A Paraíba já conta com o serviço de diagnóstico de morte encefálica em possíveis doadores de órgãos e tecidos. O Governo do Estado montou uma equipe que fica de plantão no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. O secretário estadual de Saúde, José Maria de França, reuniu os diretores da Central de Transplantes da Paraíba, na manhã desta segunda-feira (25), para avaliar as ações dos três primeiros meses da gestão e cobrar mais empenho da equipe. “A recomendação é que os mecanismos sejam criados e as ações desburocratizadas. O Estado está garantindo a estrutura para que os prestadores de serviços possam realizar as cirurgias”, afirmou o secretário.
A orientação do secretário é que o Estado dê as condições para que as equipes de transplantadores façam, pelo menos, oito cirurgias de rins, por mês, sendo quatro no Hospital Antônio Targino, em Campina Grande; dois no São Vicente e dois na Unimed, ambos na Capital. Além disso, o secretário recomendou à sua equipe que não deixe faltar os medicamentos necessários aos transplantados. “Estamos superando as dificuldades em nível de governo, levando em consideração que havia obstáculo até na compra de gelo para transportar os órgãos”, avaliou.
Segundo a diretora da Central de Transplantes, Gianna Lys, a equipe que faz o diagnóstico de morte encefálica pertence ao Hospital de Trauma e fica de plantão 24 horas para realizar o serviço, contando com a participação de quatro profissionais, sendo três neurologistas e um neurofisiologista especialista em imagem para avaliar as vítimas que dão entrada nos hospitais de urgência e emergência da Grande João Pessoa. “Além da agilidade para a realização dos transplantes, a vantagem do serviço é que os hospitais não precisam onerar os custos para investimentos, já que os próprios médicos contratados disponibilizam os equipamentos”, informou.
Diagnóstico – O processo de diagnóstico começa com a assistência do médico do paciente que, através de exame clínico, constata sinais da morte encefálica. Ele solicita a presença do neurologista do serviço e avisa à Central de Transplante da Paraíba. O neurologista faz o segundo exame clínico e pede a realização de um exame comprobatório. O último exame, chamado de arteriografia de tronco cerebral, comprova a morte encefálica do paciente.
Após a realização do terceiro exame (de imagem), o médico deve comunicar a família a confirmação da morte encefálica do paciente. O exame deve ser registrado em livro próprio, constando o nome do paciente, data e hora da realização do exame, assim como a assinatura e carimbo do médico que fez o seu procedimento.
De acordo com a coordenadora técnica da CT-PB, Miriam Carneiro, a rede pública de saúde não tinha condições de concluir o processo de diagnóstico de uma morte encefálica pela falta de pessoas e equipamentos especializados. “Com a implantação do serviço é possível atender todos os hospitais da rede”, disse.
Fila – Atualmente, 64 pessoas esperam por córneas, três aguardam um novo coração, dez precisam de fígado e 377 estão na fila por um rim. Um das maiores é a doação. “Depois de superado o grande obstáculo para a realização do diagnóstico de morte encefálica, a meta é intensificar as campanhas educativas para estimular a doação de órgãos e tecidos”, destacou Gianna Lys Montenegro.
Assessoria de Comunicação da SES-PB