O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) acompanha, a partir da próxima segunda-feira (17), a desmontagem da Casa Cor Paraíba 2016. O evento vai ser encerrado neste domingo (16) e ocorre em uma das mais importantes edificações brasileiras que identificam o movimento modernista na arquitetura.
A casa, tombada pelo Iphaep, está localizada na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa. Tem projeto do arquiteto Acácio Gil Borsoi e paisagismo de Roberto Burle Marx. Foi construída no início dos anos de 1950, pelo usineiro Cassiano Ribeiro Coutinho. A exposição reúne 35 ambientes idealizados por profissionais da arquitetura, decoração e paisagismo.
Segundo a coordenadora de Arquitetura e Ecologia do Iphaep, Gabriela Pontes, para viabilizar a realização da Casa Cor 2016 foram identificadas – e permitidas – algumas adequações no imóvel. Entre elas: a retirada de divisórias e do forro em gesso existentes, abertura e fechamento de vãos, limpeza e poda de árvores e arbustos do jardim e construção de estruturas temporárias na área externa.
A partir da segunda-feira, quando o evento estiver oficialmente encerrado, as intervenções dos comodatários vão dar lugar a um procedimento de fiscalização da desmontagem por parte do Iphaep. Para respaldar o trabalho, o Instituto vai tomar como parâmetro dois documentos: a Carta de Intenções, proposta pela equipe do projeto, e, posteriormente, as condicionantes impostas pelos técnicos estaduais, como resultado dos estudos existentes e das várias vistorias realizadas no imóvel modernista.
“Esta fiscalização final é o coroamento de um processo de parceria, no qual foram realizadas inúmeras reuniões entre a nossa equipe técnica e os responsáveis [Casa Cor] para esclarecimento acerca das condicionantes atreladas às obras de requalificação e posterior ocupação do imóvel”, explica a diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueirêdo. “Realizamos uma primeira vistoria em março, no qual a organização do evento foi orientada acerca da necessidade de reversão de todos os possíveis danos sofridos pela edificação”, acrescentou.
No caso específico da Carta de Intenções, um total de 17 pontos foram propostos pela equipe da Casa Cor, a exemplo da relocação da escada que liga o terceiro piso para o local original, a retirada de paredes e tetos de gesso, de revestimentos de ACM que cobrem as colunas originais; a limpeza e pintura do imóvel em cor branca e a poda de árvores e arbustos dos jardins, bem como a reorganização paisagística de possíveis exemplares vegetais de composição do projeto original.
Vistorias e condicionantes – O Processo Administrativo de nº 0075/2016, referente à adaptação provisória da Residência Cassiano Ribeiro Coutinho aos interesses da Casa Cor Paraíba consta de cinco volumes. Desde março deste ano, o Iphaep realiza vistorias no imóvel.
Dessa maneira, a equipe da Coordenadoria de Arquitetura e Ecologia – CAE – dividiu os procedimentos de análise e fiscalização em três etapas, sendo a primeira, que propôs a correção e adequação do imóvel para receber o evento; a segunda etapa referente à montagem dos ambientes; e a terceira e última fase de análise contemplando a proposta final de recuperação da casa, que será entregue em bom funcionamento e pronta para uso posterior.