O resultado do trabalho realizado em 2016 com 50 gestantes atendidas nos cinco Distritos Sanitários da capital está sendo apresentado nesta quinta-feira (24). O trabalho diz respeito à sífilis, doença sexualmente transmissível, que, se a mãe tiver infectada, pode transmitir para o filho, o que pode causar má formação do feto, aborto ou morte do bebê. O evento está acontecendo no auditório do IFPB (ao lado do Centro Administrativo), em Jaguaribe, para profissionais de saúde da Atenção Básica, hospitais e gestores.
O Grupo de Trabalho era composto por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Ses), Secretaria Municipal de Saúde, de João Pessoa, Hospital Universitário da capital e Associação Brasileira de Enfermagem (Aben).
“Este trabalho significa o fortalecimento de uma linha de cuidado que necessita de uma atenção especial na Paraíba. É urgente o tratamento da sífilis na Atenção Básica e estamos trabalhando para que isso se torne realidade no nosso estado. Temos muito o que avançar nos próximos anos e este será o nosso foco, enquanto gestão estadual”, declarou a gerente operacional das IST/Aids e Hepatites Virais da SES, Ivoneide Lucena.
“O mais importante para Seção Municipal das IST/Aids e Hepatites Virais, de João Pessoa, é o controle da sífilis em nosso município, firmando parcerias e realizando capacitações e implantando os testes rápidos nas unidades de saúde”, afirmou a chefe da Seção, Clarice Rocha Pires de Sá.
A chefe do Núcleo das IST e Aids da SES, Joanna Ramalho, participou do grupo de trabalho que era composto por 10 pessoas. Segundo ela, os problemas que mais chamaram atenção foram a vulnerabilidade social das famílias (baixas renda e escolaridade e condições de moradia) e a ausência do fluxo de tratamento.
“Percebemos que não havia um fluxo definido, o que deixava as gestantes perdidas. A partir do trabalho, conseguimos organizar este fluxo que começa com o diagnóstico durante o pré-natal, feito na atenção básica, que encaminha para os locais de referência para fazer o tratamento da doença”, disse.
Os locais de referência na capital são: Maternidade Cândida Vargas; UPAs do Valentina e de Manaíra e Cais, do bairro do Cristo Redentor.
Também participam do evento, representantes do Unicef e Ministério da Saúde. Alexsana Sposito Tresse, do Departamento Nacional de IST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério, lembrou que a penicilina é a única opção de tratamento da sífilis na gestação e que deve haver desconstrução dos medos.
“Convido a todos os profissionais de saúde a aplicarem a penicilina sem medo. Se a mulher está com sífilis e este é o único tratamento existente, tem que ser feito. O medo tem causado danos irreversíveis”, alertou.
O que é I Mostra de Experiências reúne trabalhos sobre transmissão vertical da sífilis - É uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, que acontece em três estágios. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos.
É transmitida por meio de relações sexuais sem proteção, sejam elas vaginais, orais ou anais; de transfusão de sangue contaminado ou de mãe para filho na fase de gestação ou na hora do parto.
A recomendação é que, se a pessoa fez sexo sem proteção, deve fazer o teste rápido, que é gratuito, rápido e simples. Se for gestante, deve exigir o exame no pré-natal para proteger a mãe e o bebê.
É uma doença que tem tratamento e cura.