde do Município de Guarabira
Monteiro – Hospital Regional Santa Filomena
Esperança – Hospital Municipal de Esperança Doutor Manuel Cabral de Andrade
Itaporanga – Hospital Distrital de Itaporanga
Picuí – Maternidade Nossa Senhora de Fátima
Santa Rita – Hospital e Maternidade Flávio Ribeiro Coutinho
Catolé do Rocha – Hospital Municipal Dr. Américo Maia de Vasconcelos
Princesa Isabel – Hospital Regional de Princesa Isabel
Pombal – Hospital Distrital Senador Ruy Carneiro