Nômades ou peregrinos? Eles vieram para a Europa, oriundos exclusivamente do Egito ou também de outras regiões do mundo? Quais os costumes ancestrais que ainda permanecem entre os ciganos? Como se fixaram os grupos calons, existentes atualmente na cidade de Sousa, no Alto Sertão da Paraíba? Essas e outras perguntas serão respondidas, na tarde desta segunda-feira (24), a partir das 14h, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), na Avenida João Machado, 348, Centro de João Pessoa, quando será proferida a palestra “Ciganos de Sousa-PB” pela antropóloga Patrícia Goldfarb, uma das maiores especialistas, no Brasil, na questão do povo cigano.
Além de Patrícia Goldfarb, duas jornalistas – Kamila Katrine e Thamara Duarte – vão debater o tema, para uma platéia cujo público alvo é formado, principalmente, por estudantes de escolas públicas e particulares da capital paraibana.
O evento desta segunda-feira antecipa as comemorações do Dia Nacional do Cigano, instituído pelo governo federal, em 25 de maio de 2006, e inaugura a criação do Núcleo de Antropologia Visual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba. “Sabe-se que sem o apoio da antropologia visual não é possível desenvolver qualquer trabalho sério no campo do patrimônio histórico e ambiental, ou melhor, patrimônio edificado – de pedra e cal, da mesma forma também nas pesquisas sobre o patrimônio imaterial, sem o auxílio da antropologia da imagem é praticamente impossível mapear os bens intangíveis de uma determinada região”, explica a diretora do Iphaep, Cassandra Figueiredo.
O Núcleo - Segundo Cassandra Figueiredo, pretende-se, inicialmente, na instalação do Núcleo de Antropologia Visual, desenvolver uma série de ações educativas, junto à rede pública de ensino, sendo que estas ações atingirão, depois, o público em geral. “A nosso ver, o objetivo principal é integrar a comunidade nos processos de formação e de transmissão de conhecimento”, disse a gestora. “Dentro deste contexto, o objetivo geral visa proporcionar formação teórica-prática de conhecimentos técnicos referentes à competência e à atuação do Iphaep, na preservação e na proteção do patrimônio histórico-cultural edificado, sobretudo no âmbito da antropologia visual.
Quanto aos objetivos específicos, o Núcleo de Antropologia Visual do Iphaep, que será implantado a partir desta segunda-feira (24), deve ampliar suas funções no intuito de: conceber cursos e palestras sobre Educação Patrimonial em comunidades periféricas da cidade de João Pessoa; realizar levantamentos etnográficos de mercados públicos existentes na Paraíba; mapear áreas de ocorrências significativas de grafitagem na grande João Pessoa; organizar cursos de fotografia voltados para conjuntos arquitetônicos representativos; incentivar anualmente um concurso de fotografia sobre patrimônio histórico edificado.
O Núcleo tem, ainda, a proposta de planejar um cronograma anual de exibição cinematográfica, que apresente filmes etnográficos e documentais – a exemplo de “Pierre Verger – Mensageiro entre dois mundos”, de 1997, que tem apresentação de Gilberto Gil e direção de Lula Buarque de Hollanda; oferecer, periodicamente, cursos de introdução à antropologia visual e efetuar pesquisas sobre o patrimônio imaterial de diversos bairros da Capital paraibana.
