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Espetáculo Bispo é atração do Teatro Paulo Pontes no fim de semana

sexta-feira, 7 de outubro de 2016 - 10:43 - Fotos:  Divulgação

Diney Araújo IMG 210711 270x179 - Espetáculo Bispo é atração do Teatro Paulo Pontes no fim de semanaO espetáculo Bispo será encenado, neste sábado (8) e domingo (9), no Teatro Paulo Pontes, no Espaço Cultural, em João Pessoa. Elaborada pelo Coletivo Bispo, a apresentação do espetáculo tem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Com direção do ator João Miguel, que também atua na peça, a atração terá início às 20h. O espetáculo é remontado 15 anos após a estreia.

No domingo, o ator João Miguel realiza uma roda de diálogo com o público após a apresentação da peça, que conta a história de Arthur Bispo do Rosário. O artista plástico criou um mundo paralelo, produzindo intensamente enquanto esteve internado na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro.

A primeira montagem de Bispo estreou em Salvador, em 2001, resultado de uma profunda pesquisa de João Miguel sobre a vida e obra de Arthur Bispo do Rosário. Com sucesso de público e de crítica, João Miguel ganhou prêmios de melhor ator, diretor, cenário, espetáculo e ator revelação. Também foi indicado ao Prêmio Shell de melhor ator em 2003. Durante a temporada, foi convidado para estrear no cinema, com o filme Cinema, Aspirinas e Urubus, com o qual ganhou muitos prêmios, inclusive no Festival de Cinema de Cannes. A partir daí, consolidou a carreira, participando em mais de 20 filmes e séries.

Remontar Bispo na região Nordeste tem um significado muito particular para João Miguel. “A ideia é fazer um movimento expansivo de temporadas, partindo do Nordeste, que é uma região muito representativa na obra de Bispo, para depois alcançar outras regiões do Brasil. A relação com o Nordeste nesta temporada está calcada nas minhas origens como artista e nordestino, dialogando com as de Bispo”, disse, destacando a vocação da região para a arte.

Proposta - Dialogando com as vertentes modernas do teatro contemporâneo, o espetáculo propõe uma união de várias linguagens, como uma espécie de sinfonia brasileira, ao juntar o cenário (artes plásticas), luz, texto e som (músicas e sonoridades que remetem ao inconsciente de Bispo) que são misturados em cena com as palavras de Arthur Bispo do Rosário, na voz e no corpo de João Miguel.

Através de um mergulho coletivo, o espetáculo enfoca a lógica de criação de Bispo e a materialização da obra do artista numa dimensão profunda de reconhecimento, independente das catalogações a que ele foi submetido no decorrer de anos, como esquizofrênico e como artista plástico. Aqui, são abordadas questões atuais, como identidade e brasilidade.

O universo místico de Bispo, a sua relação com a obra, a visão da Virgem Maria, a paixão pela psicóloga Rosângela Maria, os delírios são abordados com ritmo, humor e a profundidade que este universo requer.

João Miguel – Com mais de 30 anos de carreira, já participou de inúmeros filmes, espetáculos teatrais, minisséries e novelas. Deu início à carreira de ator aos 9 anos, no programa de televisão Bombom Show, de Nonato Freire. Entre 1990 e 1996 João Miguel foi integrante do Grupo Piolim (João Pessoa), onde atuou como produtor do espetáculo Vau da Sarapalha, e iniciou as apresentações como Palhaço Magal. Ainda como Magal, apresentou-se no Circo Picolino e em hospitais públicos, favelas e ruas de Salvador e do interior da Bahia.

No teatro, João Miguel atuou em diversas montagens, entre elas, os seguintes espetáculos: Só (2009), com direção de Alvise Camozzi; Bispo (2001-2006), com direção de Edgard Navarro. De 1997 a 1999, integrou o elenco da Novíssima Poesia Baiana, com o grupo Los Catedráticos, com direção de Paulo Dourado.

João Miguel ainda atuou em espetáculos como A Ver Estrelas (1997), com direção de João Falcão; Carne Fraca (1997), com direção de Fernando Guerreiro; Fala Comigo Doce como a Chuva (1993), dirigido por Paulo Henrique Alcântara; Viva o Cordão Encarnado (1991), com direção de Luis Mendonça; Barrela (1989), com direção de Francisco Milani.

João Miguel já foi contemplado com mais de 20 prêmios, dentre os quais se destacam: o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor ator em cinema, que ele ganhou em 2015, com o filme A hora e a vez de Augusto Matraga.

Conquistou ainda o prêmio de melhor ator no Festival do Rio de 2005, 2007 e 2011, com os filmes Cinema, Aspirina e Urubus; Estômago e A Hora e a Vez de Augusto Matraga.

Bispo - Trancafiado num quarto-forte da Colônia Juliano Moreira, recinto destinado a doentes furiosos, Arthur Bispo do Rosário criou ao longo de quase 40 anos um mundo próprio constituído de miniaturas, mantos, estandartes e uma infinidade de peças que brotaram de suas mãos e ganharam forma, dando um sentido à sucata recolhida pelos internos e funcionários do asilo psiquiátrico, localizado no Rio de Janeiro.

Bispo trabalhava sem descanso. Desfiava os uniformes do hospício para fazer seus bordados, atendendo a uma urgência compulsiva de criar grafismos de extrema originalidade. Certo de que se tratava de um desígnio da fé, Bispo atendia com zelo obsessivo às insinuações que, para os médicos, não passavam de delírio místico. Para ele, criar significava a própria salvação: suas obras seriam apresentadas ao Todo-Poderoso no dia do Juízo Final.

Nos boletins psiquiátricos, Bispo não passava de um esquizofrênico paranoico. Mas o certo é que aquele estranho mundo construído com sucata de hospício resultaria em mais de 800 obras que, depois da morte de seu autor, em 1989, vieram a ser catalogadas como obras de arte.

Na última fase de sua estada no hospício, Bispo foi visitado por pessoas sensíveis que, fascinadas por sua trajetória e pelo universo por ele criado, fizeram com que o fenômeno ultrapassasse as fronteiras do hospício, através de reportagens e vídeos, exposições e instalações.

A obra do artista plástico Arthur Bispo do Rosário tem hoje uma outra dimensão dentro e fora do universo das artes plásticas. Reconhecido nacional e internacionalmente, o artista e sua obra ocupam agora um espaço afirmativo.

Coletivo Bispo - Após quinze anos da primeira montagem, João Miguel dá continuação ao espetáculo que o projetou no teatro e no cinema. O Coletivo Bispo apresenta nomes como o do roteirista Edgard Navarro, que assina o texto do espetáculo; colaboração da diretora Cristina Moura e da preparadora de atores Juliana Jardim, entre outros.

SERVIÇO

Espetáculo BISPO

Dias 08 e 09 de outubro em João Pessoa – PB

Local: Teatro Paulo Pontes (Espaço Cultural)

Rua Abdias Gomes de Almeida, 800 – Tambauzinho

Informações: (83) 3211-6214

Horário: 20h

Preços: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

Ingressos: Na bilheteria do teatro a partir das 16h

Capacidade: 400 lugares

Classificação: 12 anos

Duração: 75 minutos

Gênero: Teatro