Apesar da pouca chuva que ocorreu em todo Estado neste ano, agricultores familiares da região de Itabaiana e Gurinhém começaram a colheita de algodão orgânico. O plantio seguiu o calendário agrícola e teve o acompanhamento de extensionistas da Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater, vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca.
Em dois municípios integrantes da área do Agreste paraibano, a exemplo de Salgado de São Félix, onde choveu apenas 293 mm e no município de Itabaiana que teve uma precipitação pluviométrica de 344 mm nos últimos cinco meses, e apesar de ter sido de formar irregular, os agricultores terão a possibilidade de colheita dentro do previsto, informou coordenadores regional da Emater em Itabaiana, Paulo Emílio de Souza.
Retrospecto - Depois de anos de uma acentuada queda na produção de algodão, que durante décadas foi sua principal cultura geradora de emprego e renda no campo, o Governo do Estado começou neste ano um novo processo de recuperação desta atividade, uma ação que reúne agricultores, empresários, as instituições estaduais da Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater, e a Embrapa Algodão, com sede em Campina Grande, que discutiram toda a cadeia produtiva, desde a pesquisa, assistência técnica, sistemas de produção, logística pós-colheita, preço justo e comercialização, que passou a ser denominado de Projeto Algodão Paraíba.
O diretor Técnico da Emater Vlaminck Paiva Saraiva disse que o algodão é “uma das culturas mais tradicionais e geradoras de emprego e renda, diversificando a produção das unidades familiares, garantindo o aumento de renda e a melhoria da qualidade de vida das pessoas”.
O projeto aponta como alternativa mais viável o cultivo do algodão orgânico em sistema de sequeiro, onde as pesquisas da Embrapa indicam uma produtividade para a região do Semiárido entre 1.200 a 1.500 quilos por hectare, desde que tenha as condições mínimas exigidas pela cultura, podendo chegar a mais de 2.000 kg/ha.
Para o cultivo orgânico são adotadas práticas como manejo integrado de pragas e doenças e uso de biofertilizante. Segundo o assessor estadual para a cultura do algodão José Joacy dos Santos, a retomada da cultura na Paraíba está abrindo caminhos para aumentar a renda dos agricultores familiares e mesmo com a baixa precipitação pluviométrica que vem ocorrendo nos últimos cinco anos, a cultura do algodão ainda produz satisfatoriamente garantindo lucratividade.