A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde, iniciou nesta terça-feira (25), no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa, uma capacitação para 600 profissionais de saúde de 134 municípios sobre o diagnóstico e tratamento de pacientes com suspeita de Febre Chikungunya.
Nesta quarta (26), a capacitação, cujo tema é “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, será realizada no Hotel Garden, em Campina Grande, a partir das 8h30.
O evento é uma das ações de enfrentamento da doença promovidas pela SES e tem como principal objetivo treinar médicos e enfermeiros da rede pública e privada de saúde da Paraíba, passando informações clínicas sobre a doença.
“Esta estratégia faz parte de uma das ações prioritárias da SES de enfrentamento da doença, com ampliação do número de profissionais qualificados para 2015. É de fundamental importância que saibam como diagnosticar corretamente a doença, sabendo diferenciar a Chikungunya da dengue. Eles serão referência no Estado, para que o treinamento possa ser ampliado para todas as regiões”, disse a gerente Executiva de Vigilância em Saúde da SES, Renata Nóbrega.
Segundo o palestrante da capacitação, o médico sanitarista do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, na prática, a febre é o sintoma clínico menos importante da doença. “O grande problema é o comprometimento articular. Não é à toa que a palavra Chikungunya significa “andar encurvado”. Devido às dores intensas, o paciente se encurva como uma forma de procurar conforto. Fora isso, os outros sintomas são muito parecidos com os da dengue”, explicou.
Para o gerente de Vigilância em Saúde, de Patos, José Rodrigues de Amorim, esta capacitação é de grande relevância. “Vamos sair daqui com as formas de enfrentamento desta nova doença que se assemelha muito à dengue, levando em consideração a realidade de cada região”, falou.
Casos de Chikungunya – Segundo o médico Rodrigo Said, até agora, já foram registrados casos no país com origem nos estados de Minas Gerais, Amapá, Bahia e Pernambuco. Até o dia 31 de outubro, foram confirmados 850 casos e 1.184 estão sob investigação. Já os casos importados registrados por todo país chegam a mais de 800 mil das Américas, com mais de 150 mortes.
Para a técnica da dengue Izabel Sarmento, diante da situação, a SES promove qualificação para os profissionais, realiza intensificação no campo, incentiva os gestores municipais a não atrasarem a coleta de lixo e a população para entrar nesta luta. “Afinal, 80% dos criadouros dos mosquitos Aedes Aegypti estão dentro de casa”, lembrou.
A doença – Os sintomas da febre Chikungunya são muito parecidos com os da dengue, incluindo dores no corpo, nas articulações, manchas vermelhas na pele e febre de início repentino. O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver as formas graves da doença.
O vírus causador da febre Chikungunya é transmitido pela picada da fêmea de dois mosquitos, o Aedes Aegypti, presente em áreas essencialmente urbanas, e o Aedes Albopictus, presente majoritariamente em áreas rurais. O mosquito adquire o vírus ao picar uma pessoa infectada e, após um período médio de incubação de 10 dias, já se torna capaz de transmitir a doença a um humano.
Contatos – Os telefones da Vigilância Estadual para notificação dos casos são 3218-7331/0800-281-0023 e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), 8828-2522.