João Pessoa
Feed de Notícias

Governador José Maranhão admite negociar folha com bancos oficiais

terça-feira, 5 de maio de 2009 - 18:58 - Fotos: 

O governador José Maranhão anunciou a renegociação das contas de depósitos do Estado em bancos, principalmente a folha de pagamento de pessoal atualmente gerenciada pelo Banco Real. O anúncio ocorreu na estréia do Programa Palavra do Governador, em cadeia estadual de emissoras de rádio, que foi ao ar na manhã desta terça-feira (5), das 7h às 8h.

Na oportunidade, o governador deixou claro para os jornalistas convidados e os ouvintes do programa, que nessa renegociação o Governo do Estado pretende escolher um banco que tenha capilaridade, ou seja, agências no maior número de municípios e outros instrumentos de pagamento, de recebimento de contas.

“Já que o Estado da Paraíba não tem banco oficial e temos que fazer o pagamento do nosso pessoal através da rede bancária, optamos por fazer uma renegociação aberta e com preferência aos bancos oficiais, porque fica uma coisa mais aberta, mais transparente. Isso vai nos permitir alavancar recursos da ordem de 250 a 300 milhões de reais”, explicou.

Ele observou que o contrato antes negociado era de apenas 55 milhões de reais. “Eu não estou criticando ninguém, estou falando de uma realidade. Vamos trazer colateralmente outra vantagem para o servidor público do Estado. É que as taxas tanto da Caixa Econômica quanto do Banco do Brasil, para empréstimos de consignação, são sensivelmente menores que as taxas cobradas pelos bancos particulares, como é atualmente. Os servidores reclamam muito dessas taxas que são elevadíssimas”, complementou.

Maranhão lembrou que nos últimos quatro meses do Governo a receita do Estado teve uma queda de R$ 120 milhões, ou seja, R$ 30 milhões por mês. Uma das medidas estudadas para sanar o problema é a venda da folha de pagamento.

“O Estado perdeu R$ 120 milhões e diz o ditado que quando se acaba a terra de Deus, chega a de Nossa Senhora e vamos vender essa conta, porque o Estado precisa fazer essa operação e vamos fazê-la com toda transparência, de maneira que o cidadão sinta que os depósitos do Estado estão servindo à própria sociedade e não apenas à rede bancária”, enfatizou.

A entrevista do governador foi conduzida pelos jornalistas Lenilson Guedes e Edileide Vilaça e contou com as participações de Albeni Galdino, Arimatéia Sousa, Paulo Santos, Raquel Sherazade, Nilvan Ferreira, Clóvis Gaião, Napoleão de Castro e Antonio Malvino.

Saúde – O Governo do Estado prevê investimentos de R$ 100 milhões em hospitais infantis e mais R$ 100 milhões no Hospital de Trauma de Campina Grande, só este ano, conforme revelou o governador José Maranhão, durante o programa desta terça-feira (5). “Além dos investimentos da ordem de R$ 200 milhões, estou fazendo um governo itinerante. Toda semana me desloco a uma cidade do interior para conhecer, in loco, a realidade e para que as pessoas sintam que o governador tem um compromisso efetivo com a saúde da população”, acrescentou.

Ele lembrou que com esse processo de interiorização, na sua gestão anterior deixou cidades como Cajazeiras e Patos com hospitais de referência, que realmente atendiam a parte cardiológica e tinham centrais de imagem fazendo todos os exames. O cidadão, acrescentou, não precisava se deslocar de Cajazeiras ou de Patos para fazer um exame em Campina Grande ou mesmo em João Pessoa; fazia naquelas cidades mesmo.

Segundo o governador, com o retorno do seu governo, foi encontrada uma situação de desorganização total dentro dos hospitais. Os hospitais tinham os equipamentos, mas estes não atendiam a população. Ele observou que até pouco tempo isso não acontecia apenas no interior do Estado, mas na Capital, a exemplo do Hospital de Emergência e Trauma. “Em Cajazeiras, uma cidade que fica mais distante de João Pessoa, esse problema é mais crucial. Aí o hospital passa a ser ambulância, transportando paciente de lá para ser atendido em Campina Grande ou em João Pessoa”, esclareceu.

Ele explicou que é preciso investir na área de Saúde. "Não podemos deixar que a saúde da Paraíba continue na UTI e vamos voltar a praticar uma política de Saúde, onde o hospital público tenha que ser o melhor", concluiu.

Habitação – O governador José Maranhão disse ainda que o seu governo tem como meta construir 21 mil casas até o ano de 2010, e combater o déficit habitacional existente na Paraíba.

“Essa é a nossa meta. E já começamos. Por isso estamos trabalhando, desde que assumimos há 60 dias atrás, em cima desse projeto. Vamos trabalhar na faixa e na visão de 21 mil habitações, que será sem dúvida nenhuma o maior plano habitacional de toda história da Paraíba”, ressaltou.

Maranhão lembrou que alcançou, em seu mandato anterior, um recorde de construção de habitações populares. “Trabalhamos sozinhos, porque na época o Governo Federal não tinha um programa com o qual pudéssemos fazer uma parceria tão ampla, como essa que vamos fazer agora no governo Lula, no programa ‘Minha casa, Minha Vida’. Estamos inteiramente integrados nesse processo e assinamos semana passada o protocolo de adesão ao programa do presidente Lula. Além disso, pretendemos investir também recursos próprios do Tesouro Estadual para dar maior amplitude às ações”, confirmou.

Centro de Convenções – O governador José Maranhão assina, nos próximos dias, ordem de serviço para começar imediatamente a construção do Centro de Convenções de João Pessoa, que ele considera um equipamento da atualidade e que qualquer Estado da federação precisa ter.

Durante o Programa Palavra do Governador, Maranhão revelou que “apesar do ex-governador viver fazendo mídia em cima do que dizia ser a prioridade do Governo, o certo é que o Centro de Convenções de João Pessoa estava cheio de pepinos, porque desde o projeto havia embargos e proibições do TCU e as coisas não andavam”.

“Tão logo assumimos o Governo, fomos ao Tribunal de Contas da União saber o que efetivamente existia e todas as exigências estavam acumuladas e não atendidas no processo do projeto do Centro de Convenções. Atendemos a todas elas em menos de 60 dias e o projeto com as modificações exigidas pelo TCU foi aprovado por unanimidade", comemorou.

Penitenciária – Na entrevista na Rádio Tabajara, o governador José Maranhão anunciou também nesta terça-feira (5), que o Sistema Penitenciário do Estado ganhará em 60 dias mais uma unidade prisional com a entrega da penitenciária de Cajazeiras.

“Por exemplo, no município de Cajazeiras nós construímos uma penitenciária na gestão anterior e faltava apenas fazer a transferência. Decorreram seis anos e não fizeram nada, a penitenciária está lá, como deixei. Aliás, a essa altura com alguns desgastes do tempo e do desuso”, lamentou.

Maranhão destacou que o Governo do Estado está recuperando a penitenciária com investimentos que podem alcançar a cifra de R$ 500 mil. Ele confirmou que após os reparos nas instalações, começa imediatamente a transferência dos detentos. “Os presos estão mal acomodados numa penitenciária estreita, apertada, desconfortável, desumana, porque a que nós construímos é outra coisa, ela já foi feita dentro dos mais modernos requisitos de plantas bem adaptadas para a finalidade de abrigar a população carcerária”, concluiu.

Mudanças no Orçamento – Principal instrumento para efetivação dos programas de governo, o orçamento de 2009 do Estado da Paraíba precisa passar por mudanças substanciais de readequação para se ajustar aos projetos e programas do governo atual.

Esta é uma preocupação de toda sua equipe de governo da Paraíba, e expressada nesta terça-feira (5) pelo governador José Maranhão, que acusa o governo anterior de haver feito uma super estimação de receita e uma sub avaliação das despesas. "Estamos trabalhando com um orçamento que não foi elaborado pelo atual governo. Foi um orçamento que veio do governo anterior e por sinal cheio de falhas, cheio de lacunas", explicou.

Pelo que está escrito no orçamento, segundo o governador Maranhão, a Paraíba não teria como colocar as despesas dentro da receita. "Precisamos adequar o orçamento aos projetos que temos, é uma coisa muito simples. Projetos como Várzeas de Sousa, que tinham sido abandonados, precisam de investimentos. Não é justo que a Paraíba continue perdendo depois de investir R$ 200 milhões naquele projeto e deixe de ter de 50 a 55 mil empregos novos, que é o que gerará aquele projeto, quando estiver efetivamente funcionando", argumentou.