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Produtores rurais do Cariri e Sertão recebem visita do Cooperar e Banco Mundial

segunda-feira, 6 de abril de 2009 - 14:36 - Fotos: 

Tirar os atravessadores do caminho e transformar os produtores em empreendedores. Esta é a nova visão da segunda etapa do Programa de Redução a Pobreza Rural (PRPR), o Cooperar II. A novidade foi recebida com entusiasmo pelos beneficiários e servidores das gerências regionais do projeto que receberam a visita do gestor Plácido Pires e do gerente geral de Projetos para o Nordeste do Banco Mundial Edward Bresnyan.

A comitiva do Cooperar passou por Monteiro, Patos, Passagem e Princesa Isabel onde conheceu as rendeiras do Cariri e os produtores de leite e mel do Sertão.
Durante a visita, o que mais chamou a atenção do gestor Plácido Pires foi descobrir que os produtores não estavam recebendo da gestão passada o apoio necessário para desenvolver seu trabalho. “A realidade dessas pessoas é bem diferente do que se propagava, mas nós vamos mudar isso transformando esses produtores em empreendedores.

A nossa meta é tirar do caminho os atravessadores e fazer com que a mercadoria deles seja vendida por um preço justo. Esse trabalho não pode ser visto apenas como um meio de sobrevivência e sim como a garantia de um futuro melhor. Essa é a nova visão do Cooperar”, declarou.

Conforme Pires, fazer com que o produto chegue até o consumidor final é tão importante quanto produzir. “Não adianta as rendeiras fazerem peças tão bonitas se elas não terão a quem vender. Da mesma forma não adianta produzir mel ou leite se isso irá acabar sendo vendido por um preço muito abaixo do mercado. Por isso vamos buscar fazer com que esse produto, em primeiro lugar, tenha um selo de qualidade reconhecido, depois cuidaremos da divulgação e, em seguida, o colocaremos no mercado adequado para ele”, afirmou. 

Edward Bresnyan, do Banco Mundial, não só concorda com a nova fórmula do Programa como também apóia a proposta. “O banco quer expandir o projeto, mas para isso temos que ter um modelo novo e tirar os atravessadores do caminho dos produtores é a maneira certa. Acho que o novo gestor do Cooperar está indo muito bem, implantando essa nova visão no Programa, porque não adianta produzir se não tivermos onde comercializar.

O grande lance agora são os projetos produtivos e essa visita nos mostrou que teremos muitos desafios. Esperamos que o projeto cresça porque queremos assegurar renda para todos esses produtores”, enfatizou. O consultor do banco Mundial, Raimundo Caminha, que também acompanhou a comitiva, disse que é preciso repensar os produtos da Paraíba e destacou que o novo modelo é o ideal. “A novidade do Coopera II é que ao invés de partir da produção iremos partir para o mercado encorajando os produtores a investir diretamente no consumidor final. Em outros Estados já se faz isso com sucesso e vamos seguir o exemplo que com certeza dará certo aqui também”, afirmou.

Produtores aprovam novo modelo

Durante a visita do Cooperar e do Banco Mundial, os produtores tiveram a oportunidade de expor seus problemas e dar as suas sugestões. Muitos deles já estavam desacreditados, mas saíram entusiasmados do encontro. Em Monteiro, as representantes das cinco associações que compõem o pólo das rendeiras do Cariri afirmaram que o novo modelo idealizado pelo gestor Plácido Pires é o ideal para o desenvolvimento do trabalho efetuado por elas, já que vender o produto é a maior dificuldade encontrada por todas.

“Nós vendemos nas feiras livres da cidade e algumas vezes conseguimos repassar nossos produtos para algumas grifes de outros Estados. Mas, não dá nem para ter uma média de quanto vendemos porque tem meses que comercializamos todo o produto e outros que não conseguimos vender nada, ficamos no zero. Estamos muito animadas com essa nova proposta e esperamos que a partir de agora dê tudo certo, porque as rendeiras daqui trabalham muito para ganhar pouco e isso tem desestimulado muita gente”, relatou a presidente da Associação das Artesãs de Monteiro, Gildeni Cavalcante.

Em Princesa Isabel, Plácido Pires teve a oportunidade de conhecer os produtores de mel que até então não haviam recebido nenhum apoio do Cooperar, mas que a partir de agora serão incluídos dentro dos 800 projetos que deverão ser integrados ao Cooperar II. Os produtores locais se reuniram com o gestor e expuseram sua potencialidade. Todos agradeceram em saber que não trabalharão mais sozinhos e que terão o mel produzido por eles conhecido e valorizado fazendo com que todos se tornem independentes.