O governador Ricardo Coutinho esteve presente, nesta segunda-feira (27), no velório de Dom Marcelo Pinto Carvalheira, ocorrido na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, se solidarizando com os familiares do Arcebispo Emérito da Paraíba, que faleceu no último sábado (25), aos 88 anos, em Pernambuco. O chefe do Executivo estava acompanhado pelo secretário de Comunicação Institucional, Luís Torres, o chefe de Gabinete do Governador, Nonato Bandeira, e deputados estaduais.

Ricardo acompanhou parte do velório, a Missa de Exéquias e, em seguida, o sepultamento. Na ocasião, comentou que o exemplo de ternura de Dom Marcelo ficará marcado na memória dos paraibanos. “Ele é um servo de Deus e um servo do povo. Foi um grande homem e fez um trabalho muito importante na defesa da vida, mesmo em tempos de perseguição. A Igreja tem que respirar os ares que a população respira e Dom Marcelo soube fazer isso, dando uma grande contribuição aos cidadãos da Paraíba. Ele deixou exemplos, raízes e fez muito bem ao povo. Nosso querido Arcebispo deixará um legado de muita ternura”, frisou o governador.

Arcebispos, bispos, padres, diáconos, além de representantes das Arquidioceses de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Alagoas participaram da celebração presidida pelo Administrador Apostólico da Arquidiocese da Paraíba, Dom Genival Saraiva. “Dom Marcelo transformou sua vida em um grande exemplo de amor, bondade e ternura. Esta celebração que fizemos tem uma significação humana e espiritual muito forte. Deus recebeu Dom Marcelo em sua casa e nós nos despedimos dele, aqui na nossa casa. O seu legado ficará eternamente”, afirmou Dom Genival Saraiva.

O sobrinho de Dom Marcelo, Marcos Carvalheira, lembrou emocionado que desde muito jovem ele se dedicou à Igreja e se destacou por seu empenho às causas do povo. “Ele era uma pessoa muito boa e reservada. Dedicou a vida inteira a evangelizar e cuidar das questões do povo, principalmente aqueles mais necessitados. Apesar das dificuldades, não deixou em nenhum momento de fazer o seu trabalho em favor da sociedade. É motivo de muito orgulho ser sobrinho deste homem que viveu para Deus e para o povo”, falou.

“Com esta cerimônia, nos despedimos do Dom da Ternura. Um homem bom e caridoso. Sua simplicidade e firmeza o credenciam a ser chamado pelo pai de bendito. Entregamos a vida de Dom Marcelo com a certeza de que ele descansará em paz”, disse o padre Egídio de Carvalho Neto.

A dona de casa Rosário da Cruz fez questão de ir se despedir de Dom Marcelo, por quem expressou sua grande admiração. “Ele era uma pessoa muito caridosa. Nasceu para ajudar o povo e fazer o bem a todos os desfavorecidos. Dom Marcelo passava uma paz e serenidade no olhar. Que Deus o tenha e o guarde no céu”, concluiu.

Breve biografia – Dom Marcelo foi ordenado padre no dia 28 de fevereiro de 1953, em Roma. Foi nomeado bispo auxiliar da Paraíba, recebendo a sé titular de Bitilio, que abrangia 25 cidades, em 29 de outubro de 1975, sendo ordenado bispo, aos 47 anos, em 27 de dezembro de 1975, pelas mãos de Dom Helder Pessoa Câmara, Dom Aloísio Lorscheider e Dom José Maria Pires. Em 9 de novembro de 1981, aos 53 anos, foi designado bispo da recém criada Diocese de Guarabira, na Paraíba. Em 29 de novembro de 1995 foi designado para ser Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba, múnus que exerceu até 5 de maio de 2004.

Como bispo e arcebispo, foi membro da Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB Nacional (1987-1991 e 1995-1998), responsável pelo setor Leigos e CEBs; Vice-Presidente da CNBB Nacional (1998 a 2004). Participou do Sínodo dos Bispos sobre os Leigos e da Quarta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Santo Domingo. Foi delegado à Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos para a América por eleição da Assembléia da CNBB e confirmado pelo Papa João Paulo II (1997).