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Iphaep realiza Semana Cultural e entrega restauração de painel azulejar em João Pessoa

sexta-feira, 12 de agosto de 2016 - 16:17 - Fotos: 

Na próxima quarta-feira, 17 de agosto, será celebrado, em todo o Brasil, o Dia do Patrimônio Histórico. Na Paraíba, a data será lembrada por uma programação extensa, que acontecerá durante cinco dias e que integra a II Semana do Patrimônio Cultural da Paraíba. O responsável pelo evento é o Governo do Estado, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, e começa na manhã da segunda-feira (15), a partir das 9h, quando será entregue o trabalho de recuperação do painel de azulejos “Naus Portuguesas”, pertencente ao acervo do Palácio da Redenção.iphap semana do patrimonio foto divulgacao 2 270x183 - Iphaep realiza Semana Cultural e entrega restauração de painel azulejar em João Pessoa

“Será uma semana importante, do ponto de vista da recuperação da memória de bens materiais da capital paraibana, e também pelas ações de educação patrimonial que estaremos realizando no interior do Estado”, revela a diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueirêdo. “Temos, ainda, a novidade do lançamento do nosso boletim informativo, o Parahyba, que nesta primeira edição vai priorizar os 45 anos de criação e atuação do Iphaep, além dos 431 anos da cidade de João Pessoa”.

A história do painel “Naus Portuguesas” remonta aos primeiros anos do século XX. O bem foi adquirido da Fábrica Constância, de Portugal, em 1912, pelo Governo do Estado da Paraíba, e tem elementos neo barrocos, com formato levemente retangular e bordas recortadas. No total estão reunidos 1.186 azulejos. Segundo a restauradora Piedade Farias, responsável pelo Inventário, ele é composto por azulejos figurativos, em tons azuis sobre fundo branco, apresentando moldura e cena. “A moldura é decorada por volutas, rocálias e cartelas, entremeando figuras fitomórficas. Já a cena apresenta três naus com as velas içadas e decoradas por cruzes de Malta, com hastes alargadas nas extremidades, dispostas em mar agitado, encimadas por nuvens e aves”, explica a restauradora.

Os trabalhos de restauração do painel tiveram início em 18 de fevereiro e terminaram em 15 de julho deste ano. Tudo começou com a coleta, armazenagem e composição de peças, com os fragmentos encontrados. Foram feitos vários mapeamentos, para saber quantas peças de azulejos estavam inteiras, quantas estavam danificadas, mas poderiam ser recuperadas, e quantas tinham perda total e teriam que ser reconstituídas.  O último passo da restauração do bem aconteceu quando foi realizada a limpeza em sua volta, no sentido de que fossem aplicadas uma demão de selador acrílico e duas de tinta, na cor areia.

A equipe aproveitou para realizar em seguida, durante todo o mês de julho, a recuperação do banco, que é afixado sobre o painel e tem dois blocos de alvenaria (a moldura e o banco). “O banco, com base retangular bege acinturada, tem assento, braços e espaldar revestidos com azulejos decorados por desenho azul e fundo branco. Já a moldura é composta por parte central branca, ladeada por duas pilastras bege em curva e contra curva”, revela Piedade Farias. “Quanto aos azulejos presentes na peça do banco, eles são ajuntados de modo a formar, repetidamente, uma figura geometrizada com os lados arqueados, os cantos pontiagudos e o centro com adensamento fitomórfico; a figura é cercada por quatro flores em cruz, formadas pelo encontro das barras pontilhadas”.

As obras de restauração do painel azulejar “Naus Portuguesas” ficaram sob a responsabilidade da Empresa de Construção de Carlomano Abreu, tendo como consultor técnico o restaurador Estácio Fernandes. Já a restauradora Piedade Farias ficou responsável pela coordenadoria dos serviços. Também participaram da equipe: Luis Carlos Kehrle, Rafael da Silva Souza, Brendon Santos, Eduardo de Souza Ramos, Adalberto de Souza Ramos e Edvaldo Paulino.

Ação educativa Na terça-feira, dia 16, a vez será da equipe do Iphaep se deslocar até a cidade de Mamanguape, localizada no Litoral Norte e considerada uma das três “Cidades Históricas” da Paraíba (ao lado de Areia e Pilar). Na terra que já foi visitada até por Dom Pedro II, os arquitetos, historiadores, bibliotecários e demais técnicos do patrimônio estadual estarão realizando, durante todo o dia, a Ação Educativa: Entenda o Patrimônio. O atendimento ao público acontece em Frente ao Centro Cultural de Mamanguape

Já no último dia da II Semana do Patrimônio Cultural da Paraíba, na próxima sexta-feira, dia 19, haverá em Bananeiras, na região do Agreste, a Formação de Professores: Educação Patrimonial. O curso é destinado exclusivamente aos educadores do município, com o objetivo de incentivar os professores (especialmente os das escolas públicas) a conhecerem e divulgarem, entre os alunos, a necessidade de que haja um olhar mais atento em relação ao patrimônio material e imaterial da cidade. O local do curso ainda está sendo definido.

Boletim informativo - As demais atividades da II Semana do Patrimônio Cultural serão realizadas em João Pessoa. A primeira delas acontece na quarta-feira, dia 17, a partir das 17h30, no Vila do Porto, na área do Centro Histórico, quando haverá o lançamento do jornal do Iphaep: o Informativo Parahyba. “Ele é resultado de uma parceria entre o Iphaep e a Lotep e a proposta é de que sirva de canal para a efetivação de encontro com a comunidade. Sua periodicidade será trimestral, reunindo textos informativos sobre as ações do Instituto, além de trabalhos históricos, memoralísticos, paisagísticos e que destaquem os potenciais históricos e arquitetônicos da Paraíba”, diz a diretora Cassandra Figuêiredo.

Já na quinta-feira, dia 18, a equipe do Iphaep estará realizando, pela primeira vez, um atendimento especificamente direcionado aos comerciantes do Centro Histórico de João Pessoa. Durante todo o dia, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 16h30, na sede do Iphaep (Av. João Machado, 348 – Centro), os técnicos estaduais estarão conversando com os associados do CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa) e da Associação Comercial da Paraíba. “Não é preciso agendar. É bastante, tão somente, que os comerciantes estejam interessados em conhecer que tipos de intervenções podem ou não podem ser feitas, em seus estabelecimentos comerciais, na área do perímetro do Centro Histórico de João Pessoa”, explica a diretora do Iphaep.