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Direção do Juliano Moreira quer ressocializar o paciente

quinta-feira, 2 de abril de 2009 - 14:20 - Fotos: 

Trazer de volta todas as ações e serviços com vistas à ressocialização do paciente e lutar junto à sociedade contra o preconceito e o estigma para com o portador de distúrbio mental. Estes são os dois principais desafios da atual superintendência do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira.

A nova superintendente, Clélia Lucena de Andrade Gomes, que já assumiu esse mesmo cargo nos dois primeiros Governo Maranhão, promete lutar para colocar em prática as 28 ações e serviços de ressocialização do paciente que funcionaram durante toda a sua gestão.

Clélia diz que a tarefa não vai ser fácil, mas espera contar com a colaboração de funcionários, técnicos e médicos do Complexo nessa luta para devolver a dignidade e a auto-estima do portador de distúrbios mentais. Para tanto, ela vem fazendo reuniões com enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e os demais setores do complexo com objetivo de conhecer a realidade de cada um e juntos procurarem uma solução para todos os problemas.

Além de todo o corpo de funcionários e profissionais do Complexo, Clélia Lucena espera contar com a participação de toda a sociedade civil organizada e nas parcerias com instituições e órgãos ligados aos problemas relacionados com psiquiatria e os distúrbios metais.

De acordo com Clélia Lucena, além das mudanças de ordem clínica, é necessária ainda melhorar a parte física de todo o Complexo como forma de humanizar o ambiente e propiciar melhores condições de vida e saúde para os internos. Clélia Lucena destaca ainda que para se alcançar a ressocilização tornam-se necessário levar as ações e serviços para além das dependências internas do Complexo.  Para ela é preciso deixar as atividades intra-muros e levá-las ao conhecimento de toda a sociedade, para que todos juntos lutem para dar uma vida digna e humana para o portador de distúrbio mental.

A superintendente afirmou que a situação em encontrou o Complexo não boa, “pois temos muito para aprimorar os serviços de atendimento e assistência àqueles que precisam da nossa atenção e Lamentamos não só a falta de manutenção dos equipamentos, mas a imposição de grades para dificultar o acesso dos pacientes a dependências do hospital, como se o Complexo não fosse deles”, justificou.

Prioridade é o usuário

Com relação ao Hospital Dia ela diz que lastimavelmente após 10 anos de funcionamento, com a implantação, treinamento e capacitação de funcionários tendo ocorrido para prestar assistência àqueles que saiam dos internamentos em hospitais psiquiátricos, como também evitar que fossem internos, o hospital fechou as suas portas. “Creio que faltou sensibilidade para manter aquele serviço substitutivo funcionando, tão necessário e que atendia a um modelo preconizado pela Reforma Psiquiátrica”, avaliou Clélia Lucena ao destacar que a sua pretensão, com a colaboração de todos, é colocar mais uma vez na escala de prioridades o usuário em primeiro lugar, ofertando um serviço onde nos orgulhemos de ter na nossa Paraíba.

O Completo, acredita a superintendente, pode oferecer diversas ações. Clélia Lucena lembrou que no passado tinha um cronograma com 28 atividades diferentes realizadas de forma individuais ou grupais, intra ou extra muros. Para colocar tudo isso em prática novamente, ela espera contar com os servidores que trabalham no Complexo como também com pessoas sensíveis que possa se envolver nesta proposta, fazendo com que os usuários se sintam valorizados, estimulados a retomar suas vidas, evidentemente com o apoio imprescindível dos familiares.

Ela explica que a intenção é levar ao conhecimento da sociedade varias atividades realizadas pelos usuários através de feirinhas, comemorações de datas importantes no calendário de toda comunidade envolvimento deles conjuntamente com a sociedade seja em passeios públicos, visita a parques ou participações naquelas atividades em que todos participam e que eles não devem ficar de fora pois são pessoas humanas como qualquer outra. “Acreditamos que à medida que se olham estas pessoas de forma “diferente” abrindo possibilidades a sua participação em eventos estaremos combatendo o preconceito tão difundido entre nós”, comentou.

A superintendente explicou que viu no Complexo uma diferente metodologia de trabalho e que no seu entendimento, dificulta sobremodo os cuidados da enfermagem, da nutrição e das ações necessárias a sua recuperação. “Ao nosso vê para melhorar essa assistência teríamos urgentemente que discutir estes atos e modificar-los imediatamente para evitar que se perpetue praticas que só visam o bem estar de outros e não daqueles que mais precisam”, argumentou o a superintendente.

Clélia Lucena disse, ainda, que não houve avanço da Reforma Psiquiátrica e cita com exemplos o fechamento do Hospital Dia e a precariedade de funcionamento do ambulatório. De acordo com ela há involução nas ações de recuperação dos doentes. “Só sobreviveu o que não podia deixar de ter. Mas nem tudo estar perdido, estamos vivos e dispostos a mais uma vez lutar por essa melhoria, acreditamos que contamos com muitas pessoas sensíveis, abnegadas e dispostas a dar sua contribuição para soerguer estar Unidade de Saúde com a ajuda e a determinação do Secretário José Maria de França, que com certeza não medirá esforços para apoiar as iniciativas que melhorarão a assistência destes que tanto precisam e cremos que o Governador José Maranhão, ao priorizar a saúde,  não se arrependerá e será recompensado por todos aqueles que de uma forma ou de outra tem um parente, um familiar a precisar dos serviços públicos de Saúde”, finalizou Clélia Lucena.