Manuela Sofia foi o primeiro bebê a nascer na Sala de Parto Humanizado, do Hospital Geral de Queimadas (a 140 km de João Pessoa), que faz parte da rede hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O parto foi um sucesso e aconteceu na tarde dessa quarta-feira (21), poucas horas depois da secretária de estado da Saúde, Roberta Abath, ter inaugurado o novo equipamento da unidade de saúde.
A mãe da criança, Stefany Simões, foi a primeira a usufruir dos recursos disponibilizados no ambiente que têm o objetivo de tornar o parto normal num momento único, de troca de amor, carinho e muito cuidado por parte de uma equipe multiprofissional. “Fui muito bem atendida por todos. A parteira ficou dando atenção o tempo todo e minha mãe também ficou ao meu lado. Gostei muito”, disse Stefany.
A Sala do Parto Humanizado é composta do spa gestacional, com um leito, poltrona reclinável e um espaço para as atividades de fisioterapia. Utilizando uma bola suíça e barras na parede, as mulheres fazem exercícios de alongamento; agachamento; massagem e fortalecimento da pelvis, com o objetivo de fortalecer a musculatura para o momento do parto. O local ainda conta com música ambiente; pintura e iluminação apropriadas para a preparação e o espaço, com equipamentos modernos, onde acontece o parto propriamente dito.
A diretora geral do Hospital, Samara Farias, informou que ainda é oferecida acupuntura para as gestantes, para trabalhar a questão da ansiedade e, consequentemente, minimizar a dor. “Tudo isso é possível graças a uma equipe muito empenhada para fazer dar certo. Temos psicólogos; assistentes sociais; obstetras; enfermeiros; técnicos em enfermagem e as parteiras que são responsáveis pelas primeiras avaliações, fazendo o toque, observando se há riscos e encaminhando para o obstetra que atua no momento do parto”, explicou.
Segundo Samara, este trabalho vem sendo implantado há cinco meses e as mudanças já estão acontecendo. “As mulheres tinham um entendimento de fazer somente parto cesáreo. Começamos um trabalho de conscientização sobre o parto normal; oferecemos conversas com psicólogos e o resultado tem sido surpreendente. Fazemos aqui uma média de 190 partos por mês. Antes, eram cerca de 170 cesáreos e 20 normais. Hoje, essa lógica se inverteu”, festejou.
Para a obstetra Thaíse Vilarim, entusiasta da causa, o que há de mais importante é o resgate do protagonismo feminino. “É uma questão maior do que o parto humanizado em si. Trata-se do empoderamento da mulher que, geralmente, é a protagonista de uma vida inteira. Ela já se empoderou do lar; da criação dos filhos e precisa acreditar que é dona do seu corpo”, falou.
Ainda dentro da proposta de humanização, nesta quinta-feira (22) pela manhã, uma equipe do Banco de Leite Anita Cabral promoveu uma capacitação da equipe de saúde, responsável pelos cuidados materno-infantil do Hospital.
“O estabelecimento da amamentação com sucesso deve-se atentar muito para que essa prática ocorra desde o nascimento, e é muito importante que a equipe de saúde que assiste a mulher, já na sala de parto, esteja preparada tecnicamente para apoiá-la. Essa capacitação alia a teoria a uma discussão prática sobre o tema e sua abordagem no cuidado durante o parto e pós-parto, dirimindo mitos sobre a impossibilidade do bebê ser amamentado logo após seu nascimento”, disse a diretora geral do Banco de Leite Anita Cabral, Thaíse Ribeiro.