A SpokFrevo Orquestra será a atração do projeto Musica do Mundo, no próximo dia 14, no Teatro Paulo Pontes, na Fundação Espaço Cultural, em João Pessoa. A apresentação começa às 21h e marca o encerramento do Agosto das Letras. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5. Sob o comando do maestro Spok, a orquestra com 18 integrantes mostrará o show Frevo Sanfonado, que está em turnê pelo Brasil.
A SpokFrevo Orquestra tem o ritmo nordestino como essência, mas bebe nas fontes do jazz. Surgiu no Recife (PE) em 2003, sob a batuta de Inaldo Cavalcante de Albuquerque, o maestro Spok, que acumula as funções de saxofonista, arranjador e diretor musical. Spok atua à frente dos 17 músicos que compõem o grupo, uma big band de fato, com seus naipes de saxofones, trombones, trompetes, além de guitarra, contrabaixo, bateria e percussão.
O show Frevo Sanfonado já esteve em cinco apresentações no estado de São Paulo, além de passar por cidades como Maringá (PR), Porto Alegre (RS), Barbacena (MG) e Belo Horizonte (MG). A turnê também passou por Recife (PE), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Aracaju (SE), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ).
A Orquestra é presença assídua nos principais festivais e palcos da música instrumental do Brasil e da Europa. Hoje, a ousadia da SpokFrevo é reconhecida pela crítica, que enxerga sua proposta musical como precursora de uma nova escola. Já esteve em 15 diferentes países da Europa, Ásia e África. Realizou concertos em palcos célebres, como New Morning, Roskilde, Montreux, Barbican, Pori Jazz, Womex, entre outros, sempre apresentando o frevo como arte e linguagem musical única, inserindo-o com propriedade nos universos do jazz e da world music.
O maestro – Inaldo Cavalcante de Albuquerque, o Spok, é considerado o caçula entre os principais maestros do frevo pernambucano. Natural de Igarassu, começou na música aos 13 anos, por influência do primo, o saxofonista Gilberto Pontes, co-diretor musical e também fundador da Orquestra.
Mudou-se para o Recife na década de 1980, onde passou a estudar no CPCMR (Centro de Criatividade Musical do Recife) e trabalhou com os mestres do gênero, como José Menezes, Guedes Peixoto, Nunes, Clóvis Pereira, Duda, Edson Rodrigues, Ademir Araújo. Nos anos 90, em meio à ebulição musical que ocorreu na cidade, Spok enxergou outros horizontes.
É instrumentista, arranjador e diretor musical da SpokFrevo Orquestra, e fez – como músico convidado – participações especiais nas bandas de grandes artistas brasileiros como Fagner, Elba Ramalho, Alceu Valença e Antônio Nóbrega.
A Orquestra - Na história do grupo, o ano de 2003 marca uma virada. Das experiências sob o nome Banda Pernambucana e Orquestra de Frevo do Recife, surge a SpokFrevo Orquestra. A estreia em disco veio em 2004, com Passo de Anjo, lançado de maneira independente.
No repertório, clássicos do gênero e composições recentes mostram que o frevo é fonte inesgotável. De Levino Ferreira, considerado o maior compositor de frevos-de-rua, a Orquestra toca Lágrima de Folião, e Mexe com Tudo, esta gravada por Pixinguinha nos anos 40.
Do paraibano Sivuca, expressão da música brasileira e universal, Frevo Sanfonado prova que o frevo sempre esteve no repertório dos sanfoneiros. Entre os mestres do gênero, a Orquestra interpreta Clóvis Pereira (Ponta de Lança), Maestro Duda (Nino, o Pernambuquinho), e Édson Rodrigues (Frevo Aberto). De safra mais recente, Passo de Anjo – do próprio Spok, em parceria com João Lyra – virou a assinatura sonora do grupo.
Discografia - O CD Passo de Anjo marcou a estreia da SpokFrevo Orquestra, sendo escolhido pelo jornal O Estado de São Paulo como um dos três melhores lançamentos de 2004. O disco mereceu relançamento em 2006, desta vez pelo selo Biscoito Fino, que no ano seguinte também lançou o DVD e o CD Passo de Anjo – Ao Vivo, gravados no Teatro de Santa Isabel, no Recife, com pequenas mudanças no repertório e as participações especiais de Armandinho (guitarra baiana), Genaro (sanfona, ex-Trio Nordestino) e Leo Gandelman (saxofone alto).
Terceiro álbum de estúdio da big band de jazz-frevo pernambucana (o segundo foi ‘Ninho de Vespa, em 2013), Frevo Sanfonado transporta o som da orquestra de metais, percussão, baixo e violão para outro lugar totalmente inédito: o diálogo harmônico e melódico com o acordeão. A turnê é realizada pela Jaraguá Produções, com patrocínio da Petrobras, que tem garantido a circulação do grupo e o lançamento do CD.
Repertório – A Orquestra terá um repertório baseado no CD ‘Frevo Sanfonado’. Assim, o set list contará com ‘De Cazadeiro ao Recife’, do pianista, acordeonista, compositor e arranjador carioca Vitor Gonçalves, que atualmente mora em Nova York e já tocou com Hermeto Pascoal e Maria Bethânia.
No disco, o acordeonista gaúcho Renato Borghetti participa como solista e compositor na faixa “Frevaricação”, que também será executada no show em João Pessoa.
Também estão no setlist ‘Sandro no Frevo’, de Camarão; ‘Sax Sanfona’, com o experiente sanfoneiro Gennaro, e ‘Saudade do Seu Domingo’, um frevo em diálogo sugestivo com o baião e o xote, composto por Beto Hortis.
O show continua com ‘Frevo pra Ela’, do jovem cearense Nonato Lima; e ‘Gostosão’, do maestro Nelson Ferreira (1902-1976), um frevo clássico.
Tem espaço, ainda, para ‘Frevo Sanfonado’ (Sivuca), ‘Maluvida’, do guitarrista Renato Bandeira, e ‘Bipolar’, de Toninho Ferragutti.